terça-feira, março 31, 2009

A ler, que o discernimento dos outros não ocupa lugar

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A política económica de José Sócrates e do Ministro Manuel Pinho baseia-se no conceito de Estado Empresário. José Sócrates, Manuel Pinho e mais meia dúzia de assessores escolhem as áreas de negócio e os projectos em que as empresas devem apostas. Por vezes o Estado aparece como facilitador, graças ao sistema público de cunhas (também conhecido pelo sistema de Projectos com Interesse Nacional). Por vezes o Estado aparece como financiador (obras públicas). Por vezes aparece como comprador de electrodomésticos (Magalhães). Por vezes faz o papel de departamento comercial (Magalhães, Energie). Por vezes aparece como ideólogo (Via CTT). Por vezes aparece como parceiro pagante (carro eléctrico). Por vezes aparece como sócio gestor (Aerosoles). Em todos os casos, os homens do governo fazem conjecturas (que por natureza são falíveis) com o dinheiro público. O tempo de vida da maior parte dos projectos é muito superior a uma legislatura, pelo que já não estarão cá quando a maior parte dos projectos fracassar.

A óbvia questão que se coloca é a seguinte: Porque é que José Sócrates e a sua equipa haveriam de ter conjecturas melhores que cada um dos milhares e milhares de empresários portugueses? Sabemos que a performance académica de José Sócrates foi medíocre. Sabemos que ele não é conhecido por ser um empresário de sucesso no sector privado (mesmo pressupondo que são verdadeiras algumas histórias que se contam sobre o seu espírito empreendedor, sobretudo na área da arquitectura e intermediação de licenciamentos). Sendo assim, o que é que qualifica José Sócrates para ser o empreendedor com os mais valiosos projectos em curso em todo o país?


João Miranda no Blasfémias
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segunda-feira, março 30, 2009

Africa adeus...


Ellis Park - Johannesburg. Foto de 2008

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Não vamos a Johannesburg. Tinha planos para me sentar no Ellis Park, com um filho, com uma castle na mão e um pedaço de boer-wors na outra. Mas Carlos Queirós não deixa. Inventou uma barba, “meteu” mais um par de programas no computador para saber quantos pulos dá cada jogador, quantos quilómetros correram, quantas cargas de ombro sofreram e quantas vezes se “amandaram” para o chão, mas esqueceu-se da rubrica golos. Deixou-a vazia e os jogadores, cordatos, não metem golos nenhuns, para não lhe desequilibrarem o software.

Não marcamos golos. Não fazemos. Só falamos. Discutimos e, pior, recentemente zangamo-nos. Porque Queirós é muito científico mas não é líder, não conduz. Amua e, limpa a porcaria da Federação, tal como ele pedira há uns anos, vem ele e traz a porcaria toda outra vez. E a jogar toma opções que até eu, que percebo tanto de futebol como de gaitas escocesas, me arrepio só de ver. Uma salganhada de equipa onde ninguém se entende, apesar da excelência dos executantes.

Ainda que matematicamente possível, não vamos a Johannesburg. É espantoso como sempre que conseguimos fazer alguma coisa de jeito nos encarregamos de deitar tudo abaixo, num curto espaço de tempo…

E.T. Nem de propósito, acabei de ouvir Carlos Queirós, a partir de Lausanne. Diz ele que se sente capaz de levar a selecção à África do Sul. Para isso é preciso que a equipa jogue um jogo de cada vez. Está bem. Ficamos assim.
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Criancinhas didácticas


O admirável homem novo, praticando desporto

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Perante a insuportabilidade dos noticiários da RTP, tenho-me mantido informado através das outras estações. Mas ontem, por qualquer desígnio, aterrei no canal estatal e acabei por me quedar numa série de notícias que não são bem notícias. São mais factos. Factos alinhados duma forma pensada e objectiva no sentido de nos enquadrar na ilusão duma sociedade alinhada, asséptica, solidária e, resumidamente, idiota. Ele foi o apagão ecológico (alguém teve mesmo o desplante de informar que dois biliões - SIC - de pessoas tinham apagado a luz de casa às oito e meia da noite), o desfile dos desocupados do costume que vão para a rua gritar que o capitalismo falhou, foi a palestra de não sei quem sobre o aquecimento global, foi o professor não sei das quantas que está alarmado com os fogos que este ano começaram mais cedo por causa do aquecimento global e, ainda, o inevitável senhor Ferreira a explicar-nos porque é que devemos andar de autocarro e metro em vez do automóvel, foi, afinal, um arrazoado de ideias (?) de gente que acorda, come e se deita com uma linha de pensamento politicamente correcto e para quem nada mais conta que não seja isso mesmo.

Ontem assisti mesmo a uma peça de noticiário que considerei roçar a pornografia. Após uma alocução sobre a impreparação das pessoas e do papel que as crianças podem ter na educação dos próprios pais em ocupar os tempos livres, apareceram alguns adultos com um ar compenetrado e sadio de corpo e de ideias a perguntar às criancinhas se gostavam mais de se levantar cedo e vir para a rua praticar desporto ou ficar em casa a comer chocolates. Sem embargo de pelo menos duas das criancinhas terem dito que preferiam ficar em casa a comer chocolates, as restantes gostavam mais de fazer desporto, claro (imagine-se, que as crianças aprendem depressa…), e explicavam como é que acordavam os madraços dos paizinhos para irem com eles em vez de ficarem em casa a ler o jornal. Tudo isto no meio de repetidos comentários ao facto de que as crianças têm um papel importante na sociedade a educarem os pais. Assim mesmo, com estas palavras.

Esta cena releva de uma forma doentia de se “estar” na vida. Alguém deveria explicar a esta gente que não é por se viver em colectivo que se poderá e deverá perder a expressão mais valiosa da vida humana e que é, clara e saudavelmente, o livre arbítrio, no estrito respeito pelo individualismo e liberdade do próximo. Muito menos se deveria arrogar o direito de achar que deve pôr criancinhas a ensinar pais ignorantes e de outra época. Ter psicólogos a vir à televisão explicar às criancinhas que os pais são mandriões, que são de outra época e que está nas mãos delas, das criancinhas, ensinar os pais a caminharmos para uma sociedade melhor e mais sã é um autêntico atentado à inteligência e à liberdade das pessoas. Mas, infelizmente, a sociedade vai engordando com os guardiães dos bons costumes e da saúde de cada um. Que acordam a pensar como deverão chatear o próximo, até irem para a cama. Provavelmente porque na cama não terão ninguém para chatear ou que os chateie a eles. Vai daí lançam-se na construção do homem novo, para uma sociedade nova. E acham que devem usar as crianças. Quem melhor?

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sábado, março 28, 2009

Da vantagem de ter uma prima organizada

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E não. Não tem nada a ver com Sócrates nem com o Freeport. Tem a ver com a vantagem de se ter uma prima organizada e vizinha, salvadora da Pátria quando a Internet nos prega partidas na própria casa. E isso vale-me poder vir aqui (a casa dela) dar uma saltada e pôr a escrita em dia, mais propriamente a leitura em dia. Queria saber como se estava a reagir às "últimas", designadamente
o racismo mal disfarçado de Lula da Silva, quando acusou os brancos de olhos azuis das malfeitorias correntes do mundo e o DVD que, mau grado não contar para as contas do nosso Ministério Público, veio reforçar a ideia do lodaçal que por aí vai com a história do Freeport.

Quanto a Lula confesso que não me surpreendi um bocadinho que fosse. O racismo tem destas coisas. Se há racistas que o são porque se acham superiores a outrem há outros racistas que o são porque não suportam sentirem-se inferiores, mesmo quando o não são. Estes últimos geram um inapelável ódio pelo conforto, abundância e parâmetros de qualidade de vida que os blue-eyed whites conseguiram criar para o seu ambiente de vida e os primeiros sublimam a arrogância de pensarem que o mundo poderia ser ainda melhor se não fossem os coloured de olhos castanhos. É a tragédia antiga, mais antiga que a Grega, tão antiga como o mundo. O que seria de esperar é que o conhecimento e a técnica fossem acompanhados por uma consciencialização desta velha questão, o que manifestamente não tem vindo a acontecer. Lula deu agora mesmo um bom exemplo desse ódio que, por muito que tente disfarçar, lhe corre nas veias.

Já o DVD sobre Sócrates me parece um indicador seguro de que a única saída airosa para esta cena triste era a demissão pura e simples do primeiro-ministro. Inocente ou não, ele deveria ter estrutura suficiente para nos poupar a toda esta vergonha. Ao fim e ao cabo, a habitual estridência madeirense fez-nos recordar isso mesmo. E se há coisas em que nos sentimos compelidos a concordar com Jardim, esta é uma delas.

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quinta-feira, março 26, 2009

O fado do enfado de Jorge Sampaio


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Do Brasil chega o som do enfado de Jorge Sampaio, por força da vanidade das notícias que lhe chegaram ao Brasil, sobre a Pátria. Porque durante quatro dias só ouviu falar do penalti ao Sporting e do Provedor de Justiça, disse ele sem chorar.

É muito irritante a forma apessoada e de presumido lustro intelectual como Jorge Sampaio se expressa. Não falo da sua habitual inextricabilidade, a sua "complexidade linguística no arredondamento do conteúdo", falando ele de penaltis do Sporting, do tempo, ou dos mais delicados assuntos de Estado. Mas antes da sobranceria que imprime a tudo o que diz. A mesma, afinal, que usou, enquanto Presidente da República, quando a lana-caprina corrente lhe dava jeito e espaço para congeminar acções de grande relevância na vida política nacional. Como se viu, afinal.

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Angola bela



Fenda da Tundavala. Dois mil metros de desnível a percorrer em menos de 50 km. Lá em baixo, o caminho para o Namibe.

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Descobri este blog sobre Angola. Tem muitas dezenas de fotos e muita informação. Para aqueles que conhecem o país, surgirão muitas surpresas. Para os que não conhecem, sobrarão momentos de verdadeira magia.


Fenda da Tundavala, de novo. Acima das nuvens...


Tive o privilégio de conhecer Angola e Moçambique em profundidade. Não pude, assim, deixar de sentir um pequeno estremeção de saudade e emoção ao recordar alguns cenários de um país fabuloso na sua beleza e diversidade. Afinal, só lá vivi dez anos. Mas tive o privilégio de conhecer o país de Norte a Sul. Das florestas do Maiombe ao deserto da Namíbia, passando pela anhara imensa do Planalto Central.
O angolabelazebelo vai já para a coluna da direita e merece uma visita. Experimentem.

Quem se lembra do "treme-treme" em Luanda?



O "treme-treme" lá está. Não sei se cumpre ainda a "nobre missão" que o caracterizava e lhe valeu o epíteto. Degradado, velhote e, quiçá, cansado, lá está, esforçando-se por manter a dignidade. A fazer as saudades tremerem!

Nota: As fotos são do blog referenciado.
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terça-feira, março 24, 2009

Barrigada de futebol


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Ontem foi um fartote de futebol, na televisão. E de Lucílio Batista, o homem que achou que, teve a certeza de que, intuiu, perguntou, expulsou, não pediu desculpa, passou mal o domingo e, num remate dramático de fim de saga, foi ameaçado de morte.
Registo três pontos desta salada toda:

1. – A extrema elegância e coerência do presidente do Sporting Clube de Portugal;
2. – A desfaçatez e falta de densidade com que um tal João Gabriel (parece que já foi porta-voz de Jorge Sampaio…) veio debitar uma torrente de declarações patéticas. Curiosamente imbuídas de um certo tipo de "politiquês" o que só veio agravar as patetices que disse. Gostei particularmente daquela parte em que diz que o Benfica tem assistido, com muita paciência, à tentativa do Sporting de condicionar os árbitros. Acho que aproveitando a paciência do senhor, alguém no Benfica lhe devia oferecer umas luvas de box para ir catar qualquer coisa a alguém;
3. – A habitual parolice de alguns portistas (Pôncio Monteiro incluído numa frisa de reputados bloggers desta praça) que aproveitam este caso para tentar branquear as situações menos claras (para não dizer escuras, que nestas coisas, os suspeitos só deixam de ser inocentes depois de condenados e da condenação transitar em julgado, já percebo de justiça que me farto…) em que o FêQuêPê se tem visto envolvido. Neste particular achei delicioso o aparte de Eduardo Barroso que à pergunta de Pôncio Monteiro sobre se Lucílio Batista teria actuado com intenção, respondeu que acha que não. Pelo menos não lhe consta que Lucílio Batista tenha ido a casa do presidente do Benfica pedir ajuda para um caso pessoal.

Já agora, também me desfiz a rir com a afirmação de que Lucílio Batista é do Sporting. Por mim tenho a ideia de que a maioria dos portugueses são intrinsecamente do Benfica. E ser do Benfica significa agir em conformidade. E depois há uns quantos portistas que não hesitam em se enganar a pagar facturas de férias ou ajudar árbitros em problemas particulares, o que manifestamente não é crime. Resta o Sporting, a tentar sobreviver na bagunça.

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segunda-feira, março 23, 2009

Uma questão de concordância


[3034]

Pedro Silva foi incorrecto em "atirar com a medalha". Concordo. Mas num país onde o absurdo se instalou e a trapaça encontra o caminho da verdade dos factos, tenho de reconhecer que é saudável uma explosão daquelas. Ao fim e ao cabo, não muito diferente daquilo que Nascimento Rodrigues fez. Farto de um Partido Socialista rocambolesco e com o sentido proprietário de todos os centros de decisão política que se lhe conhece, Nascimento Rodrigues não fez mais que "atirar com a medalha". No fundo, o nível da política do Partido no Governo é tão rasteiro como aquele penalty que Lucílio Batista inventou no Algarve.

Tchin Tchin ao arremesso da medalha de Pedro Silva e ao "eles comem tudo" de Nascimento Rodrigues. É que há alturas na vida em que só este tipo de linguagem é entendível.
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Valias mais ou menos


[3033]

Regresso ao lar doce lar, ligo a TV e oiço, de chofre, a propósito da chegada de jogadores à concentração de estágio para o Portugal vs Suécia:

Repórter da TVI24: - João Moutinho, o facto de Ibrahimovic jogar é uma menos valia para a Suécia ou uma mais-valia para Portugal? (menos valia tem de ir sem hífen porque o corrector dá erro. E muito bem…)
João Moutinho: - É assim. É uma menos valia para a Suécia e uma mais-valia para Portugal.

Siderado com a argúcia e brilho de ambos, senti-me em casa. Por várias vezes disse que falar mal é uma arte. Expressarmo-nos é uma arte ainda mais difícil. Em qualquer dos casos, tudo faz sentido. Pouco tempo depois ouvi Sócrates dizer que não está mais gordo, ao contrário do que se diz por aí (este homem anda mesmo com as campanhas negras engatilhadas…) e que desde que deixou de fumar tem mais resistência. Calcule-se. Quem diria! Mais tarde, Sócrates ajustou aquele tom paternalista que ele agora usa desde que Pacheco Pereira começou a dizer que a arrogância do homem se está a tornar insuportável e explicou-nos que o PSD acha mal a escolha de Jorge Miranda para Provedor de Justiça. Mas ele acha bem. E por isso não tinha nada que mudar por causa da birra do PSD. E mais. Há 19 anos que é o PSD é que escolhe o provedor. Logo, portanto, por conseguinte… a birra é do PSD mas ele que é que acha que não pode ser. Nove anos? Não, Sócrates acha mal. E era o que mais faltava.

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sexta-feira, março 20, 2009

Volto já


[3032]

Vou ali e já venho. Bom fim-de-semana para todos
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Porca de vida


[3031]

Estuguei o passo na direcção do carro, porque ia com pressa, quando ele me viu. Olhou-me de frente e rogou-me que fosse “ali” com ele num instantinho.

- Para quê? Perguntei eu.
- Roubaram-me tudo, senhor doutor (qualquer gravata num par de sapatos engraxados a entrar num carro preto é doutor, ali no estacionamento contíguo à Basílica da Estrela).
- Mas roubaram o quê? Donde?
- Venha cá senhor doutor, veja-me isto.

E encaminhou-me para um canto exterior da igreja onde, num pedaço de relva velha, vislumbrei uma espécie de toalha de cozinha, um copo de plástico e um saco. Apontou para os pertences e disse:

- Roubaram-me as mantas e dois pares de sapatilhas. Andam aí uns filhas da puta que roubam tudo. Enquanto arrumamos os carros eles vêm e levam tudo. Se os vejo, mato-os.

Sem lhe perguntar quem eram os outros dei-lhe outra moeda e regressei ao carro. Entrei ainda a tempo de relancear os meus olhos pelos dele e eles me terem parecido brilhantes demais para estarem secos. Liguei a ignição, ajustei o cinto, sintonizei a música e mergulhei no conforto obsceno do trânsito em direcção a casa. Para trás ficou um homem a quem lhe “assaltaram a casa”. Levaram-lhe os cobertores e dois pares de sapatilhas…

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Liberdade de expressão


[3030]


Este vídeo tem passado na televisão e na rádio e é absolutamente inconcebível. Pergunto-me o que aconteceria se o mesmo tivesse sido feito no tempo de Santana Lopes. Estamos perante o cúmulo do descaramento. Eu, que até acho as manifestações correntes uma pornochachada e me eriço quando sou apanhado por elas no trânsito…

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quinta-feira, março 19, 2009

Dia do progenitor A?


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Sem embargo da minha indiferença pelos "dias de", como frequentemente refiro, há que registar que o "dia do pai", que hoje se celebra, terá os dias contados. A fazer fé na veloz progressão do nosso aggiornamento com a sociedade moderna, impoluta e moralmente superior, em breve o dia do pai passará a ser o "dia do progenitor A". Mas alguns filhos vibrarão ainda com o carinho de darem um beijo ao pai e alguns pais estremecerão, igualmente, com o mimo dos filhos que geraram (é, o casamento, entre outras coisas, também serve para fazer filhos), criaram e amaram.

Mas os tempos mudam e, com ele, as vontades dos homens. Neste caso, como em outros, há que ir dizendo aos filhos e pais mal habituados que "se habituem". Com a frieza e pragmatismo com que António Vitorino usou a expressão a propósito de uma treta qualquer sobre a acção do Partido a que pertence. E enquanto o hábito vai e vem, folguemos as costas no sentimento ímpar de se abraçar um filho. E sorrir, quando no momento do abraço perpassar toda uma vivência de amor e cumplicidade que modernismo algum poderá, alguma vez, retirar. Ou mudar.
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"Eles comem tudo"


[3028]

“Abúlico” ficou Vitalino Canas depois de Nascimento Rodrigues lhe ter saltado a tampa, com estrondo. O Provedor sente-se ultrajado com a demora da sua substituição e não hesitou em afirmar que eles, em matéria de “lugares”, no PS comem tudo. Como se não soubéssemos.
Vitalino foi caricato a reagir, e nem expressar-se sabe. Vera Jardim, mais respeitável, disse que Nascimento Rodrigues foi “lamentável”. Mas que eles comem tudo, comem. E de há muito que perderam a vergonha.
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A abulia dos preservativos


[3027]

É deprimente. Triste. A sanha e a prosápia com que alguns dos habituées do Forum da TSF, hoje por hoje uma verdadeira montra nacional, se referiram ao Papa e à sua ”blasfémia” sobre o uso do preservativo em África é um retrato muito nítido daquilo que realmente somos. Poucos, muito poucos, conseguiram abordar com dignidade o “magno problema” das declarações do Papa a caminho dos Camarões, uma declaração habilmente descontextualizada pela nossa comunicação social e que a TSF achou merecer honras de Forum. A vilanagem atacou e ouviu-se de tudo. Desde o “senhor Papa” até às declarações “abúlicas” (eu seja ceguinho), passando pela maioria dos padres que são pedófilos e retrógrados, representantes duma igreja criminosa, tudo serviu para emular a nossa sociedade modelar, culta, moderna, letrada e, sobretudo, idiota.

O festim anti-papa foi aberto pelo teólogo Pureza (e eu que julgava que era sociólogo desde o Prós e Contras...) que debitou uns sólidos dez minutos de prédica alarve e que não deslustrou em nada aquilo que eu dele já ouvira na RTP.

Não resisto em repetir o “abúlicas” de um ouvinte iracundo de Gondomar (acho que era de Gondomar). As coisas que a nossa gente sabe. O tal participante deve ter ouvido o termo na "abulia" poética de um qualquer convento abandonado do Norte, onde ele suspeita que os padres andam a molestar as criancinhas. São uns abúlicos, estes sacerdotes!
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A 5ª frase


Arroz são - Programa mundial de alimentação

[3026]


A corrente da página 161 ataca de novo. Já tinha sido encadeado em 4 de Novembro pela Madalena e pelo RAF e correspondi através do meu post 2126. A parte curiosa é que ela pode muito bem ter dado a volta pela blogosfera.

Desta vez foi a Rititi e acedo com muito gosto (gostei muito do teu post no Retiro). Porém, respeitando a verdade dos factos terei de transcrever uma frase chatíssima, mas é a que consta como 5ª da página 161 do livro que estou a ler (por necessidade, está bem de ver).Aqui vai ela:

“Because grain samples taken in July and August showed very low densities of R. Dominica in the grain, we added 400 R. Dominica adults to each bin on September 2005”.

O livro é uma edição do Instituto de Investigação Científica Tropical e os autores são Romano Mancini, da Sociedade Europeia de Arroz, SA, Portugal, Maria Otília carvalho, do Instituto de Investigação Científica Tropical, I.P., Portugal, Blaine Timlick, da Canadian Grain Commission, Canada e Cornel Adler do Federal Research Center for Cultivated Plants – Julius Kuehn Institute, Germany.

Mas para que o post não fique insosso de todo, aqui deixo um poema de um livro que tenho neste momento à cabeceira, “Por Amor e Outros Poemas” do "nosso" Torquato da Luz. Talvez o poema, do livro, de que mais gostei.

Talvez eu volte um dia. Ninguém sabe
que mistério se esconde atrás da porta
que para mim já se entreabre.
De resto, pouco importa
se volto ou não. Interessa é que vivi
o mais intenso que consegui.
Amei e fui amado. E, se também
por vezes odiei ou houve alguém
que me tenha odiado, já esqueci.
Estou, assim, preparado para quando
a porta, enfim, se abrir e eu entrar
no mistério que, não voltando,
Não terei de revelar.


E agora excluo aqueles que há uns meses encadeei e passo a missão:

À Sinapse
À Spring
Ao António de Almeida
À Hipatia
E à Laura (para ver se “acorda”)
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quarta-feira, março 18, 2009

As pombinhas da Cat'rina


Pombais construídos pela C.M. de Loures em terrenos proibidos. Mas como a Ana nunca se queixou...

[3025]

Este país é um local estranho. Ou não é estranho mas é habitado por criaturas estranhas. Isto a propósito de a TSF ter sacudido a poeira de um dos dossiês adormecidos nos arquivos das memórias, no qual se trata das centenas de pombais e milhares de pombos existentes nas áreas adjacentes ao perímetro do aeroporto de Lisboa.

O facto de haver uma lei de 1983 que proíbe, tout court, a existência de pombais numa faixa de quatro quilómetros à volta do aeroporto não deslustra as opiniões dos cidadãos sobre o assunto. Há quem diga que os pombos não voam na área das pistas, há quem afirme que os pombos têm medo do barulho dos motores dos aviões, há quem vista o verde ecológico e ache que se deve deixar viver os animais, há, até, ciência assertiva segundo a qual os pombos nunca defecam fora dos pombais. Só em viagem. Este último argumento garante, assim, que um avião da TAP até pode cair com um pombo numa turbina mas, garantidamente, com a fuselagem limpa de cagadelas (SIC) dos pombos.

Tudo isto é dito em tom sério e, até, com aquele ar de sapiência que os portugueses imprimem a tudo aquilo que acham que está apenas ao alcance da sua competência e sabedoria, em regime de exclusivo, como avaliar a qualidade de um melão num supermercado, a frescura de um carapau pelas guelras ou explicar uma jogada de futebol que meta um avanço pela ala com um lançamento de fundo para o extremo que entretanto bascula (de bascular, mesmo) e assiste o ponta de lança que deve aplicar uma cabeçada de cima para baixo.

A notícia do dia é rematada pelo espanto de um autarca lourense que diz saber qualquer coisa sobre a lei mas que a Ana nunca se queixou. Talvez por isso a Câmara de Loures está a construir um pombal no valor de € 360.000. Seja o que for que isto queira dizer…
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segunda-feira, março 16, 2009

O mandato aspirado de Nascimento Rodrigues


Nascimento Rodrigues, com o contrato "aspirado" há nove meses

[3024]


"Vários têm sido os nomes indicados para suceder a Nascimento Rodrigues, cujo mandato aspirou em Junho de 2008 e que já mostrou vontade de sair..."

O Público errou.
Ou não, talvez tenha sido uma estraçãozita. Com o stress dos dias quem é que se atreve a amandar a primeira pedra?

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Mistérios da regionalização


[3023]

Gabriel Silva, no Blasfémias, insurge-se contra o facto de as regiões (não sei bem quais) não terem sido vistas nem achadas nas discussões em Bruxelas que conduziram à concessão excepcional de cobrança de 5% de IVA nas portagens das auto-estradas/pontes de Lisboa.

Para além da designação de auto-estradas de Lisboa ser algo abrangente, eu concordo com o Gabriel Silva. É que se em Lisboa se paga 5% nas portagens das pontes e auto-estradas porque carga de água é que nas pontes e auto-estradas do Porto nem portagem se paga?

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16 de Março


[3022]

Aqui fica uma flor da tua terra, a rosa de porcelana, uma das mais bonitas flores angolanas. E digo angolana porque, embora não seja única, é lá que ela abunda e adquire o viço tropical.

Serve para celebrar o dia e deixar-te aqui um beijo de parabéns muito grande.

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Manifestar já, pelos "direitos" que há-de ter


[3021]

Uma estudante de enfermagem afirmou à TSF que estava na manifestação porque “ainda estou a estudar mas, quando acabar, é certinho que vou para o desemprego, e por isso tenho de começar já a lutar pelos meus direitos!”

Jorge R. Machado
pergunta, com toda a propriedade no Cachimbo de Magritte, "de que direitos é que esta futura enfermeira falava". Já numa manifestação de professores me lembro de ouvir uma jovem que se manifestava porque tinha acabado o curso no ano anterior e ainda não tinha emprego.

A perversidade que emana deste tipo de mentalidades é bem mais perigosa do que pode parecer. Os jovens foram industriados no sentido de que o emprego é como as couves da Anne Geddes. Abrimos as couves e aparece um bebé. Quando a jovem professora e jovem enfermeira abrirem as couves e não encontrarem o bebé… manifestam-se.

O drama é andar anos a dizer às pessoas que os empregos são como as couves da Anne Geddes. E neste particular o PS sempre teve uma queda especial para a horticultura.

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domingo, março 15, 2009

Rir pra c******


[3020]

A elegia de Gil Vicente e a apologia do palavrão. Carlos Vaz Marques, Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira e João Miguel Tavares.

Para amenizar a p*** da vida. Ver o vídeo aqui.

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sábado, março 14, 2009

De um lado chove e do outro faz vento



[3019]


Nesta coisa de manifestações, o normal seria estar do lado dos manifestantes contra o governo, ou do lado do governo contra os manifestantes. Mas este país deve ser realmente muito peculiar. É que, vendo bem as coisas, dou comigo a sentir que não posso estar com este governo porque acho que está a efectuar uma gestão danosa do interesse dos portugueses, através de uma equipa de gente incompetente e com uma atroz falta de “densidade” (para usar um termo que considero feliz e muito apropriado do João Gonçalves), e que usa de uma arrogância provinciana e a raiar o insuportável de cada vez que se dirige aos seus cidadãos. Por outro lado esbarro com uma amostra populacional de gente que continua adormecida e padronizada no "estado providência" que tudo tem de fazer pela sua felicidade, sem que lhes ocorra alguma coisa que possam fazer pelo seu próprio país. É a rapaziada dos "nove às cinco", mais atilada e vivaça que conseguiu emprego para a vida e, com isso, considera ter almejado o seu grande objectivo na vida, e a maioria de gente mal informada e conceitos distorcidos por uma contínua maça de propaganda que lhes martelou uma cartilha redentora das injustiças do mundo. E era vê-los ontem, que a cada pergunta dos repórteres sobre a razão da manifestação balbuciavam que era pela perda dos direitos, pela carreira e porque Sócrates era mentiroso. Não consegui ouvir um argumento sério ou válido que fosse, tudo recaindo nesta ladainha pestilenta que a esquerda retrógrada e persistente foi usando para enformar os simples.

Triste é um país, assim, em que não conseguimos estar de bem com pelo menos uma das partes em conflito. Pela minha parte, começo a pensar que quem está mal sou eu. E nestas coisas, o velho ditado diz, com sabedoria, que quem está mal muda-se.

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A Marcha dos Grupos Excursionistas

[3018]

Passei agorinha mesmo pelo Marquês e o dia é de festa. São às dezenas as camionetas que trazem os excursionistas de todo o país para uma marcha de protesto contra qualquer coisa ou contra tudo, o que neste caso é a mesma coisa.

Observando com mais atenção os excursionistas, as suas bandeirinhas, as t-shirts alusivas e os bonés, o que vi? Apesar de vir do lado onde se concentravam os trabalhadores do sector privado, o que mais encontrei foram professores, mais professores, outros tantos professores, enfermeiros, trabalhadores da administração pública, reformados e muitos sindicalistas.

Na verdade, a grande maioria dos que estão em protesto contra o desemprego e contra a precariedade, são aqueles que não tem que se preocupar. Basta-lhes gritar e ameaçar que, com certeza, haverá sempre um contribuinte disponível para ser ainda mais esfolado na satisfação das pretensões dos exuberantes excursionistas.

Na verdade é fácil compreender a diferença entre os manifestantes e os outros. Estes passeiam-se numa belíssima tarde de sol em Lisboa. Os outros são os que estão a trabalhar para lhes suportar as excursões.
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I want me bacon & eggs


[3017]

Hoje acordei com uma sensação esquisita. Sem pensar nem questionar fosse o que fosse, ainda mal rompera o dia, tirei dois ovos do frigorífico, um generoso pedaço de bacon e um tomate, daqueles muito redondinhos e vermelhos com o pedacinho de pedúnculo e rama a darem-lhe um certo sentido estético. Depois fui ao pote do café e coloquei uma boa porção de "Sical Gold moagem normal", para máquinas italianas, na cafeteira.

Após estes preliminares, e devo confessar que foram de gozo genuíno, deitei-me à obra. Estrelei os ovos numa frigideira, devidamente enriquecidos com sal e “ground pepper” e noutra coloquei as tiras de bacon que ali ficaram a "estralejar" na própria gordura e a adquirir aquela cor de colesterol em estado puro. Nesta altura já o café enchia a cozinha com um odor misto de paraíso e pecado. É quando me lembro do tomate, a um canto do tampo do balcão da cozinha, sozinho e esquecido e provavelmente a equacionar a virtude do seu apelo e não hesitei. Transformei-o em duas metades que foram direitinhas para o grelhador.

O final das operações saldou-se por um calórico pequeno-almoço, como dantes eu costumava ter, até a rotina portuguesa o transformar numa cena incaracterística e entediante de deglutição de um café com um queque de noz.

E garanto-vos que o pequeno-almoço me pode ter feito um bocadinho mal. Mas imediatamente compensado pelo bem que soube.

NB. Passo por cima do Marlboro final com que eu costumava rematar a primeira refeição. Era, para mim, o melhor cigarro do dia. Já não o faço desde as 10:16 do dia 2 de Novembro de 2005, o que não significa que não recorde cada micropartícula do prazer indescritível do cigarro matinal pós pequeno almoço, até um médico inventar que a nicotina não sei quê, as coronárias não sei quantos e os pulmões não sei que mais!

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sexta-feira, março 13, 2009

Shhiuuuuuuuuu


A proposta socialista estipula que o teor máximo de sal no pão passe a ser de 1,4 gramas por cada 100 gramas

[3016]


Guarde-se do momento o recato das solenes ocasiões. O Governo está ocupado com o projecto de lei da redução do sal.

E.T. Ouvi há pouco umas graçolas do comunista Bernardino. Entre outras, achou que à expressão pãozinho sem sal deveria ser concedida a graça de um diferente significado, que um pãozinho sem sal deveria passar a ser, concomitantemente, bom.

Aguardemos pela redução do sal nos croquetes. No fiambre. No paio e no salame. Nas salsichas e no presunto. Aguardemos, sobretudo, que de cada vez que esta gente se deita a fazer qualquer coisa eu não me sinta embaraçado pelo ridículo. Tudo isto começa a ser penoso…

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Levámos 7-1 e os alemães é que ficaram de cócoras


[3015]

Logo vi que a humilhação do Sporting em Munique tinha a ver com questões extra futebol.

Sempre achei que este ministro era um águia a negociar. Fiquei agora a saber da sua riqueza semântica e sensibilidade para falar sem saber bem o que diz. Era impossível que os 7-1 do Sporting fossem apenas caso do acaso…

A propósito da ignorância sobre expressões locais ou más traduções, ocorre-me uma notícia que ouvi ontem algures sobre a opinião de um jogador alemão, que terá dito que depois do jogo com Sporting estar resolvido, ele limitou-se a jogar e had fun. O nosso repórter ficou zangadíssimo e achou que o alemão tinha dito que se tinha divertido imenso e gozado connosco.

Fica aqui este exemplo para a Ti-Shelf (se o technorati ainda funcionar, o que me parece não ser o caso…).

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Tropical nights, breeze frou fou...


[3014]

Estes casos de turistas e violações acidentais sempre suscitaram em mim algumas angústias. Há cenários circunstanciais que induzem a situações fluidas para sedutores e seduzidos. Navios de cruzeiro e mesmo aviões (já Emmanuelle o demonstrava e não me consta que “o paradigma se tenha alterado” apesar do cada vez mais apertado espaço da classe turística, mas nada que um levantamento do apoio do braço e uma mantinha daquelas que Deus Pinheiro costumava roubar na TAP não resolva) são terreno demasiado escorregadio para que se faça juízos de valor para qualquer das partes. De resto há hoje um forte fluxo de “turismo de aventura” e essa aventura tanto passa pela travessia de um continente num veículo todo o terreno, como um mergulho no espaço devidamente amarrado a um paraquedista encartado ou, ainda, um mergulho nas águas mornas do Índico ou do Caribe com alguém experimentado que nos precate das alforrecas.

Em qualquer dos casos, o sexo acidental tem uma componente muito forte e não há como escamotear o facto. Que não é, de resto, pecado mortal, acho óptimo, desde que se respeite um mínimo de regras de ética e bom senso. O que acontece, como pode muito bem ser o caso vertente, é que o sedutor (ou seduzido) incauto pode transforma-se num “terrível predador”, se não se rodear de certas cautelas. É o que se poderá chamar de sexo seguro sendo que, na circunstância, sexo seguro pode significar estar-se seguro de que não se fica refém do parceiro/a para o resto da viagem ou da estadia no hotel. Lembro-me, por exemplo, de um hotel nas Maurícias (La Pirogue, já agora) que dispõe de um grupo de “entertainers” (crioulos bronzeados e espadaúdos) e de uma vez em que um deles se viu “grego” com uma turista alemã que, ao ver-se diluída na maré de outras pretendentes ao crioulo em causa, apresentou uma queixa contra ele, por tentativa de violação. Não sei como é que "aquilo" ficou, espero que o rapaz se tenha safo (lembro-me bem do assédio a que ele fora sujeito durante a minha estadia) e a alemã acabou por viajar de regresso no mesmo avião que eu. Pelo sim pelo não, dei carinhosamente a mão à minha mulher de cada vez que a teutónica predadora olhava para mim.

Nota: Não faço ideia do que se passou neste cruzeiro. Só acho que uma violação por sexo oral… no salão de jantar… o barulho das luzes... tropical “heat”... champagne bubbles... blues sound, enfim, deixa-me estar calado para que me não me caia o mundo em cima.

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quinta-feira, março 12, 2009

...é fazer as contas!


[3013]

Estão ali na televisão a dizer-me que cada português está a perder €5/dia, a avaliar pelo aumento do nosso défice externo. Vejamos, então: Se eu reduzir 45 minutos ao período de trabalho da minha mulher-a-dias cubro o défice? Ela é que coitada, fica a perder €10 (5 de salário e 5 de défice). Mas se ela reduzir os bifes numa refeição semanal não conseguirá equilibrar a coisa? Mas, equilibrada a coisa da minha dedicada ucraniana, o homem do talho não ficará a perder, deixa cá ver… x = 5 + 10 Y ? Sendo que Y = ao número de serviçais ucranianas (gosto deste termo arrancado agorinha) que comprar bifes nesse talho? A não ser que o homem do talho reduza €5x/dia na carne destinada aos hambúrgueres e a substitua por sebo? Hummm, o melhor é não acreditar nesta gente e continuar a pagar à ucraniana. Depois logo se vê, ou não foi assim que Guterres nos ensinou há pouco mais de uma década atrás?
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E ela que não se cala…


[3012]

Manuela Ferreira Leite tem-se desdobrado nestes últimos dias em críticas ao Partido Socialista e ao governo. Não tarda muito, a comunicação social e alguns blogues estão a dizer que a senhora não se cala…
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Olha a novidade


[3011]

O F. C. Porto conseguiu ontem uma meritória passagem à fase seguinte da Champions, empatando com o Atlético de Madrid. Mas não me contenho em reproduzir palavras de Jesualdo Ferreira, após o jogo:

"Foi um jogo muito bom, vamos aguardar o adversário da próxima fase mas venha quem vier o F.C. Porto é capaz de tudo" (sic).

Pronto! Está inventada a cana para o foguete, pela voz de Jesualdo.
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quarta-feira, março 11, 2009

Isto está a ficar um local mal frequentado

[3010]

Não tenho uma particular simpatia por Manuel Alegre. Mas as regras da decência, boa vizinhança e respeito pelo próximo fazem-me pensar que declarações como estas de Carlos Candal deveriam suscitar um movimento qualquer, uma petição (como as que agora andam muito em uso nesta repartição), para que ele seja mandado para o pé do filho. Presumindo-se que o filho tenha ido para onde aquele deputado do PSD há dias o mandou.
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A "campanha negra", agora com especial incidência no norte


Ana Salgado.

[3009]


A irmã da Carolina Salgado agora resolveu acusar Pinto da Costa de lhe pagar 5.000 por mês e ajudá-la no negócio para depor contra a irmã.

Isto é que vai por aí uma onda de cabalas…

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Uma reflexão breve sobre as boas consciências relativas a Angola



Hotel Pestana - Luanda (projecto)

[3008]


Tenho alguma dificuldade em acomodar o coro de críticas que se ergue contra o regime angolano, cada vez que o assunto vem a talhe de foice. Angola é consabidamente um país de grande potencial económico e que despertou uma imensa cobiça, tanto no plano económico como no geoestratégico. Foi isso mesmo que percebeu Salazar, a União Soviética e os americanos. Só não o percebeu um punhado de almas impolutas que defenderam alegremente a estratégia da União Soviética. Umas vezes em consciência, como muitos dos que beneficiaram da nova ordem política que se instalou naquele país após a independência, fazendo fortunas a vender fardas e comida para os novos senhores da nova guerra, outra vezes agindo na pureza da sua arrepiante inocência, achando que se deviam entregar à nobreza da causa dos novos irmãos angolanos. E aqui se contam as almas bem intencionadas que voaram para Angola para colaborarem no novo país, a troco de ordenados baixíssimos, compensados pelo conforto da boa consciência.

O tempo passou, morreram milhares de pessoas e o Partido que os portugueses objectivamente apoiaram, na maior parte das vezes de uma forma execrável, promovendo alguns dos mais trágicos acontecimentos históricos que incluíram raptos, desaparecimentos e assassinatos e a situação evoluiu no sentido do mais forte. Savimbi foi morto como um varrasco em dia de festança e o seu legado, um Partido acomodado á nova ordem política, foi integrado o espectro político do novo país.

No fundo, nada desta história é muito diferente de muitas outras que fizeram a realidade africana. E Angola hoje percorre a senda de um país de sucesso, ainda que caldeado nas vicissitudes de um trajecto pouco recomendável. Nada de muito diferente de muitos outros países. E é aqui que verificamos que os portugueses têm uma oportunidade ímpar de beneficiar de parcerias estratégicas que poderão contribuir para um quadro de sucesso de assinalável abrangência. E aqueles que acham que devíamos ralhar muito com os angolanos e estabelecer um quadro de exigências que não teriam, hoje e ainda, qualquer cabimento na realidade do país, só mostram não ter um conhecimento adequado das realidades africanas e, por outro lado, esquecer ou escamotear as graves responsabilidades que tivemos no desenvolvimento do processo do nascimento de um novo país, passando por cima de um módico de ética minimamente desejável e do respeito por aqueles que eram designados pejorativamente por colonialistas e, mais tarde, retornados. Esse, sim, Parece-me o erro de base e a grande malfeitoria histórica. Foi ter entregue o poder a um grupo de marionetas dos próceres da União Soviética, sem qualquer representatividade no terreno que não fosse uma alegada retaguarda intelectual. E o resultado viu-se. Milhares de mortes, prisões, purgas, exílios, fugas e centenas de milhares de portugueses obrigados a refazer a sua vida pelos cinco cantos do Mundo.

Concomitantemente, era bom que aqueles que hoje acham que devíamos ralhar muito com Eduardo dos Santos, percebessem que, a ser assim, teríamos que ralhar com muita gente neste mundo, a começar por nós próprios. E deitar mão do pragmatismo próprio destas situações para que o maior número de pessoas possa beneficiar das imensas possibilidades que aquele país oferece. Sobretudo agora que o MPLA parece empenhado num esforço genuíno para colocar o seu país num quadro democrático. E quanto a corrupção… era bom que arrumássemos a nossa casa primeiro, antes de desatarmos a falar mal dos vizinhos. Ah! E valorizar um pouco mais a noção do ridículo.

Veja aqui alguns dos projectos em curso em Luanda
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terça-feira, março 10, 2009

Ditosa pátria…


[3007]

…ou uma das razões pelas quais o ponto 8 da confissão da Carlota é verdade.

Via RAF

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PNET-Moçambique

[3006]

O
JPT pede a divulgação da PNET Moçambique que inclui a coordenação de 140 blogues (em actualização) sobre Moçambique. O que faço com muito gosto.
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O custo do socialismo está pela hora da morte

[3005]

Sistema de educação gratuito, portáteis gratuitos, material de ensino gratuito, sistemas fiscal progressivo, sistema de saúde gratuito para pessoas de baixos rendimentos, medicamentos comparticipados, habitação social, subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego, rendimento mínimo, preços sociais da água, electricidade e telefone, electricidade e água subsidiadas para toda a população, subsídios às instituições privadas de apoio social, isenções fiscais para milhares de instituições sociais, reformas garantidas para todos, complemento de reforma para idosos, leis especialíssimas para apoio ao emprego jovem e ao emprego dos maiores de 55, código de trabalho que consagra o princípio do emprego vitalício, constituição que garante tudo e mais alguma coisa, incluindo o direito à habitação, educação, saúde e trabalho, dezenas de agências públicas de protecção do consumidor, leis anti-discriminação, licença de maternidade até 6 meses, abono de família, de nascimento e morte, transmissão da pensão de reforma para a viúva/viúvo etc etc

Nada disto impede situações de emergência social.

O Estado Social serve para quê, então?

João Miranda in Blasfémias
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O impoluto Bloco de Esquerda


[3004]

Eduardo dos Santos está em Lisboa. O Governo está a recebê-lo com lhaneza e seriedade como convém e deve ser o procedimento normal entre dois Estados que se reconhecem e com importantes interesses estratégicos instalados. O resto, o alegado envolvimento de Eduardo dos Santos e família em corrupção e grandes negócios poderá vir a ser alvo de alguma manifestação de rua que não sei, sequer, se está programada. Mas que um Partido com assento na Assembleia da República abandone o hemiciclo na sessão prevista com a presença de Eduardo dos Santos é que me parece perfeitamente idiota e mais ofensivo da Instituição do que do próprio presidente angolano.

O Bloco de Esquerda ainda não percebeu que ou faz parte do jogo democrático, e isso inclui os seus deveres institucionais, ou vai para a rua fazer escarcéu. Quer dizer, perceber, percebeu. Mas tem de saber que assim, jogar em dois tabuleiros é que não. Mas vindo de quem vem, não estranho nada.

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Falando de futebol ( 2 )


[3003]

Está instalada a confusão. Depois de um dos mais estranhos jogos de futebol a que assisti (apenas até aos 23 minutos, devo confessar), a grei manifesta-se contra aquilo que parece ser a trapaça do século, apesar do século ainda ir jovem. Grosso modo, o FêQuêPê jogava o primeiro lugar com o Leixões, uma equipa sensação desta época e aos vinte e três minutos a coisa não andava nem desandava. É aí que um defesa do Leixões, numa jogada que nem era perigosa nem deixava de ser e com o jogo a zeros, resolver dar um soco na bola na grande-área. Penalty (justo, claro) e golo. Pouco depois, um defesa tido como uma das peças-chave do conjunto leixonense resolveu fazer uma passagem de bola ao dianteiro portista que aproveitou, foi por ali fora, rematou e Beto, um dos melhores guarda-redes portugueses, afastou-se, fez uma vénia e deixou a bola entrar.

Estes são so factos. Há um outro pormenor (como aquele golo compensatório do Helton), mas o jogo já não interessava, resolvido que estava. A moirama reagiu, Rui Santos terá sido um dos primeiros a colocar graves suspeitas no alegado “arranjinho” e ontem tanto Eduardo Barroso como Dias Ferreira afirmaram alto e bom som que tudo aquilo cheirava a trapaça. A mim também cheira, mas, como se calcula, nada disto se pode provar. É um bocadinho como as gravações que toda a gente ouve e lê mas que não contam porque não sei quê, não sei quê.

Com provas ou sem elas, a suspeita está instalada e já se conhece a ladainha de que todos são inocentes até condenados e transitados em julgado blá blá blá. Mas o que verdadeiramente me comove é a forma como os portistas defendem a dama, fazendo dela um poço de virtudes. Ou isso, ou indo rebuscar casos de favorecimento de árbitros ao Benfica e ao Sporting por aí fora, até chegarem ao Calabote, como se uma coisa tivesse que ver com a outra. Ou, pior, "tudo bem, o jogo foi uma trapaça mas vocês também não podem falar muito".


Nada disto é muito surpreendente. Nós somos assim e assim seremos. Pelo menos enquanto nos deixarem. No caso vertente, o do futebol, percebe-se um pouco melhor a visão desoladora de estádios absolutamente às moscas. E não me digam que é da crise. A verdade é que a maioria das pessoas já pouco acredita "naquilo".

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Falando de futebol


[3002]

Um jovem alegadamente bonito, penteado cabelo a cabelo e com expressão de quem acabou de lhe roubarem a pastilha elástica, queixou-se ontem aos microfones dos repórteres ávidos, que acompanhavam a saída do Sporting a Munique, de que estava a ser vítima de uma campanha negra. Ou melhor, não era ele, era o Miguel Veloso, sendo que ele era o Miguel Veloso mas, como convém nestas coisas, ele discursava na terceira pessoa.

Caiu o Carmo e a Trindade e os jornais desportivos de hoje fazem capa do acontecimento. Acontecimento que ontem foi igualmente peça de honra no espectáculo burlesco da SIC-N e da TVI24. Por mim, não vejo bem onde esteja o problema. Porque se há-de exprobrar um jovem que se inicia nos meandros da fama, quando os exemplos vêm de tão alto como o primeiro-ministro? Afinal não é a campanha negra uma instituição nacional? Porque é que o pobre do Miguel não pode reclamá-la para ele também? Afinal e vistas bem as coisas, eles até são parecidos. O Miguel e o Zezito.

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segunda-feira, março 09, 2009

É preciso ter cuidado

[3001]

Será que isto se pega? E não há vacina? E antídoto?
Safa, que o mundo está perigoso…

Adenda: Afinal era a brincar. Peço desculpa. Amén.
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Importantizar a rigorosidade


[3000]

E este é o post 3000. Há que importantizar o facto porque sempre são três mil pedaços de vida ao longo de quatro anos e meio. E porque nunca pensei chegar a produzir tanto post. E digo "importantizar" porque ontem ouvi, eu seja ceguinho, esta frase vinda de um autarca falando de uma região qualquer protegida, uma das centenas de coisas protegidas aqui na paróquia. A coisa tinha a ver com a Vila do Bispo e uma zona de protecção de qualquer coisa. E disse o autarca: - Há que importantizar a rigorosidade (gaita que até me custa a soletrar…) da lei para etc., etc.

Duvido que esta facilidade com que pontapeamos a língua tenha paralelo com algum povo em algum país. Acresce que não estamos a falar de analfabetos. Esta "eloquência" provém, sobretudo, de gente que estudou mas que se revê numa luta contínua para usar uma linguagem rebuscada, do tipo da que ouvem na televisão. Digo eu…

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Portugal Novo


[2999]

Portugal Novo é o nome de um bairro às Olaias. Esta manhã estava bloqueado pela polícia porque uma família cigana tentou ocupar uma casa cujo residente * se encontrava com baixa no hospital.

Segundo a repórter houve tiroteio e uma agressão violenta a uma mulher grávida de sete meses que se deitou de barriga para baixo para proteger a criança, segundo a mãe da própria vítima.

Tudo estava mais calmo esta manhã, apesar do bloqueio da polícia e a uma pergunta da repórter Carla Trafaria sobre se tinham prendido alguém ou apreendido algumas armas, um graduado da polícia disse, visivelmente feliz e com ar de quem vê muitas notícias sobre os desproporcionados ataques israelitas aos palestinianos, que não. Não se prendeu ninguém nem se apreendeu nenhuma arma porque a polícia usou sempre os meios proporcionais. E com ar de dever cumprido lá seguiu o polícia, na paz, proporcionada, do Senhor, para a carrinha estacionada no Portugal Novo.

* Escrevo residente e não inquilino porque, segundo a repórter informou, ali ninguém paga renda. E ninguém paga renda porque, aparentemente, ninguém se entende. As casas são da Gebalis (que é uma coisa de que ouvi falar há uns meses e que metia uns cartões de crédito e umas despesas em viagens mas cujo noticiário, entretanto, estiolou - deduzo que os prevaricadores foram todos presos ou já devolveram o dinheiro à Câmara, não sei, porque entretanto nunca mais se falou no assunto) e o controle das rendas é muito difícil.

E assim vai o Portugal Novo. Às Olaias.
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