sábado, outubro 02, 2004

Lembrar os amigos



“Ele há” dias assim. Por isto ou por aquilo, lembramo-nos dos amigos.

Este nobre animal é um Perciforme, da família das Sphyraenidae e existem cerda de 20 espécies conhecidas. Dá pelo nome comum de barracuda e as espécies mais conhecidas são a cuda, que pode atingir os 18 kg e a great barracuda que pode atingir os 40.

É um formidável predador e alimenta-se de tudo o que mexe. Contrariamente ao que se diz, NÃO ataca o homem, apesar de ser voz corrente que o faz e, até, de existir um desonestíssimo filme americano, onde uma barracuda devora humanos entre dois momentos de ócio.

A great barracuda é normalmente solitária e, embora não atacando o homem, convém não a irritar. As cudas formam normalmente cardumes que podem atingir as duas centenas de indivíduos e comportam-se como um disciplinado batalhão militar. Já as vi debaixo de água. em skin diving, perfiladas, viradas para mim, quase imóveis. Ao mais ligeiro movimento que eu fizesse, elas rodavam 180 graus, virando-me as costas com evidente falta de educação e desprezo, todas rigorosamente ao mesmo tempo, como que obedecendo a uma ordem. Se eu permanecesse quieto durante 4 ou 5 segundos, eis que elas se viravam de novo para mim, obedecendo a uma invisível e inaudível voz de comando, espantosamente sincronizadas.

Em pesca desportiva, “pegam” bem em rapala, pena ou colher. Isco vivo não tem grande sucesso.

A minha maior cuda tinha 16 kg e a maior “great” tinha 26...

Ao içar uma barracuda para o barco há que ter o maior cuidado em desengatar a “fera”. Tem dentes compridos e afiados e se ferram uma mão ou um braço NÃO é possível abrir-lhes a boca, havendo necessidade de lhes cortar a cabeça, para libertarmos a zona mordida. É uma operação que pode custar alguns dedos ao pescador...

Tem uma excelente carne para variadíssimos pratos e está para a pescada como a lebre está para o coelho.

Na passagem de ano de 92 para 93, no fim de uma directa no motel de uma ilha, meti-me no barco e, com o raiar do dia, estive cerca de uma hora ininterruptamente a içá-las para bordo. Mar chão, tipo folha de alumínio e céu encoberto.

Enfim, coisas do mar. De vez em quando lembramo-nos dos amigos. Sobretudo quando não nos apetece escrever sobre mais nada...

E.T- Na foto, o nobre animal am apreço é, está bem de ver, o do meio!

6 Comments:

At 5:54 da tarde, Blogger Blogger disse...

E por falar em coisas do mar, o Guncho, hoje, estava fantáastico e tinha bolas de berlim. Trouxe duas dentro de mim : )

 
At 6:26 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

...que fique claro que gosto muito do Guincho (Guncho???) :)) e isso mesmo já o disse aqui. Não há é barracudas... nem xaréus, pompanos, albacoras, kawakawas, whaoos, veleiros, dorados... fiquemos por aqui. Quantas bolas de berlim teria eu de comer para me esquecer daqueles "amigos"? Alem de que eles, os "amigos", não engordam. Pelo contrário, dão uma trabalheira para pôr no barco :))

 
At 6:32 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

...que fique bem claro que gosto muito do Guincho (Guncho, em versão RésdeRés?) :))e de bolas de berlim e isso mesmo já o disse aqui. Mas... e as barracudas, os xaréus, os pompanos, albacoras, kawa-kawas, bonitos, wahoos, veleiros... e é melhor ficar por aqui! ? Quantas bolas de berlim teria eu de comer para me esquecer daqueles "amigos? Ainda por cima não engordam, pelo contrário, dão uma trabalheira para içar para o barco...

 
At 10:44 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Que pode mais querer uma pessoa, para além de um amigo dedicado que, após tantos anos, guarda a feliz recordação de ter caçado, massacrado, e comido ao jantar as suas tão queridas barracudas. Aposto que, ao serão, recordam saudosamente com os netinhos, os vossos encontros em mar alto.

 
At 10:54 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Ah!!.. E já me esquecia do mais importante!....(e lá terei de me revelar...) como podes tu, paizinho, tecer tais elogios à amiga barracuda, descridibilizando a sua fama de caça-pessoas, quando, sem bem te recordas, ias ficando sem a tua filha-mirim ao tentar "altruisticamente" (isto existe?..) ensinar a minha mãe a usar o arpão com uma simpática barracuda. Lembro-me como se fosse ontem, a fileira perfeita de dentinhos branquinhos a investir sobre a minha tenra cabecinha de 6 anos... E o que me lembro melhor é do resto da viagem; o mar às ripinhas, que era a vista que tinha de dentro da cabine do Fame, exactamente por trás da porta... de onde não saí até o barco estar a seco, dentro da boxe.
Por isso me questiono, caro paizinho :), com esse traquejo, essa craveira, essas circunvalações cerebrais cheias de luz, "postas" uma ode à barracuda, que espetaste, sangraste, ainda lhe deste com o cacete na cabeça para deixar de se debater, e que ainda por cima se tentou vingar comendo a tua filha?? ;)

 
At 1:47 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Pronto. Tenho uma filha ecologista! E anónima, ainda por cima...mas é injusto fazeres de mim um "barracuda ripper", pois devolvi muitos peixes ao mar. Já agora, "circunvalação" é mo Porto. No cérebro, é "circunvoloção", mesmo. Antigamente aprendia-se no liceu... :) Eu sei que sabes... mas resolveste "arrumar o carro em cima das linhas..." :)

 

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