quarta-feira, dezembro 14, 2011

Os «utentes» irritados e a democracia directa




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Os comunistas em geral são assim uma espécie de claque de futebol. Recebem ajuda, cantam-lhes promessas e como não sabem fazer mais nada vão para os estádios rebentar petardos, atirar bolas de golfe, encadear jogadores com laser e, quando perdem, deitam fogo às cadeiras. São uma parte ínfima dos sócios de uma colectividade desportiva, mas a demagogia e desonestidade dos dirigentes dos clubes fazem-nos sentir importantes e o resultado é conhecido.

Esta analogia ocorre-me por mor dos acontecimentos recentes na Via do Infante, onde grupos de «utentes» se entregam à orgia do descontentamento e do «reviralho». Em vez de queimarem cadeiras dos estádios e lançarem bolas de golfe, incendeiam os «caganissos» e disparam caçadeiras. Depois aparecem os Joões de Vasconcelos com o topete moralista de condenarem os actos de vandalismo, mas que os utentes têm razão para estar descontentes, têm. Porque a esquerda é assim. Dispõe de todo o equipamento das democracias, dá-se-lhes urnas para os votos, um parlamento, programas de promoção política e uma imprensa boazinha e, frequentemente, imbecil, mas como nada disso funciona, porque já não há pachorra para os aturar, têm de deitar mão das organizações populares e de «democracia directa» que, como se sabe, tem dado imenso resultado em países socialistas e que vai muito bem em fóruns da TSF, palestras e reflexões existenciais da maioria dos nossos «paineleiros» de rádio e televisão.

Numa reflexão mais detalhada eu até acho que a culpa não é destas comissões de utentes, incendiárias de paixões e moralistas na crítica aos resultados (a propósito, alguém me explica bem o que é uma comissão de utentes e qual o seu peso e natureza jurídicos? Até quando temos de apanhar com utentes por tudo e por nada?), a culpa é dos demagogos Cravinhos, Guterres, Sampaios e Sócrates do nosso descontentamento que andaram por aí a prometer SCUTS e deixaram para os vindouros a tarefa de descascar o abacaxi (e perdoe-se-me o termo dos nossos irmãos brasileiros, mas cai aqui tão bem…). Entenda-se saber onde vão buscar o dinheiro contratualizado com as concessionárias por várias gerações.

Eventualmente, esta coisa dos tiros e dos incêndios dos «caganissos» vai-se resolver. Até vir um outro governo socialista qualquer que borra a escrita toda outra vez… que é o que nos tem acontecido desde Mário Soares!
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