terça-feira, julho 27, 2010

Às armas...


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O poeta Alegre quer uma força militar para a CPLP. Isto não me impressiona verdadeiramente, Alegre é uma daquelas pessoas que têm o privilégio de estar sempre do lado correcto das coisas, tanto exprobram as acções militares naquilo que acham ser um atentado às liberdades como as emulam se forem aproveitadas na opressão daqueles que têm a veleidade de pensar ou agir diferente dele, nada de muito novo, afinal. O que me preocupa é que 26% dos eleitores do meu país, a números de hoje, ainda acham que os assuntos sérios deste planeta podem estar à mercê da sensibilidade discricionária e poética de quem parece perceber tanto de assuntos internacionais como eu percebo de órgãos de igreja e que não passam de bardos (ou bonzos, para usar um termo recentemente muito em voga na blogosfera) do regime. E que julgam que o mundo se resolve com umas quantas trovas glosadas pela musa inspiradora que vai vogando por aí com o vento que passa, bafejando os iluminados.

Alegre acha que a CPLP deveria ter uma foça para “resolver problemas” onde a democracia e estabilidade possam estar repetidamente postas em causa pela intervenção excessiva dos militares. Em bom português, sempre que mijarem fora do penico, perdoe-se-me a vulgaridade da expressão. Razão mais do que suficiente para chamar mais militares, os bons, claro, para pôr os maus na ordem.

Que pena Alegre não ter tido esta epifania quando lhe puseram uma farda em cima, aqui há uns anos atrás…

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