quarta-feira, novembro 30, 2005

Yellow Primrose



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«O que esse seu poeta inglês queria dizer é que para o tal homem essa flor amarela era uma experiência vulgar, ou coisa conhecida. Ora isso é que não está bem. Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos. E então cada flor amarela é uma nova flor amarela, ainda que seja o que se chama a mesma de ontem. A gente não é já o mesmo nem a flor a mesma. O próprio amarelo não pode ser já o mesmo. É pena a gente não ter exactamente os olhos para saber isso, porque então éramos todos felizes.»

A primrose by the river's brim
A yellow primrose was to him,
And it was nothing more.

Notas de Álvaro de Campos sobre a recordação do seu mestre Alberto Caeiro. Hoje, que faz 70 anos que Fernando Pessoa morreu...

2 Comments:

At 8:54 da manhã, Blogger Pitucha disse...

Que post bonito! Será mesmo essa a via da felicidade?
Beijos e um dia feliz, para ti!

 
At 9:08 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Não será "a" via, mas "uma das" é com certeza.
E que o dia feliz que me desejaste para ontem seja o teu dia feliz para hoje. Lá está... como se fosse um novo amarelo!
:)

 

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