quinta-feira, novembro 04, 2004

Outonos



O Outono chega e a folha mirra, amarelece e cai. Por um momento a folha hesita e tenta segurar-se ao fuste protector que lhe deu a seiva, o amor, a vida e alegria, em troca da sombra amiga e dos afagos proporcionados pela brisa de todos os dias. Pensa na magia e na beleza de uma simbiose cúmplice que durante um tempo lhe deu o sorriso e a frescura da cor. Mas a inexorável marcha do tempo e a natureza das coisas não acomodam perturbações ao curso normal da vida. Mesmo que a folha chore e o tronco doa!



E a folha caiu. No meio de outras folhas como ela, foi arrastada no turbilhão do tempo e das estações, deixou rasto e perfume, foi para longe... e nunca mais a vi!

11 Comments:

At 9:21 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Nada se perde, nada se cria e às vezes nem tudo se transforma. Está lindo. Parabens!
-Leonor-

 
At 2:36 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

A primeira foto, de tão bonita que é, atrai imediatamente os nossos olhos para ler o que está por baixo.
...E o correr das palavras "vira" poesia...como aquela que, neste momento,ouço cantada pelo L. Represas.
Vou imprimir a cores! E depois, quem sabe onde irá parar, mas por que é folha de papel e não de árvore, poderá ser guardada e lida em todas as estações do ano.
Gostei muito!
- Gota

 
At 8:42 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Leonor:
Não sei se é "fermosa", mas "não segura" é coisa que não se lhe aplica na forma peremptória como questiona Lavoisier. Obrigado e comente sempre :)

 
At 8:46 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Cara gota
Os seus comentários vão começando a fazer parte do espólio (cof cof) deste blog.
Olhe que o papel é biodegradável... também se perde ou transforma.
Obrigado pela gentileza :)

 
At 2:00 da manhã, Blogger Francisca disse...

E depois "... morrerá a língua em que foram feitos estes versos...".
Um exercício sublime à volta da impermanência.
Um texto que acaba por remeter, também, para a renovação.
Muito, mas muito bem conseguido.

 
At 11:22 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Cara Francisca
Obrigado pela habitual gentileza. Um beijinho

 
At 12:40 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Lavoisier não é para aqui chamado. Gostei muito do teu texto, Está lindíssimo. Foi só isso que me apeteceu dizer!

 
At 12:43 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

não gosto de comentários anónimos :))))) Involuntariamente não assinei o comentário anterior
-Leonor

 
At 1:35 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Ó Leonor, estou consigo (contigo???)! Eu também detesto comentários anónimos. Ainda bem que não se esqueceu de assinar :) Já agora podia nao se esquecer de dizer quem é. :)))
Obrigado, uma vez mais

 
At 7:50 da manhã, Blogger Passada disse...

Para quando esse livro? Seja de áfrica, seja alfacinha ou a mistura dos dois, mas faz-me esse livro!!!!

 
At 9:34 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

1) - Para se escrever um livro é necessário:
. Saber escrever
. Ter dinheiro
. Ser conhecido (para o bem ou para o mal, mas ser)
. Ter uma "construção" mental que permitar saber fa-
.zer princípios, meios e fins. Acho que sou razoavel
.mente capaz nos princípios, medíocre nos meios e pé
.ssimo nos fins.
2) - Portanto, nada como um blog de puro entretenimento
em que posso escrever sobre o que me apetece, da ma-
neira que me apetece, sem preosupações de forma, es-
tilo ou substância.

3) Beijos para o paraleo 27 :)

 

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