quinta-feira, junho 16, 2011

Não há como esquecer...



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Ainda a propósito do post anterior, não tenho como evitar lembrar-me de Mário Soares e das suas tiradas «reviralhistas«, tipo «o direito à indignação». Eu que nunca duvidei do meu direito em me indignar, sempre que as circunstâncias o justificavam, irritava-me solenemente com esta escola socialista feita pelo povo e para o povo, em nome do povo e contra tudo o que pudesse chatear o povo.

Era uma acção pedagógica e destinava-se, em última análise à construção do homem novo, correcto, solidário e sempre pronto a rejeitar e escorraçar os poderosos e, de caminho, os opressores. Já agora, as forças policiais eram opressores também... uma coisa que sempre me «encanitou»… enquanto noutros países as pessoas se habituavam a ver na autoridade uma instituição para manter a ordem pública e de ajuda aos cidadãos nas mais variadas circunstâncias, neste país refogou-se, até muito tarde, a autoridade com a escória, com o inimigo e a espuma barrenta do salazarismo. Lembro-me bem das tirada de Mário Soares para a polícia e até mesmo de Jorge Sampaio, outro expoente da esquerda iluminada, especialista em pensamento filosófico e que também não gostava de polícias nem do défice, pelo menos até descobrir que a tuberculose era um bacilo de fácil contágio, que as civilizações deviam ter uma aliança qualquer patrocinada pelas Nações Unidas e que ele, Jorge Sampaio, estava ali era para ajudar.

Hoje há muitos indignados por aí. Curiosamente em países governados por socialistas, como a Espanha, a Grécia e Portugal. É caso para dizer que quem come do que gosta deveria sentir-se pleno. Só é chato é o socialismo conduzir os países para situações de ruptura económica e, ainda por cima, esses países chatearem meio mundo. Em Portugal, para já, pelo menos, os socialistas vão de férias (um deles vai estudar filosofia para Paris que é uma coisa que lhe deve estar a fazer imensa falta), em Espanha aquilo anda preso por arames e na Grécia o primeiro-ministro já se dispôs a sair… e entregar o poder a uma figura consensual.

É o costume. Sentam-se na sanita e quem vier a seguir que acenda a vela. Até um dia. Um dia em que os outros países se cansem e nos mandem chatear o Camões. Ou que digam aos socialistas que nos entretenhamos a brincar uns com os outros. A brincar ao socialismo, está bem de ver, que eles já não estão para nos aturar.

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