quarta-feira, outubro 20, 2010

Complicadex


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Se, olhando para uma manada de vacas, nos perguntam quantas vacas tem a manada, sabe-se bem que a nossa tendência é a de contar as patas e dividir por quatro. Não porque sejamos estúpidos, mas porque somos possuídos por uma estranha síndrome de «complicadorismo» idiota que nos advém eventualmente do pequeno manga-de-alpaca que há em nós. Porque um manga-de-alpaca é o exemplo acabado do cumpridor de tarefas, bem reguladas, bem enquadradas numa esmiuçada legislação (sempre a precisar duma revisão para se lhe adicionar uma alínea), logo isenta de grandes responsabilidades e, não menos importante, garante de uma remuneração certinha ao fim do mês e para a vida. Se no topo pudermos acrescentar uma pitada de «poder» aí estamos nós, então, realizados e felizes, usando-o de uma forma discricionária e, frequentemente, injusta. Mas tudo vale pelo prazer indizível de nos satisfazermos a nós próprios com o gozo que a pitada de «poder» nos dá. E complicar é o reflexo inegável do uso discricionário do «poder» por quem a ele não está habituado.

Isto explica muita coisa. Sobretudo o sistema «complicadex» que imprimimos a tudo em que nos metemos. Por muitos «simplexes» que inventemos, Por isso, esta notícia não admira ninguém. Sob o estimado pretexto de pensarmos na poupança, dispensando portageiros, “engendrámos” o mais complicado e caótico sistema de portagens que alguém possa imaginar.

Nada disto seria muito grave se não revelasse, para além da nossa idiossincrasia aplicada ao caso vertente, um profundo desrespeito pelas pessoas. Logo nós, que nos fartamos de pensar nas pessoas, como nos ensina a esquerda elegante.
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1 Comments:

At 7:23 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

BOLAS!
É mesmo complicado e estúpido.
O que podemos fazer????

 

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