quinta-feira, janeiro 31, 2008

Confirma-se...



[2296]

... que me calhou a desdita de ter sido arrebanhado pela direita inculta, sem sentido de humor e totalmente desprovido de capacidade para entender a esquerda moderna. Já a antiga, sabe Deus, quanto mais esta!

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Rosa cueca de esperanças



[2295]

A Rititi está grávida.

Aqui fica um beijinho amigo e que os enjoos matinais não lhe roubem a verve.

E.T. Acabei de descobrir no corrector ortográfico que enjoos já não leva acento circunflexo. Olha se não era o plano tecnológico e eu a andava para aí a distribuir acentos circunflexos por toda a gente que enjoasse?

Rititi, que tudo corra pelo melhor. E parabéns, uma vez mais.
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Gravatas (ou uma pontinha de gineceu num blog desprezivelmente machista)



[2294]

Por qualquer razão que me escapa, de repente observo a presença abundante de gravatas de cores e matizes metalizados. A cor metalizada ocupou a quase totalidade dos gostos das pessoas, sobretudo nos automóveis. Não há muitos anos era dada ao cliente uma escolha muito abrangente entre uma maioria de cores de brilho convencional e os reluzentes metalizados. Hoje é difícil encontrar uma viatura não metalizada. Se de um posto de vista puramente estético talvez os carros tenham ganho, já do ponto de vista de segurança as coisas são diferentes pois as cores baças tratam de uma forma diferente a refracção e reflexão dos raios luminosos, como se sabe. Mas enfim, a coisa não é grave. Trata-se de carros. Agora… gravatas, valha-me a santa. É que todos ou quase todos os comentaristas políticos, apresentadores de televisão, deputados e, de um modo geral, todos aqueles com visibilidade pública começaram a apresentar gravatas… eu seja ceguinho… metalizadas. De Rebelo de Sousa a Vitorino, passando pelo painel ontem da Quadratura do Círculo, em que todos eles tinham gravatas metalizadas.

Confesso o meu apreço por uma boa e bonita gravata clássica. Sem brilho algum, como é evidente. Acho, assim, da mais elementar justiça eleger aqui o meu campeão de gravatas, quer de per se, quer na respectiva padronização com os fatos. José Rodrigues dos Santos, lui même.

A opinião da nossa querida confrade Miss Pearls sob tão momentosa questão seria, naturalmente, benvinda. Ela, que ainda há pouco se pronunciou sobre as meias de Obama e com toda a razão, devo dizê-lo.
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Dinossauros que já nem excelentíssimos são



[2293]

Pergunto-me como é possível ainda subsistirem fenómenos políticos deste calibre. Pergunto-me como é que há gente que ainda acha que este tipo de regimes é recomendável e desejável. E entendo um pouco melhor, em face do ridículo, como é que começam a surgir aqueles que acham que há uma via socialista à Chávez capaz de maquilhar estas excrescências do jurássico político e iniciar mais uma via para o amigo em cada esquina e um sol qualquer a nascer por aí que ilumine as almas empedernidas daqueles que não foram contemplados com a luz da sabedoria, da moral e dos bons costumes políticos e, sobretudo, aniquile de vez as malfeitorias do capitalismo.

Link via Blasfémias
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Equívocos



[2292]

Este homem não vai deixar saudades. De resto nada terá feito para que alguma vez dele se venha a sentir falta. Este homem é um equívoco, não representasse ele o partido mais equívoco da nossa vida política, que se fundou e instalou no país através de uma espécie de reciclagem de um mundo equívoco de ideias e doutrinas, estabelecidos por um punhado de pessoas, elas próprias declaradamente equívocas, a partir do momento em que, depois de se anicharem na utopia das sociedades totalitárias e igualitárias, acharam que estavam elas próprias equivocadas e se viram forçadas a meter na gaveta uma apreciável qualidade daquilo que achavam ser vertentes doutrinais intocáveis mas que acabaram por ir parar ao mofo das gavetas, sujeitas à naftalina pragmática de um necessário aggiornamento, se queriam manter o poder.

Sócrates é um bom exemplo desta via tortuosa e pouco recomendável. Com a substituição de Correia de Campos consegue ceder à rua, ceder a Alegre e, através de uma série de vacuidades, crucificar o homem que ele há poucas horas atrás apontava como modelo de aplicação das políticas do governo e que agora, ou leio mal ou ele aponta sub-repticiamente como o culpado do descontentamento das pessoas, ao mesmo tempo que garante que as políticas são para continuar e que , gritando, nenhuma urgência mais será fechada até que existam meios alternativos. Ouvido na TV sobre esta matéria o impacto é ainda mais descoroçoante.

Compreende-se e aceita-se que a política acomode caminhos ínvios e de ética duvidosa para se atingir determinados fins. Mas há um módico de bondade que tem necessariamente de ser resguardada. E, felizmente, há políticos que o conseguem fazer. Não necessariamente este homem. Um equívoco. Num partido tão equívoco como ele próprio. Para nosso mal.


E.T. Pela 1.000.000ª vez Isabel do Carmo está ali a falar na TV sobre obesidade. Pergunto-me a razão deste fenómeno. Como e porquê? Sobretudo, porquê, meu Deus, temos esta mulher ciclicamente na TV a falar de obesidade?
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quarta-feira, janeiro 30, 2008

Há choiriça, choiriça, choiriça

[2291]

Peço desculpa, mas não resisti.

Via Blasfémias

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Ai a inveja...



Sinapse, foi a foto mais feia que consegui descobrir do RR

[2290]

Ela voltou do Utah. Tuteou Robert Redford, um homem que até as rugas fazem eriçar uma mulher que se preze e rubbed shoulders com o Dennis Quaid, a Glenn Close, a Sarah Jessica Parker e tropeçou, possivelmente, em mais um bunch de celebridades em que nem reparou.

Eu confesso não ter dado por isso, pelo regresso dela. O meu subconsciente tinha-a fora e nos círculos cá da paróquia uma moçoila do Porto estar fora é mais ou menos ir tomar um cimbalino a Ermesinde ou comer uma posta de rodovalho a Vila do Conde. Mas por via da reportagem do Correio da Manhã sobre o Gang de Bruxelas e respectivos ecos (nomeadamente sms’s da Azulinha) percebi que ela andou por latitudes diferentes e a encontrar-se com gente esquisita. Em vez do Narciso Miranda, por exemplo, andou a tropeçar com aquela gente que em cima referi.

Seguiu-se a leitura das crónicas dela e fiquei ciente. Do que mais gosto das crónicas dela é a forma “menina” e modesta como conta banalidades como estar com a Glenn Close, mas ela é assim.

Eu, que a coisa mais aproximada que tive com celebridades nestes últimos dias foi uma notícia que li no DN segundo a qual se confirma que a Cameron Diaz e a Eva Mendes dormiram há dias no mesmo quarto e se entregaram a uma monumental batalha de "puns" (puns, desses, de flatulência, mesmo) fiquei invejoso, claro. É que já lá vão dez anos que estou em Portugal e ainda não carrilei as minhas sensibilidades para o mundo terreno da alma lusa, à qual pertenço afinal. Daí que tenho achado muita graça ter imaginado a Cameron e a Eva aos puns uma à outra, mas depois de ler a tua crónica achei que coisas daquelas não se fazem ou, melhor dizendo, há rabinhos para tudo. E elas têm rabinhos mais adequados a funções muito mais nobres do que as descritas pelo Diário de Notícias na edição de ontem, pelo menos tanto quanto me ocorre em matéria de funções nobres para rabos como os de Cameron e Eva (penúltima página sem link, provavelmente porque cheiraria mal…).

Long live tu e manda mais notícias das rugas do Robert. Eu ainda não tenho rugas mas por qualquer razão que me passa, mesmo sem rugas e muito mais novo que ele dá-me ideia que tenho menos mulheres a confessar pele de galinha só pelo simples facto de me verem a jantar. Vá lá saber-se porquê…
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Ah tigre



[2289]

Dois tigres totalmente quadrúpedes e quase de certeza mamíferos encontram-se à solta entre o Carregado e a Azambuja, desde as primeiras horas do dia,

Não se conhece as razões pelas quais os magníficos felinos resolveram mandar o circo (Chen) às urtigas e decidiram tentar a sua chance a caminho da casa perdida algumas gerações atrás.

Fico a torcer pelos bichos, para que sejam recuperados ( e isto porque não há como eles encontrarem o caminho de volta ao seu habitat natural) sem grandes dramas, sobretudo sem actos heróicos. Se fosse lá para cima para Alijó ainda havia uma certa esperança de não haver dramas, com um bombeiro de serviço e a atender um telemóvel com dificuldades de rede os bichos poderiam ainda esgueirar-se para os Picos da Europa. Mas aqui no Ribatejo, não sei não. Ainda acabam a tirar umas fotos com os troféus numa tasquinha do Cartaxo.

E.T. Chegam notícias de que um tigre já foi apanhado pelos tratadores do circo e o outro já está encurralado. Ainda bem.
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terça-feira, janeiro 29, 2008

Governo reforçado, disse "ele"


[2288]

Vitalino Canas elogia os «nomes prestigiados» Ana Jorge para ministra da Saúde e José António Pinto Ribeiro para ministro da Cultura.

O porta-voz do PS deixa ainda uma palavra de aprezo pelos responsáveis governamentais que agora deixa funções.«Os ministros que saem deram tudo o que tinham a dar ao Governo, serviram bem o país e portanto a sua saída não desprestigia o seu nome. As duas pessoas que entram para cargos ministeriais são conhecidas, prestigiadas e reforçarão o Governo», adianta Vitalino Canas.

De genótipo previsível, estereótipo instalado no establishment e convenientemente enquadrado na insuportável mediocridade deste governo, Vitalino Canas é o exemplo acabado do homem que vai a correr dizer nem ele sabe bem o quê ou porquê, apenas porque sente que deve fazê-lo, em função de qualquer coisa que o chefe diz ou faz. Como fala mal, acha que todos entendem mal e daí saídas como esta de que o governo sai reforçado com os que entram, depois de manifestar o apreço pelos que saem. Ninguém entende ou, melhor, muitos entendem que nada disto é para entender. É, já, o reino do absurdo e o desconforto de percebermos que é absolutamente imprescindível não dar crédito ao que se ouve todos os dias, sob pena de perdermos o precário equilíbrio em que todos já vivemos.

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Polar Science



[2287]

Por via de uma boa amiga (a Gota) cheguei a este blog. De um português, escrito em português.

José Xavier a mais dos 60 graus Sul, na sua quinta expedição científica à Antárctica. José é um jovem investigador português que faz ciência polar desde 1997, é doutorado pela Universidade de Cambridge e investigador pós-doutoral do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve e da British Antarctic Survey.

Para aqueles que se interessam por estas coisas aqui está uma boa oportunidade para não ficar quieto. E obrigado, Gota.
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segunda-feira, janeiro 28, 2008

Ainda não perdi a esperança



[2286]

Ainda não perdi a esperança de um dia vir a ser jogador de futebol e um jornalista desportivo me fazer uma pergunta como a que ouvi hoje e que era assim:

- Ficou muito frustrado quando levou a bola à trave?

Ou, ainda, de vir a ser treinador de futebol e me perguntarem:

- A atitude zangada de Quaresma quando foi substituído tem algum significado?

Sério, como eu um dia gostava de poder responder a perguntas deste género. Depois dizem que o Felipão é mal-criado…

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SCP 2 FCP 0


[2285]

Ainda não partiram cadeira nenhuma na Mealhada?
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sábado, janeiro 26, 2008

He fell


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Nem sou muito destas coisas. Mas um diabinho de entre aqueles que habitam em mim dá pulos de contente com a queda de Prodi. Por nada em especial. Pelo menos para além de o homem ser o exemplo perfeito daquilo que há cerca de uma dezena de anos um bom amigo meu, em Maputo, denominava de coninhas de sabão, sempre que se referia àquele tipo de gente que nem aquenta nem arrefenta.

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Dantes a culpa era de Salazar. E agora é de quem?


[2283]

Possam mil blogues e mais mil jornais, mil televisões e mil meios de comunicação publicitar esta peça de surrealismo português.

Possamos todos sentir em nós próprios a vergonha e a deprimente sensação de termos os nossos destinos nas mãos desta gente. Sem educação, sem vontade, sem brio, sem códigos, sem honra e não me digam que sem meios porque não é isso que ressalta das imagens do vídeo.

É deprimente. Sobretudo se pensarmos que funcionamos assim na maioria dos sectores da nossa vida e das nossas actividades.

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

A fechar



[2282]

E já agora, uma machista, sexista, marialva, e com os defeitos todos do catálogo, acabadinha de chegar por e-mail:

RECEITA PARA HOMENS: BACALHAU COM BROA

INGREDIENTES: bacalhau, espinafres, broa de milho, azeite, alho, cebola, batata, sal e esposa.

MODO DE PREPARAÇÃO: meta a esposa na cozinha com os ingredientes e feche a porta.

E agora é que é, mesmo. Um bacalhauzinho para o fim de semana e tudo de bom para toda a gente.
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Ravissante


Audrey Hepburn (1929-1993)

[2281]

Ravissante, et toujours elegante.

A figura inesquecível da, talvez, mais elegante dama de sempre do cinema mundial, como mensagem para o fim de semana que está aí. Que a cultura da beleza e da elegância deveria constituir um factor em permanência em todos nós.

Bom fim de semana para todos.

Foto daqui.

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Atchim



[2280]

O capitalismo, de vez em quando, espirra. O que é um bom sintoma. Não gosto de gente nem coisas tão assépticas que se tornam imunes a um simples espirro. Mas o que me diverte é que com cada espirro aparece invariavelmente um batalhão excitado de economistas internacionais (e alguns nacionais, claro) como cogumelos, cumprindo as suas atribuições naturais, quais sejam a de se alimentar dos seus próprios hospedeiros.
As crises recentes que se tem sentido aqui e ali nas economias mundiais têm sido um campo fértil aos tortulhos da desgraça que se locupletam com o fim, enfim, anunciado e há muito, do capitalismo. Arranjam (ou dão-lhes) tribunas sérias, jornais de referência e vai de explicar à plebe os malefícios do sistema e a forma como os capitalistas selvagens deveriam ser todos presos, amarrados pelos pés e mergulhados num tanque de piranhas. E escrevem, escrevem, escrevem, e os jornais e muitos blogues, pressurosos, transcrevem-nos glosam-nos e, confortadamente dizem ámen.

Entretanto o espirro passa, o capitalismo funga e as coisas voltam ao rego outra vez. Até novo espirro eu sei. Mas conforta saber que o sistema mantém anticorpos que o livram da morte anunciada. Há dois dias, por exemplo, as bolsas internacionais anunciavam o cataclismo final. Os media espumaram de economistas marca "eu não te disse?". Poucos horas depois as coisas parecem compor-se e o danado do sistema parece estar em franca recuperação. E, desta vez, ao que parece, sem doses exageradas de medicamento algum.

O gozo que isto me dá. Ainda se a cada espirro do capitalismo correspondesse uma ideia válida e que me fizesse acreditar em "planos B" que pudessem minorar a pobreza e as injustiças, eu ainda me calaria. Mas, de um modo geral, todos as ideias decorrem de um conservadorismo atroz, misturando economia com ideologias já roídas pelos bichos. Ámen.
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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Daqui a três anos é que é



[2279]

Se eu fosse o Marcelo Rebelo de Sousa, diria: - Não lembra ao careca. Embora muita gente que não é o Marcelo diga a mesma coisa, incluindo eu, mas pronto, dito pelo professor, esta coisa de lembrar ao careca tem mais impacto e mais patine.

Mas realmente não lembra ao careca. Ou lembra, que este governo não pára de me surpreender pela forma atrevida como me chama nomes todos os dias, todos eles a significarem o mesmo. Idiota, mais coisa menos coisa. Assim, com a mesma forma lampeira e estouvada com que Sócrates anunciou 150.000 postos de trabalho, o ministro Teixeira dos Santos acordou hoje a pensar que o melhor era dizer aos paroquianos que em três anos ele iria pôr o Estado a pagar os calotes em 40 dias. Reparem, não são 30, nem 45 nem sessenta, são quarenta, o que acrescenta uma inevitável credibilidade, dado o pormenor da coisa.

O Estado português é o campeão dos calotes, a média de pagamento é de 150 dias, contra sessenta dias dos restantes países da Europa, logo, portanto, por conseguinte se o Estado passar a pagar a 40, veste a camisola amarela. No Forum de hoje, o jornalista fez umas perguntas pertinentes ao ministro, tipo mas o sr. ministro sabe quanto é que neste momento se deve? O sr ministro não sabe. Pelo que presumo isso ser um pormenorzito que só pode ter importância para um jornalista ou outro que ache que as coisas deveriam sempre ter um fundamento qualquer.

Junto e somado, o ministro promete que daqui a três anos (não é agora, é daqui a três anos, mas há que dizê-lo já), o Estado vai passar a pagar a 40 dias. Oremus. E não nos riamos muito porque o sr. ministro também disse isto tudo sem se rir.
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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Canta Napoli


Nápoles - habitação social
[2278]

Nunca Nápoles cruzou as minhas "errâncias" pela Europa, pelo que dela guardava a imagem que criei na juventude: - Baía, tintarella, tarantella e sopa de peixe. Pasta, vini e Marino Marini. Mulheres (muitas) bonitas (muito) sol a jorros, meio mundo a dançar e outro meio a cantar e um rodopio constante entre a alegria de viver na Terra e a promessa do paraíso ali tão perto. Com muita música , muita alegria e muita felicidade.

O tempo passa e por isto ou por aquilo nunca calhou lá ter ido. É, assim, com indescritível esmorecimento que assisto à desfragmentação das minhas imagens de juventude, perante a montra de lixo (parece que ainda há 250.000 toneladas para resolver), porcaria, multidões a vociferar e cenários de bairros sociais onde a aberração é nota comum. E eu que pensava que Chelas levava a palma a tudo o mais…

Resumindo. Uma desilusão. Um dó de alma. Já não quero ir a Nápoles. Está feia, cheia de lixo, de gente aos berros, e máfias a disputar lixo e de políticos corruptos. Sinal dos tempos, afinal. Afinal aquela máxima de Marino Marini Canta Napoli, Napoli matrimoniale, alguma vez chegou a existir?
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terça-feira, janeiro 22, 2008

Juke box 54


[2277]

Ainda me lembro de ter entrado esbaforido casa dentro com a cassete de vídeo na mão a gritar. Consegui. Está todo aqui, o fabuloso concerto de Central Park.
Isto passa-se nos idos de 1991. Depois, fui vendo a cassete vezes sem conta. E continuo still crazy after all these years.

Sax solo by Michael Brecker

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Não fumar é bom


[2276]

Para quem, como eu, achava que o Dr. Sá Fernandes era o "empata-fórmulas" de serviço à Câmara Municipal de Lisboa, tenho de admitir que a sua prestação foi muito boa ontem, no Prós e Contras. Com o trabalho de casa bem feito e com uma objectividade assinalável deu um autêntico banho ao Chefe da brigada dos vigilantes pela saúde portuguesa, o Dr. George, da DGS.

Tenho assistido com algum distanciamento esta polémica da lei do tabaco. Fui fumador durante muitos anos, compulsivo e engolidor e parei de fumar há pouco mais de dois anos. E deixar de fumar é bom. Já alguém mais disse isto na Blogo e eu não me recordo quem foi, pelo que não linco. Mas, repito. Não fumar é bom. Só um fumador pode avaliar isso mesmo porque redescobre uma panóplia de prazeres que lhe estavam vedados, desde o exercício físico até ao simples acto de comer com os ingredientes todos, ou seja, o olfacto e o paladar. A isso junta-se uma notável melhoria em respirar, Afinal, coisas tão simples como resistência física, comer e respirar, imagine-se. Penso, pois, que se se parasse com a formula idiota de se fazer dos fumadores párias, delinquentes e irresponsáveis se enveredasse, ao invés, por se mostrar as virtudes em não se fumar, aproveitando inclusivamente os depoimentos de fumadores, talvez se deixasse de fumar mais depressa. Assim, da forma como a questão está a ser conduzida, de cada vez que oiço estes fiscais gerindo o que devo e não devo fazer da minha vida, em nome das suas “saudáveis” convicções, fico com uma vontade quase incontrolável de puxar por um cigarro.

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

O reino do absurdo e sim, o que é que o Estado tem a ver com isso?


[2275]

CONTROLE NEGATIVO


O Estado entendeu baixar o IVA para 5% nos ginásios «para que o actual "universo de meio milhão de pessoas a frequentar ginásios possa aumentar». Palavras de Laurentino Dias. Seriam até declarações apropriadas ao presidente da associação do sector. Ou a um sócio ou proprietário de ginásios. Não se vê é o que o estado tenha a ver com o assunto. Sob pena de se considerar toda a realidade potencialmente regulável e sob alçada da interferência dos poderes públicos.Veja-se o caso presente. Perante a benesse, o Estado arroga-se logo o direito de regular esmiuçadamente os mais variados aspectos daquela actividade privada como sejam a «obrigatoriedade do ginásio ter 5 metros quadrados por praticante, a humidade relativa permitida, o sistema ventilação, o número de chuveiros, lavatórios e sanitários ou instalações de primeiros socorros, que terão de ter, entre outros, equipamento de reanimação.» Acrescem profissionais obrigatoriamente licenciados em educação física, seguro obrigatório.....

E a cereja em cima do bolo:«De acordo com o projecto governamental, todos os utentes do ginásio estão sujeitos ao controlo antidopagem.»Vai ser engraçado: a Dona Miquinhas, que por causa dos bicos de papagaio toma um remédio qualquer, controlou positivo num ginásio onde faz ginástica aquática juntamente com as suas amigas do Centro de Dia. Agora vai ter de apresentar um parecer médico onde se prove que os componentes do remédio interferem com uns índices quaisquer , não andando propriamente a tomar drogas estimulantes para ter mais massa muscular..... Ou o senhor Alcides, cujo registo na bicicleta do ginásio assinala uma performance demasiado elevada para os seus 76 anos, lá teve de verter águas para a garrafinha e agora está na mesma situação dos ciclistas profissionais: provar que o seu corpo produz de forma natural índices elevados de testarona, ficando preventivamente suspenso da actividade a aguardar contra-análise......

Por Gabriel no Blasfémias

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Minuto verde, cor de burro quando foge


[2274]

Aquele senhor baixote e careca que todos os dias me entra em casa ali pelas dez para as oito da manhã, hoje resolveu ir à escola e entre umas quantas tiradas sobre reduzir, reutilizar e reciclar materiais disse às criancinhas que sempre que irem ao supermercado poderiam ir já com os resíduos preparados para depois colocar nos respectivos depósitos.

Por mim, preferia ter putos menos reciclados mas que soubessem conjugar verbos. Infelizmente vivemos numa época de total laxismo, ou com os professores muito ocupados a discutir que nomes é que deverão chamar à ministra. E se o senhor da Quercus não tem obrigação de saber conjugar verbos correctamente, a partir do momento que lida com crianças, já tem. E se não sabe, deveria haver algures um professor menos distraído a contactar a RTP e obrigá-la a corrigir o anúncio de imediato. Foi há pouco, no Bom dia Portugal!

E.T.
Asneira repetida às 08:52. Não se admite.

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domingo, janeiro 20, 2008

Blogarcadia


[2273]

O Arcadia, blog que leio com regularidade e prazer, completou três anos.

Aqui fica o registo de parabéns e felicitações ao Nuno Cunha Rolo, Nuno Santos Silva e Pedro Soares Lourenço.

Tchin Tchin
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Gente interessada e interessante 2


[2272]

De Vítor Manuel Gomes Freire recebi um simpático e-mail, dizendo que também em Sá da Bandeira, actual Lubango, existia uma Lello, que ele frequentava com assiduidade.

Aqui fica feita, com muito gosto, a rectificação e o meu agradecimento pela atenção.

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

Gente interessada e interessante


Clicar na foto para ver melhor
[2271]

Não é por a Livraria Lello ter ganho o excelente prémio de terceira livraria mais bela do mundo, que deixarei de referir que há muitos anos que existiam duas Lellos em Angola. Uma em Luanda e outra no Huambo (desta última não encontrei foto).

Independentemente das atribuições de uma livraria de prestígio a Lello era um lugar de encontro de gente interessada e interessante. Assim rezava o slogan. E não é que era mesmo?

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Decidiu, está decidido

[2270]

Esta gente perdeu, de todo, o descaramento, o sentido das proporções e a noção do ridículo. Vale a pena ouvir Mário Lino aqui.

Via Cachimbo de Magritte
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Multiculturalismo


Beijos de mulata (Vinca rosea), planta medicinal muito abundante em Moçambique. As flores fervidas em água causam resultados surpreendentes em feridas, úlceras e em conjuntivites. A sua acção nas conjuntivites é mais rápida que a maioria dos antibióticos. A planta está classificada e faz parte de um livro publicado pelo Ministério da Saúde com a relação das plantas medicinais em Moçambique.

[2269]

Há um par de maleitas que são com a papaia. Só dão em África. Ou melhor, só davam, porque sei que tem havido algum sucesso na produção de umas papaias, ainda que raquíticas, no Algarve. Mas as maleitas a que me referi são africanas por natureza e não me ocorre alguma vez tê-las visto em Portugal. Estou a falar daquelas conjuntivites que transformam os olhos de um cidadão em duas autênticas cebolas (das grandes), vulgarmente conhecidas por mexe-mexe e das mataquenhas (bitacaias, em Angola) que são uns bichinhos que se instalam nos dedos dos pés de um cidadão e nos vão comendo paulatinamente o dedo mindinho enquanto a gente se coça pensando que é outra coisa qualquer.

Pois... já tinha visto um mataquenha, numa pessoa que tinha estado em Moçambique seis meses antes e posso afiançar que essa pessoa toma banhinho todos os dias e há três dias vi um colega com dois olhos do tamanho de duas batatas “rena”. Não sei se é sugestão mas a verdade é que nestes dois dias em que estive em casa encostado à box, os olhos me pareceram estar com mexe-mexe. Pelo sim pelo não fui à farmácia buscar uma pomada oftálmica e um colírio com antibiótico. E concluir que há umas quantas coisas em que o multiculturalismo não faz cá falta nenhuma...
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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Fotos de Angola

Foto de Fred Sá Pinto . Serra da Leba – 2005

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A propósito deste post, recebi um mail de um leitor do Brasil, Cláudio Versiani, presumo que fotógrafo profissional, que indicou os seguintes endereços:

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Apelo


Cochonilha algodão - Planococcus citri. Homóptero com seis gerações anuais. Não perdem tempo!
Clicar para ver bem as patinhas...

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Ofereço um tratamento grátis às cochonilhas do limoeiro do quintal (isto para quem tiver limoeiro e quintal) ou um choque de aminoácidos às plantas da sala a quem me ensinar a fazer um template decente. Entenda-se esta pretensão como uma modesta operação de cosmética, tipo, por exemplo, uma foto rectangular daquelas à largura do blog e, já agora, mudar este horrível verde.
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Imprecisões e memória curta



[2266]

"...Todos nos lembramos das manifestações, do buzinão e de um líder socialista (hoje gestor de topo de um dos bancos que financia a Lusoponte) passar a portagem sem pagar. Guterres cavalgou a contestação e mal chegou ao poder, resolveu que as portagens da Ponte 25 de Abril não subiriam de acordo com o previsto..."


"...Para conseguir um acordo que lhe permitisse mostrar a sensibilidade social de um governo que se diz socialista, Guterres empurrou a concessão à Lusoponte para 2030 e baixou o IVA (isto é, aumentou o montante recebido por veículo pela Lusoponte). Foi isto que a Lusoponte e a banca aceitaram. E aqui, não houve concurso público, para encontrar a solução mais barata. O governo apenas deu. Mas, aquilo era o governo de Guterres, dar era o verbo mais conjugado e ainda hoje estamos a pagar a factura de tantas dádivas..."

"...Sobre Ferreira do Amaral, se eu fosse accionista da Lusoponte também o contrataria. A competência é um bem escasso, por estas bandas..."

Indispensável a leitura deste post do JCD no Blasfémias, em contraponto a um artigo de Mário Crespo no JN que me parece cheio de imprecisões, como aliás JCD refere no post.

É por estas e por outras que este governo socialista me leva à náusea. Sobretudo quando me lembram os desmandos de Guterres e factos aparentemente tão simples como agitadores de carreira serem hoje, paulatinamente, gestores de topo do maior banco privado português.
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Impróprio para consumo


As mulheres são terríveis. Qualquer coisa lhes fica bem. Até uma vulgar gripe. Havia de ser eu a tirar uma fotografia nestes preparos, cheio de lenços de papel enrodilhados á frente e havia de ser bonito. Coisa mais sem graça...

[2265]

Juro que tentei levantar-me. Tinha assim um molho de coisas para tratar logo que chegasse ao escritório e, por isso, tentei. Mas a cabeça parecia uma melancia do Entroncamento, enorme e prestes a rachar de tensão interior, as pálpebras pesavam toneladas, o peito lembrava-me o cavername rangedor dum galeão espanhol com três meses de mar alto, as pernas tremiam como dois vimes novinhos açoitados pelas brisas agrestes dos invernos antigos, os dedos sentia-os inchados como paiolas da Serra da Estrela, a tosse soltava-se garganta fora que nem as ondas a bater nas rochas da Boca do Inferno e a voz… a voz, meu deus, era qualquer coisa a meio caminho entre um daqueles moínhos de papel que comprávamos em miúdos e rodavam furiosamente quando os púnhamos contra o vento e a estridência da Júlia Pinheiro.

Ponderados estes factores, optei por ficar em casa. Não que me apetecesse, mas porque me senti absolutamente incapaz de funcionar. E quando, numa atitude de "do mal o menos", pensei deixa-me lá dormir mais um par de horas, eis que me atiro para o sofá da sala a ver séries americanas requentadas (que a grave dos guionistas ainda não acabou) que são a única coisa que consigo discernir e digerir, no estado em que me encontro, ao mesmo tempo que penso o que é que vou fazer o resto do dia. Talvez… não, nada disso, à uma porque não gosto do Abrunhosa, à outra porque estou um farrapo. Uma espécie de ser humano afogado num mar de vírus, ou de bactérias, germes cabeçudos e sanguinolentos, que me levarão a fazer jus à proverbial mariquice dos homens. Doentinho, resta-me fazer uns telefonemas e suscitar a piedade do próximo. E esperar que fique bem, depressa.
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terça-feira, janeiro 15, 2008

Et Dieu créa la femme


Prosper d'Epinay - 1873
Awakening

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E um dia ela acordou e era primeira-dama de uma das mais poderosas nações mundiais.

Poderá ser uma circunstância fortuita e de interesse duvidoso (aparentemente Cecília Sarkozy assim o entendeu) mas serve para nos lembrar que as mulheres mantêm armas poderosas capazes de condicionar os homens e pautar os destinos do mundo.

Carla, um mulher sensual e com uma voz tipo despertador erótico, de repente acorda e é primeira-dama.


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segunda-feira, janeiro 14, 2008

A Bela Adormecida



Clicar para ver melhor a pevide

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Ou, sinais da crise que se vai notando já mesmo na Nazaré. Gosto particularmente das meias da senhora e do pormenor do cão a bocejar. Num país onde nada acontece para além dos extintores da Asae estarem fora do prazo, teme-se que a redenção da vida económica da paróquia tire o sono regalado desta criatura. Por isso, nada como continuar a vender uns tremoços, umas pevides, uns "gorilas" e, sobretudo, rezar aos anjinhos para que não apareçam clientes que venham, inopinadamente, interromper o sono.

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sexta-feira, janeiro 11, 2008

Juke box 53



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Coisas que quando acontecem é sempre na América.

Bom fim-de-semana para todos.

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Ai os malandros, que vão ficar ricos


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Há uma fase de sublimação da esquerda condicionada pela idade que vem sempre e pela sabedoria que nem sempre é mais forte que a esquerda de per se. Porque a esquerda pode ser real e convictamente forte ou porque o seu hospedeiro tem um ego muito sensível que não pode ser perturbado com up-dates muito violentos. É a única teoria que me ocorre quando leio passagens como esta:

Se a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa vier a preferir Alcochete, penso que se torna obrigatório resgatar a concessão da Lusoponte nas travessias do Tejo.De facto, seria um escândalo acrescentar ao leonino contrato de concessão que o Estado lhe cedeu -- que inclui o exclusivo em novas travessias! -- mais uma mina de ouro inesperada, como seria milhões de travessias adicionais pagas pelos utentes do aeroporto (em larga maioria residentes a Norte do Tejo). Trata-se de uma verdadeiro "enriquecimento sem justa causa". Ao menos que seja o Estado a beneficiar dele!

Por outras palavras, e numa análise mais concreta e mais objectiva que a minha, como a que o JCD faz no Blasfémias: - Ai os malandros, que vão ficar ricos.

E como quem fica rico só pode ser malandro vamos ter que ir lendo este tipo de coisas. Como as que Vital Moreira escreve. Ah! Mas é um grande constitucionalista, dir-me-ão. Pois, será.

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quinta-feira, janeiro 10, 2008

Em inglês técnico, pois então...



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A minha modesta candidatura ao hilariante concurso da Atlântico para o nome do futuro aeroporto em Alcochete:


Double Proud Interneixional Érport

Ver aqui alguns nomes já compilados
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Ler os outros



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João está enganado! Este homem deve continuar no governo, pois conseguiu uma proeza, colocar aviões no deserto, quando Pedro Silva Pereira não conseguiu lá colocar os carros. Esse sim, é que deve sair.

António de Almeida na caixa de comentários do João Gonçalves a propósito da (não) demissão de Mário Lino.

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Jamé! E as pontes?

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No dia em que foi oficialmente anunciado a construção do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete, aqui fica o registo ,para o resto da vida deste blog, de um dos mais emblemáticos exemplos da expressão idiota e do cheiro a trambique em que todos parecemos exímios. Neste caso, as declarações de Almeida Santos e Mário Lino a recomendarem a Ota. Pela forma e pela substância servirão para me recordar de um dos mais ridículos episódios de um dos mais ridículos governos de que tenho memória. Isto ainda com o konpensan na boca mal desfeito para a azia causada ontem pela inexperiência pateta do tal rapazote que se sentiu fadado para gerir as finanças domésticas dos portugueses. Pedro Marques, de seu nome e com um currículo invejável, bem à medida daquilo que ele sabe e acha que deve fazer.
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África, terra bruta!


Maputo - Av. 25 de Setembro

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As chuvas voltam a cair com intensidade em Moçambique. Andaram arredadas de Maputo, fazendo estragos por Sofala e Manica, arrastando a tragédia às populações rurais, mas aparentemente estão a chegar à capital, tendo-se instalado já em Gaza, engrossando o Limpopo que, como sabem os mais familiarizados com esta zona, não se ensaia nada para saltar do leito e proceder à dupla missão de que a natureza o incumbiu. Matar e desalojar populações rurais, ao mesmo tempo que fertiliza por aluvião as extensas planícies que o bordejam até à foz no Xai-Xai. Como aliás, o Incomáti. Nos dois ou três anos de seca que sobrevêm às cheias, os terrenos terão mais matéria orgânica cujas unidades de nitrogénio irão ajudar a alimentar populações famintas e resignadas às cíclicas destemperanças do cosmos.

Moçambique é um país de calamidades. Grandes, destruidoras, brutas, apesar da estonteante beleza de algumas delas, como aquelas trovoadas em que os relâmpagos se sucedem em espaços de um segundo por períodos de uma hora ou mais, as chuvas torrenciais, os ventos que arrancam árvores como se fossem folhas de papel, ou o oceano enraivecido, batido pelos ventos zangados com o frio da Antártida e que procuram um pouco de conforto na bacia do Umbelúzi, do Tembe e do Maputo

Moçambique é, talvez, um dos países africanos que melhor fazem jus àquele ditado que diz "África, terra bruta, que até à papaia lhe chamam de fruta". Talvez daí a sua magia.
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Na Ota, "jamé"



Foto We Have Kaos in the Garden, com a devida vénia


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Aguardo com uma excitação de menino o momento em que Mário Lino irá aparecer nas pantalhas (não sei porque é que usei este termo, talvez por rimar com bandalhas) a anunciar que o novo aeroporto de Lisboa vai ser em Alcochete, como acho que vai acontecer lá para o fim do dia, a acreditar nas notícias que vêm a lume esta manhã.

Aposto singelo contra dobrado que o anúncio será feito com aquela expressão paternalista, embora firme e de marcante liderança perante esta cambada de putos que é preciso manter na ordem e que somos todos nós que votamos neles, em que o nosso governo é especialista. O anúncio será feito de tal maneira que vai dar a impressão que toda a gente queria o aeroporto era na Ota mas o governo, consciente das suas responsabilidades e das suas competências, não embarca em populismos e acabou por tomar a decisão que se impunha como mais económica e viável. Alcochete. Só vai faltar ao ministro dizer no fim: Na Ota? Jamé.
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quarta-feira, janeiro 09, 2008

Se passar...


Com receio de algum erro, diria que este é o Hotel Miguel, no estado em que se encontra actualmente.

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Antigamente havia uma cidade chamada Silva Porto e nessa cidade havia um hotel e nesse hotel havia um senhor chamado Miguel, dono do dito. O Miguel usava o trabalho como forma de expressar aquilo que ele afirmava ser uma luta titânica pela sobrevivência, mas a verdade é que ele era mais esperto que trabalhador e do negócio de diamantes e da exploração do seu hotel lhe vinham os réditos que lhe proporcionavm uma boa vida e um reluzente Mercedes. O hotel/restaurante chamava-se “Miguel” tal qual, e a própria loiça a uso no restaurante era gravada com a expressão Hotel Restaurante Miguel – O Pobre Trabalhador. Esta expressão dispersou-se pelo Bié e não havia ninguém que não conhecesse o Miguel, o Pobre Trabalhador. Uma vez fui a uma feira agrícola em Nova Sintra e acabei a dormir no Miguel, o Pobre Trabalhador. Foi a minha primeira vez. Inexcedível de gentileza, o Miguel era um verdadeiro contador de histórias e nesse serão contou-me histórias e lendas e factos do Bié e eu fiquei um bocadinho mais rico de conhecimento. No dia seguinte pedi a conta, paguei e depois de ter pago, passei os olhos pela factura e li (os valores não serão exactamente estes mas devem andar muito próximo da realidade):

Jantar - 30$00
Dormida - 55$00
Pequeno almoço - 15$00
Se passar - 20$00
Extras (tabaco e serviço de cafés) 13$50


TOTAL 133$50


Não me apercebi de imediato daqueles estranhos 20$00, reli e acabei por perguntar ao Miguel: Ó senhor Miguel o que são estes vinte escudos? O Miguel olhou, olhou uma segunda vez, pegou numa esferográfica, riscou o "se passar 20$00" e disse-me: Não passou. Ao mesmo tempo que me devolvia vinte escudos.

Tenho a certeza que se alguém que seja do Kuito ler isto, saberá que esta história é verdadeira e que o Miguel o Pobre Trabalhador aplicava este estratagema a todos os que por lá passavam. E, às vezes, passava.

A que propósito vem esta lenga-lenga? A propósito deste governo me lembrar o Miguel o Pobre Trabalhador. Ao ouvir o ministro Vieira da Silva anunciar esta manhã, com a firmeza que lhe é peculiar, que os aumentos dos pensionistas iriam ser pagos de uma só vez e lembrando-me do que dissera o tal rapaz espigadote de ontem, Pedro Marques de seu nome e secretário de estado, ficamos todos com a ideia de que esta gente (entenda-se este governo) faz como o Miguel. Na factura da mesquinhice aplicaram um se passar - aumento pago em catorze prestações. Não passou e vai de dar o dinheiro por inteiro.

Apesar de tudo o Miguel tinha duas coisas que o diferenciavam desta gente. Podia ser golpista mas era pobre e trabalhador. Coisas que nem com boa vontade se pode dizer do nosso governo. Só golpista. Barro à parede a ver se pega. Pega, óptimo. Não pega, volta atrás e afirma-se o contrário do que se disse na véspera.

Pagava para ver a cara do tal Pedro Marques hoje...
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Post dedicado


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Post dedicado a esta senhora. Porque é uma senhora de bom gosto e uma senhora de bom gosto não gostar de desportos motorizados é um paradoxo. Apetece dizer que só o que faltava era ela ser do Benfica, também…

Além da dedicatória, cabe dizer que o campeonato está aí quase a rebentar e que a Ferrari e a MacLaren já apresentaram os novos brinquedos. A foto de cima é já do Ferrari F 2008 do Felipe Massa.
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terça-feira, janeiro 08, 2008

A Nini, vestida de organdi



O José Cid despido. Sem organdi...


[2253]

Hoje andei muito de carro. Aprende-se muito a andar de carro, pois Lisboa é um manancial do absurdo. E o absurdo tem uma forte componente didáctica. Aprendi, porém, uma coisa que não me passaria pela cabeça. Imagine-se que o RCP anunciava a play list do Manuel Serrão (a play list é uma coisa que podemos vir a ter se algum dia atingirmos o estatuto de celebridade. As rádios telefonam-nos, perguntam-nos de que é que nós gostamos, nós dizemos e as escolhas são anunciadas com um ar grave, tipo oiçam bem a play list de fulano que a playlist é o espelho da alma de cada qual) e depois do inevitável "Pronúncia do Norte" (esta rapaziada do Porto tem alturas que precisa mesmo de sofá a €100/hora com esta coisa do bairrismo), fiquei a saber que o Manuel Serrão gosta muito duma canção do José Cid que começa assim:

Chamava-se Nini
Vestia de organdi...


Fiquei mais de cinco minutos a pensar nos versos, ou melhor, comecei a pensar em alguém que se chamasse Nini e se vestisse de organdi. Não consegui visualizar a cena e cinco minutos depois já ia no secretário de estado que tinha ouvido esta manhã a cuidar que não faltasse pão na mesa dos portugueses, na lógica de uma dinâmica muito própria que consegue estabelecer uma ligação entre o organdi da Nini e o retroactivo dos pensionistas pagável em catorze meses. Felizmente que, entretanto, a música acabou, fiquei sem saber o resto da letra mas a Nini, vestida de organdi foi-se embora e o Manuel Serrão escolheu o breakfast in America. Mais reconfortado cheguei ao destino. Mas ao almoço dei comigo a trautear a Nini, vestida de organdi...

Adenda: Agradeço a chamada do Torquato da Luz para o facto da canção ser do Paulo de Carvalho e não do José Cid. Com efeito, ia meio distraído no trânsito e posso ter ficado com a ideia errada que se tratava do José Cid. Poderá ter ajudado o facto de eu não conhecer a canção pois nos tempos áureos do Paulo de Carvalho eu era mais marrabenta. Dito isto, não sei o que é que a foto do José Cid fica agora a fazer no cimo do post mas, quanto mais não seja por razões estéticas, deixo-a ficar. Uma vez mais um obrigado ao Torquato de Luz.
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Balneário em chamas

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... era o título de uma crónica do jornalista João Rosado na edição de hoje do DN. Fui ler para ver se os prejuízos tinham sido elevados. Afinal era o Katsouranis e o Luisão que se iam pegando à estalada.

Uff!
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Economia doméstica



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A história é simples e conta-se em três penadas. Um qualquer aumento nas reformas de pensionistas terá efeitos retroactivos, pelo que cada pensioonista, pelo menos os abrangidos pelo aumento, teria direito a receber mais nove euros e qualquer coisa. O governo, então, decide, que esses €9 sejam pagos sim, mas em fracções vincendas de 1/14 , ou seja cada pensionista receberá cerca de €0,68 a mais nos próximos catorze anos de vida. Se não morrer antes, mas se esse for é o caso, é a vida, como diria o outro. Ou é a morte, digo eu.

Perante tão ridícula como abusiva medida, e aqui está o lado espantoso da história, ouvi hoje na rádio um secretário de estado a explicar que o dinheiro devido aos pensionistas seria pago nas tais catorze fracções mensais porque... segurem-se... o governo sente-se na obrigação de zelar pela economia doméstica dos seus cidadãos que precisam de pagar o pão e a conta da água todos os meses (os exemplos do pão e da água são do próprio secretário de estado).

Verdadeiramente grave, para mim, já nem será o facto (abusivo) de o Estado dispôr de uma quantia que não lhe pertence, é propriedade dos pensionistas e protelar a sua liquidação por catorze meses mas, sobretudo, esta insólita atitude de dizer aos papalvos que lhes pagam em catorze vezes porque estão preocupados que os sessenta e oito cêntimos venham a fazer falta para o pão e para a água. Se é certo que o pai desta ideia brilhante, seja quem for, o terá feito pensando na poupança que representa um pagamento diferido em catorze prestações sem juros, é sobretudo grave um secretário de estado com ar de rapazote espigado ter feito as afirmações que fez na rádio e, e aqui reside o verdadeiro perigo, parecer acreditar piamente no que estava a dizer.

Não é admissível, isto que parece ser uma espécie de mentalidade que por um lado faz lembrar o merceeiro que nos roubava no peso da manteiga quando eu era miúdo e, por outro, nos anuncia, o estabelecimento gradual mas seguro de elites de iluminados que acham ter a prerrogativa de dever cuidar das finanças domésticas. Sobretudo elites provindas de um partido que de finanças só parece perceber das próprias, porque das públicas nunca elas lhes mereceram qualquer respeito, atirando o país para o tal pantanal de Guterrres.

Estou simplesmentee siderado com o que ouvi no forum desta manhã na TSF.
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segunda-feira, janeiro 07, 2008

15 passos para deixar de fumar (pela DGS)



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Não me ocorre alguma vez ter assistido a uma tão longa, esmiuçada e extreme campanha de zelo pela saúde dos meus concidadãos como aquela a que se assiste agora a propósito da lei de proibição do tabaco. É patético, é imoral, é um insulto. Sobretudo porque o zelo nacional costuma pôr a nu o pidezinho pelintra e mauzinho que a maioria de nós carrega, como se de um fado se tratasse. Porque mais do que os malefícios do tabaco, passam a interessar as oportunidades de exercermos a nossa autoridade, especialmente por parte daqueles que a não podem exercer em mais lado nenhum.
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BLoose 07/08



[2249]

O campeonato da segunda circular arrasta-se penosamente. Lá pelos lampiões andam à estalada e pela lagartagem há indícios claros de que a bola atrapalha. Pelas Antas, a mediocridade mantém-se, suficiente, todavia, para ganhar por muitos aos inofensivos vizinhos da mouraria.
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Wait a minute, wait a minute… ou "hope and change" no feminino

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A retórica habitual do change and hope no seu melhor. Desta vez com uns tiques a que Hillary não conseguiu furtar-se. Arrogância e uma insuportável intolerância, Sócrates no seu melhor. É a atitude habitual daqueles que acham que sem eles ou depois deles é o dilúvio - e que vivem rodeados de uma massa informe de estúpidos que é necessário pastorear.

Via Insurgente

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domingo, janeiro 06, 2008

Parabéns a você




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Birthday flower bouquet
by Carol Karden, pintura a óleo

Prá menina Madalena
Uma salva de palmas


Um grande beijinho de parabéns e conta muitos. Uma data deles e não penses na Lurdinhas.
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O Fanatismo da Tolerância


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“O Governo socialista de José Luis Zapatero resolveu suprimir o ensino religioso, facilitar o divórcio e permitir o casamento de homossexuais. O objectivo é o "reequilíbrio" da Espanha, que, segundo parece, trinta anos de democracia deixaram excessivamente católica e "franquista". Dentro do seu papel e do seu direito, o arcebispo de Madrid e o arcebispo de Valência convocaram uma pequena manifestação de protesto (160.000 pessoas) contra a "cultura do laicismo" e contra leis que alegadamente contrariam o "matrimónio indissolúvel" e a "transmissão da vida". O Governo de Zapatero acusou logo a Igreja de se intrometer na campanha eleitoral (a 9 de Março há eleições), de fazer um comício como um vulgar partido (no caso, o PP) e de "ignorar" e "não respeitar" os princípios da liberdade.
Em Espanha, e na "Europa" inteira, ninguém se lembraria de criticar ou de inibir manifestações contra o ensino religioso, pela facilitação do divórcio ou pelo casamento de homossexuais. Como ninguém se lembra de criticar ou de inibir manifestações por formas de autonomia nacional que roçam, ou até entram, pelo separatismo. E obviamente ninguém pede que se ponha fim a uma certa propaganda islâmica ou, se preferirem, de ensino corânico, que prega a perversidade essencial do Ocidente e tenta promover a sua expeditiva eliminação. Tudo isto a "Europa" acha legítimo; e sobre tudo estende a sua simpatia. Em contrapartida, cai o céu se qualquer católico, padre ou Papa, se atrever a afirmar activamente o que pensa. A "Infame" deve estar calada ou, pelo menos, ser discreta.
O fanatismo, o da Espanha (de Zapatero) e o da "Europa", não é novo; e o fanatismo anticatólico também não. É só estranho que este se funde na "diversidade" e o aceitem em nome da "tolerância". Uma "diversidade" imposta e limitada pela força do Estado, que não levanta a mais leve dúvida ou o mais leve incómodo. E uma "tolerância" reservada ou recusada pela ortodoxia oficial, que se tornou o argumento supremo da intolerância. O mundo moderno e a opinião que o sustenta autorizam o que autorizam e proíbem, muito democraticamente, o resto. As democracias, como se sabe, produzem com facilidade aberrações destas. Quem não gosta que se arranje ou se afaste. O Papa Ratzinger previu para a Igreja uma era de quase clandestinidade. Provavelmente, não se enganou.”


Crónica de Vasco Pulido Valente no Público de ontem. Retirado, com a devida vénia, do Portugal dos Pequeninos.
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