segunda-feira, maio 18, 2009

Uma questão de intensidade


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Que o futebol é uma patranha já todos nos tínhamos apercebido. Um logro, mesmo. Mas a grei continua a vociferar e a gesticular, transvazando emoções acumuladas e fruindo uma ilusão de poder e protagonismo, ainda que efémeros, através de cada palavrão, manguito ou mesmo um murro ou cadeira pelo ar. Mas a patranha tem-se agravado, ultimamente. É impressionante a forma de actuar de grande maioria dos árbitros. Não falo em erros, em fruta ou mera incompetência. Falo num fenómeno estranho que a todos parece assolar, qual seja o de apitar a todo o contacto entre jogadores, mesmo que esse contacto não passe de um ligeiro roço entre camisolas. Qualquer toque, que não derrubaria sequer uma criança de três anos, serve de motivo para o árbitro apitar falta. A seguir os comentadores falam de intensidade da falta… e eu pasmo como é que isto é possível. Os jogadores, manhosos como só eles, fazem verdadeiros acrobacias de circo de cada vez que são atingidos pela falangeta do dedo mínimo de um adversário que lhes possa ter roçado na ponta da manga da camisola. A seguir é falta e, sendo dentro da área, dando direito ao respectivo penalti.

É uma forma estranha de ser. O jogo Braga vs Benfica de ontem foi um bom exemplo. Mas só por ter sido ontem. Todas as semanas os exemplos abundam.

Nota: O árbitro Duarte Gomes disse ontem à reportagem, lacónico, irónico e arrogante que “hoje não empurro ninguém”. Não há ninguém que o empurre a ele?

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