Estação pateta?

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Esta noite sonhei que o calor em Lisboa tem sido tanto que o Jardim da Estrela teria sido invadido por uma espécie arborícola desconhecida e que eu tinha sido designado por uma instituição qualquer para nomear uma comissão de estudo para se saber se a espécie era predadora ou não. Atendendo ao actual regime de compressão de despesas em que nos encontramos, não nomeei comissão nenhuma e achei que podia fazer o trabalho sozinho. Foi uma decisão estúpida porque reparei que tinha adormecido ao computador, a ler o Origem das Espécies, onde colhi esta foto.

Esta de adormecer ao computador não anda muito longe da verdade. Não há polémicas, não há zangas, afirmações bombásticas, a blogosfera vive em completa abulia. As visitas (pelo menos as minhas) têm descido para níveis preocupantes e até o futebol que tem aparecido por aí transmite a ideia de que anda tudo a dormir em campo. Poderá significar que todo o país foi mesmo a banhos. Todo não. Que eu continuo por aqui a salvar a dinastia daqueles que acham (aqui está uma expressão que, em qualquer televisão, seria transformada em “num daqueles que acha”) que a melhor altura para se estar em Lisboa é, exactamente, quando toda a gente vai para o Algarve na estação pateta, como diz o JPP.

Pelo sim pelo não hoje vou passar no Jardim da Estrela, depois de almoço. Disfarço-me de velhinho com um pacote de milho para os pombos, sento-me num banco e fico á espera de ver o que acontece. Duvido é que predadores arborícolas reparem num velhinho (mesmo disfarçado) com um pacote de comida para pombos. E daí… nunca se sabe!

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