segunda-feira, novembro 16, 2009

Uma questão de higiene


[3481]

Às vezes colho a impressão que alguns (muitos) dos políticos a quem estão entregues as rédeas de sectores fundamentais da vida do meu país, mais do que acatarem caninamente tudo o que emana do partido a que pertencem, são genuinamente abstrusos e sem a noção do mínimo de decência exigível para o desempenho de funções públicas. Assim é, por exemplo, quando um ministro da economia, um responsável por uma pasta delicada e vital para o país, acha que a utilização de escutas na investigação de corrupção envolvendo dinheiros públicos (de todos nós) e manipulação de sectores vitais como a comunicação social se inserem num plano de espionagem política. Mesmo quando os próprios órgãos de comunicação social noticiam coisas tão graves como recebimento de dinheiros a troco de influências ou revelam que um primeiro-ministro mente, sem pudor, aos portugueses. Ou sobretudo por isso.

Também vai sendo tempo de acabar com a ideia que Sócrates andou a ser escutado. O primeiro-ministro bem se esforça por passar essa mensagem, mas é falso. Ou uma inverdade, para usar a sua própria terminologia. Quem andou a ser escutado foi Armando vara. Que Vara se entretenha depois a falar com Sócrates em assuntos pouco aconselháveis pela decência exigível aos nossos governantes é que é já outra história.

Tudo isto começa, já, a ser uma questão de higiene pública. Diria mesmo que a passar das marcas…
.

Etiquetas: ,