quarta-feira, março 15, 2006

Cavaquismo e silvismo


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De Paulo Gorjão julgo saber que é de Setúbal, presumo que é jornalista e sei que tem um
blog à séria, daqueles eminentemente políticos, sérios, sisudos e, frequentemente, chatos. O que não invalida o valor intrínseco do blog, aí está uma das maravilhas da blogoesfera, cada um escreve sobre o que lhe apetece e ninguém tem nada com isso. Se até eu escrevo…

Como deploro alguns dos nossos políticos mas gosto de política, tal qual deploro grande parte dos nossos jornalistas mas não poderia, nunca, viver sem jornais, sigo avidamente os blogues políticos. Muitos deles oferecem-me uma plena identificação de pontos de vista, outros irritam-me e outros ainda fazem-me rir saudáveis gargalhadas, o que é sempre um eficaz e barato tratamento ao fígado. Mas leio todos os que posso.

Isto tudo para dizer que o
Bloguítica é um dos blogues que leio, coisa que não deve fazer diferença nenhuma a Paulo Gorjão, lê-lo ou não. Mas leio. Frequentemente entendo-o, outras vezes fico com dúvidas, aqui e ali discordo mas acho que é isso mesmo que, tudo junto e somado, contribui para que eu leia o Bloguítica com agrado e com apreço. Mas desta vez… vejo (aparentemente não sou só eu) que as escolhas de Cavaco Silva para o Conselho de Estado têm merecido ácidos comentários a Paulo Gorjão. Ele acha que são más, ele acha inclusivamente que estas escolhas podem comprometer a reeleição (Laura, eu pus hífen, mas deu erro…) de Cavaco Silva daqui a cinco anos e, cruzes, acha que as escolhas são, segurem-se, “cavaquistas”. Isto quando deveriam ser “silvistas”, o que significaria um rompimento com o passado cavaquista que acabou por derrotar Aníbal nas presidenciais com Jorge Sampaio. Eu sei que isto é tudo um bocado confuso e eu até percebo o “substrato” (!...) da coisa, a nuance da diferença entre cavaquismo e silvismo. Mas uma coisa se configura em pertinência no meu cérebro. Tomando o termo cavaquismo à letra, Cavaco Silva haveria de escolher quem? Soaristas? Guterristas? Sampaístas? E nós não sabemos fazer nada sem “ismos”? É assim tão esquisito Cavaco Silva ter feito escolhas baseadas na competência e confiança dos escolhidos, dentro dos seus próprios critérios? Ou os critérios deveriam ser de outrem? E depois, Marcelo, Ferreira Leite e Lobo Antunes, para citar só três, são cavaquistas ou são figuras de reconhecido gabarito e seriedade?

Há coisas extraordinárias de se perceber…

3 Comments:

At 1:18 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

O prefixo "re" nunca requer o uso de hífen.
Boa noite e beijinhos

 
At 9:28 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Laura

esta, juro que sabia, esta do prefixo "re". Estava "re-almente" :)))) a brincar contigo!

 
At 11:58 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Re-levo e re-laxo.
Beijinhos

 

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