sexta-feira, junho 13, 2008

Alguém me explica?


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Ainda não consegui perceber a histeria que vai pela esquerda a propósito da vitória do “não” irlandês. Eu sei que a esquerda pensa muito bem, lê muitos artigos, é sensível, correcta e assim mas podia ao menos explicar às pessoas porque é que está tão satisfeita. É que vai pelos blogues um "foguetório" danado mas ainda não li um post que me explicasse o porquê da alegria. Provavelmente, como de costume, a esquerda está contente mas não sabe bem porquê. Saberá a esquerda que algumas das razões principais que conduziram ao “não” foram exactamente questões tão conservadoras como a do aborto e da eutanásia? Mas é o costume, a esquerda roça as fronteiras do clímax sempre que alguma coisa remeta, remotamente que seja, para a teoria da desconstrução e ainda que possa dar o aspecto aos mais incautos que obteve mais uma estrondosa vitória.

Ao menos, algumas distintas personalidades do Porto estão satisfeitas mas nós percebemos que é porque o tratado se chama “Lisboa”.

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6 Comments:

At 11:50 da manhã, Blogger Unknown disse...

Não é só a esquerda!
O Tratado d Lisboa é uma violação da cidadania de todos os cidadãos da Europa.
É bom que morra rapidamente ou ainda acabamos todos em guerra.

 
At 6:35 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

o raio
Lá está... gostava era que me explicassem porquê!

 
At 10:36 da manhã, Blogger Unknown disse...

Está enganado. Eu não fiquei contente com o chumbo irlandês.
Mas julgo que o nome 'Lisboa' dá azar - como hoje escrevi no Correio da Manhã...

CAA

 
At 10:47 da manhã, Blogger Unknown disse...

Caro espumante,

O Tratado de Lisboa é a entrega da Europa aos grandes, mais nada.
Uma leitura atenta duma versão consolidada do Tratado (ou da Constituição, é a mesma coisa) mostra muito do que foi escondido.
Por exemplo, o número de Comissários deixa de ser igual ao dos países e passa a ser feito numa base rotativa. Certo?
Bom, há mais, os países perdem a possibilidade de nomear um comissário, só podem é recomendar um nome que pode ou náo ser aceite.
E o Presidente da Comissão em qualquer altura pode obrigar um comissário a demitir-se e, last but not least, a rotatividade´leva em consideração a geografia e a demografia. Isto é, Malta irá ter um comissário de 50 em 50 anos (ou maia) e a Alemanha perderá um comissário de 50 em 50 anos, ou mais.
Depois há os métodos utilizados para ratificar o Tratado de Lisboa. Embora eu até ache que não se deve abusar de referendos, acho-os necessários para volta e meia agarrar os eleitos às massas que os elegem.
Neste caso o divórcio é de tal forma flagrante (se a Irlanda tivesse ratificado no Parlamento o "Sim" teria tido mais de 90% dos votos) que nos mostra que qualquer coisa vai mal com a democracia representativa. Isto é agravado pela recusa dos eleitos em reconhecerem este divórcio.

O problema é extremamente grave, se o Tratado fosse ratificado por referendo em todos os países, provavelmente seria rejeitado em mais de metade. Não é possível continuar a ignorar este aspecto.

A UE já não é uma democracia, é uma "democracia" em que todos podemos ter as nossas opiniões desde que concordemos com a integraçºão europeia.

Historicamente todos os casos como este descambaram em guerras. A UE espatifou a sua oportunidade. Vai levar tempo a morrer mas, se não morrer depressa, acabará por morrer no meio de uma guerra.

Um abraço

 
At 6:38 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

CAA
Está "explicado".
Aproveito o comentário para o felicitar pela sua prestação ontem no Prós e Contras. Sério. sem ironias.
:)

 
At 6:39 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Raio
Há profundas divergências de opinião entre nós sobre a matéria.
Obrigado pelo comentário

 

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