sexta-feira, abril 08, 2011

Afinal não foi bem assim...


Foto daqui


[4125]


De manhã fui mais ou menos impregnado com a notícia de que Israel tinha atacado Gaza, novamente, com tanques, aviões e helicópteros. As notícias ficavam por aí e confesso que costumo deixar às capacidades do meu subconsciente o processamento deste tipo de notícias. Há pouco, porém, li isto e percebi que o meu subconsciente tem razões fortes e estimáveis para um processamento adequado deste tipo de notícias antes que as mesmas se arrumem no meu arquivo de memória. Afinal, Israel não atacou, aquilo não foi bem atacar. Foi retaliar perante um ataque de mísseis anti-tanque vindo do território palestiniano a um autocarro que por acaso, coincidência certamente, ia cheio de crianças. Esta a parte, despicienda, que aqui pela paróquia ficou no tinteiro e que faz jus à nossa peculiar forma de noticiarmos tudo o que tem a ver com os alegados ataques de Israel. Verdade se diga que não são só os jornais e rádios portugueses. Li vários jornais brasileiros onde o pormenor do autocarro com crianças era omisso. E até a vetusta BBC não resistiu em vitimizar os agressores.

É nestas alturas, entre outras, que me dá vontade de ir buscar o falecido almirante Pinheiro de Azevedo e pedir-lhe, cortesmente, que do lado de lá de onde quer que ele esteja, mantenha ainda a estamina para soltar um saudável bardamerda.

.

Etiquetas: ,

7 Comments:

At 9:18 da tarde, Blogger MargaridaCF disse...

pois...continua a ouvir a TSF, não é? ;)

 
At 5:01 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Caro espumante, muito embora não seja apologista dos meios do Hamas, o ataque não foi de mísseis anti-tanque, mas de um míssil único. Por outro lado, e a não ser que o míssil tivesse defeito, o que não me parece pela fotografia, é de estranhar que o autocarro indo cheio só tenha ferido duas pessoas, sendo uma delas gravemente.
Embora os meus óculos estejam a pedir reforma, pois já os devia ter trocado por outros que me deixariam ver mais claro, ainda vou vendo alguma coisa, e, retaliar, do modo como habitualmente faz Israel, com uma desproporcionalidade de meios, que tem e utiliza, acaba por lhe trazer de volta, não apenas os efeitos pretendidos mas os restantes.
S.m.o.

 
At 5:51 da tarde, Blogger Luísa A. disse...

Nelson, diga-se o que se disser, há uma realidade inquestionável no outro lado do Mediterrâneo: há organizações conhecidas (ou conjuntos de pessoas) cujo OBJECTIVO e MODO DE VIDA é provocar o terror e a instabilidade. Estas organizações (ou conjuntos de pessoas) não querem a paz, porque esta representaria o fim da sua razão de existir e extingui-las-ia do mapa. Talvez Israel pudesse deixá-las(os) sem resposta, mas a que preço?

 
At 9:16 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

MargaridaCF

É verdade, Margarida. É, com certeza, a minha costela masoquista :))

 
At 9:24 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Teófilo M.

Teófilo, eu acho que poderia fazer até um post sobre essa questão da «proporcionalidade», expressão que a esquerda inventou como uma muleta preciosa. Porque, vistas bem as coisas, a proporcionalidade é um chavão sem sentido. Vejamos: - Se o míssil matasse uma criança, Israel deveria matar quantos palestinianos? E se o míssil matasse 10 crianças? Ou 20? Vai-me desculpar mas isso da «proporcionalidade» é uma falácia imensa. Para mim, conta que o ataque a um autocarro com cranças jamais é aceitável. Quantos morreram... é outra coisa que serve os adeptos da proporcionalidade. Mas não me serve a mim, com certeza.
Também registo o facto de o Téofilo questionar a veracidade da notícia, «estranhando» que não tenha morrido ninguém. Mas isso, ao fim e ao cabo, vem na mesma linha do que eu disse para a «proporcionalidade».

 
At 9:35 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Luísa

Talvez pudesse, Luísa, talvez. Mas a pergunta seria exactamente essa. Em todo o caso, convém saber que os israelitas nunca seriam/serão pacificamente aceites naquela região. Ocorre-me (cito este episódio muitas vezes...) uma conversa informal que mantive com um conselheiro cultural da Embaixada do Egipto num país africano, que entre dois canapés e quando eu me regozijava com a elevação que a conversa estava a ter, ele acabou por rematar que o conflito acabaria “apenas quando o último israelita fosse lançado ao Mediterrâneo”. O meu interlocutor não era propriamente um dos empregados do cocktail, era um conselheiro cultural, era jurista e licenciado em Londres.

 
At 9:56 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Caro espumante, a verdade da notícia será algo que nunca viremos a saber, pois nenhum dos dois esteve lá, e a minha "estranheza" que pelos vistos o surpreendeu deriva da observação da imagem que colocou, e que me deu a liberdade de analisar ao de leve, até porque já vi muitos efeitos de rockets em viaturas idênticas, os estragos respectivos, que não são nada consistentes com a notícia, ou sewrá que acredita que um autocarro cheio de crianças que sofresse um embate daquele tipo e ficasse naquele estado não feria ninguém?!

A proporcionalidade que eu defendo, é aquela mais chegada à lei mosaica de olho por olho e dente por dente, nascida há muito tempo naquela região.

A proporcionalidade passa a ser "chavão sem sentido" quando?

Se o meu vizinho atropelar a minha mulher propositadamente terei eu o direito de lhe matar a família toda?

Se o meu neto der um chuto no colega de infantário, o patrão do pai dele tem direito a dar um tiro em mim?

Se um etarra assassinar um casal português, Portugal tem o direito de bombardear Valença?

Claro que é inaceitável um ataque deliberado a um autocarro de crianças, mas será aceitável bombardear uma escola como represália?

Como vê meu caro, a minha proporcionalidade tende a ficar dentro de certos limites, pois se não for esse o caso estaremos a dar cobertura a que todos os meios são válidos para atingir os fins, e isso nunca terá a minha concordância.

 

Enviar um comentário

<< Home