sábado, junho 30, 2012

Olha se não fosse o Manuel José…

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Está explicado o êxito da selecção no Europeu de futebol. Manuel José diz que não tira uma vírgula, uma letra ou uma palavra às críticas que fez. E mais. Que digam o que disserem a crítica dele é que contribuiu para selecção chegar às meias-finais.
Mainada!
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Mamona de prata

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Patrícia Mamona ficou em segundo lugar na modalidade de triplo salto, no Campeonato Europeu de Atletismo que decorre em Helsínquia.

Primeiro, sorri, inevitavelmente, por caua do nome. Depois ouvi a Patrícia a ser entrevistada e a expressar-se em português límpido, sem sotaque e, mais importante, com uma notável fluidez do discurso, hoje por hoje talvez a maior dificuldade que os portugueses demonstram, sempre que têm de se expressar em público.

Depois fui à Wikipédia e entendi. Patrícia é portuguesa, nasceu em Lisboa mas está a estudar medicina nos Estados Unidos. E pode até nem vir a ser uma excelente médica, mas de uma coisa estou certo. Tem uma oralidade desenvolta, sem hiatos, erros de concordância e sem vícios de linguagem, que é a situação mais comum nos estudantes em Portugal. Acresce que percebi neste episódio um exemplo de verdadeira integração. Entenda-se, a melhor integração é não se falar nela, deixá-la fluir e ela acontece. Bem mais depressa e mais eficazmente do que a bateria de procedimentos politicamente correctos que pululam por aí ou mil gabinetes de trabalho da Câmara de Lisboa no Intendente.
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Habituem-se

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O facto desta gentalha não ser presa e levada a juízo sempre me fez espécie. Este tipo de energúmenos não tem rigorosamente nada a ver com as pessoas reconhecida e legitimamente descontentes e em dificuldades com as medidas de austeridade implantadas pelo governo. São gente profissional, paga ou beneficiada pelo Partido Comunista que tem algumas centenas de valentões deste tipo a vaiar, e um dia destes agredir, qualquer político que mexa. São acções próprias de um Partido onde a coacção pela força faz parte do seu ADN e que acha legítimo e natural congregar machos latinos para fazer figuras destas.


É consabido o facto de manifestantes descontentes profissionais viverem há décadas desta «agitividade» durante décadas e apenas a habitual dificuldade em delinear uma fronteira clara entre actividade política e a acção criminal impede que estes durões sejam detidos, passem uma noite na cadeia e mandados ao juiz no dia seguinte.


Para o PC esta é uma actividade legítima, lá no ponto de vista dos seus mentores e apaniguados. Mas há outras responsabilidades nesta matéria. Mário Soares, Jorge Sampaio e outras individualidades afins contribuíram decisivamente para este estado de coisas com acções por demais conhecidas e muito aplaudidas e a pedir «encore» pelos luminárias e idiotas úteis do costume. Os resultados estão aí á vista. Agora habituem-se, como dizia o outro.


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quarta-feira, junho 27, 2012

E agora, vamos à bola!


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E agora o país vai parar. E a Espanha também. E muitos países europeus. Ah! E Angola. E Moçambique. S.Tomé e Cabo Verde. Em Bissau... não sei se há energia... e em Dili, claro! Na África do Sul, Austrália e Brasil uma boa parte parará, também. Já agora... a Argentina, o Chile, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Bolívia, Perú, México...Afinal a bola faz parar muita coisa. Em muitos lugares!

Vamos lá, cambada!
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Falando de indecências...

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Esta tarde aconteceu eu trabalhar com o ruído do debate quinzenal da Assembleia em pano de fundo.

Retive a contínua petulância de Anacleto Louçã e a vacuidade da sempiterna Heloísa Apolónia. E ainda que durante toda a tarde, aos costumes se disse nada. Ou melhor, disse-se o costume – NADA. E, afinal, com tanto que havia para dizer. Mas os nossos deputados preferem o «corte e costura» em que são exímios.

No fim, para não destoar, a habitual repórter da SIC Notícias (uma senhora que não me recorda o nome mas é aquela que tem uma expressão permanente de quem sofre da vesícula) expressou como pedra de toque do debate o facto de Passos Coelho estar muito mais agressivo. Já o havia sido no debate sobre a moção de censura e confirmou-o hoje. Disse ela, enquanto, ao que julgo, a vesícula deu sinais evidentes da sua disquinésia, pelo menos a avaliar pela sua expressão facial.
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Indecências

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Esta rapaziada podia ter a decência de não ser indecente ao ponto de pedir para resgatar Portugal para um futuro decente. Manda-me a decência dizer que toda esta gente foi já suficientemente indecente para que não confiemos na putativa decência que querem implantar neste país, indecentemente tragado pelas práticas indecentes destas indecentes criaturas. Tivessem eles a decência de aceitar que, mau grado as dificuldades por que todos estamos a passar, se há coisa que estamos a capitalizar neste momento é alguma decência, junto dos nossos parceiros da União e mesmo no Mundo, através de uma política que não é uma opção, mas sim a necessidade de resgatarmos Portugal da indecência em que estas (e outras) indecentes criaturas nos colocaram.

Que vejamos o PC e o Bloco excitados com o resgate, não acho sequer indecente. Fazem o que sabem e, reconheço-o, fazem-no bem, considerando a percentagem residual do seu eleitorado. Mas que um Partido que se arroga de alternativa ao governo se excite por simpatia com estes florilégios ideológicos é que eu acho uma indecência. E, genuinamente, me preocupa e confrange.
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terça-feira, junho 26, 2012

QUA-REN-TA

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Afinal, enganaram-se. Hoje Lisboa bate nos quarenta! O que vale é que acabei de ouvir o Francisco Ferreira da Quercus a ensinar-me como lidar com os electrodomésticos para poupar 50% na electricidade.

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A pateada

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Tenho a pateada num conceito elevado. Porque acho que é uma saudável e democrática manifestação de desagrado por algo ou alguém que o merece. Pelo menos na respeitável opinião de quem pateia.

Ontem os deputados do PS ensaiaram uma monumental pateada, quando o nome ou a lembrança do «querido líder» veio à liça. E, em coerência com o que disse, acho perfeitamente aceitável. Mas faz-me pensar que se de alguma forma o PS ter perdido as eleições foi como ter espremido um furúnculo, receio que não se lhe tenha extraído bem o carnicão.

Nota: A Lusa faz esta notícia deliciosa sobre o tema. Com tal subtileza que se a lermos duas vezes arriscamo-nos a ficar com saudades do inenarrável.
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A magia do Índico

Clicar na foto

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Por vezes sou acusado por amigos e familiares de ser parcial nas minhas referências a Angola e a Moçambique. Dizem que puxo mais por Angola, apesar de ter mais anos de Moçambique. Só é um bocadinho verdade. Há, nos dois países, razões de sobra para serem emulados à infinita potência pelas suas extraordinárias belezas e pelas muito gratas recordações que tenho de ambos, mas admito um fraquinho por Angola. Vá lá saber-se porquê.

Hoje, em obediência às muitas referências que sempre fiz ao mar de Moçambique e à magia das cores que o sol cria quando nasce (no mar) e se deita (em terra), uma profusão e multiplicidade de tons como nunca vi em nenhum outro lado, deixo aqui uma foto de Eduardo Calane, mostrando o sol nascendo na costa de Inhambane. E que não precisa, sequer, de comentários. Mas me enche de nostalgia pelas tantas vezes em que saía do Naval, com a manhã rompendo, de proa apontada aos primeiros fulgores matinais, na direcção de um dia inteirinho passado no mar alto.

Foto de Eduardo Calane, com a devida vénia
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segunda-feira, junho 25, 2012

África, terra bruta, que até à papaia lhe chamam de fruta


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A culpa é de uma massa de ar seco e quente que veio por ali acima, Casablanca, Tânger, Algarve e chegou a Lisboa. Para o ar seco e quente é fácil, não precisa de frágeis embarcações nem há polícia de fronteira que lhe chegue. Vem, pronto. E instala-se por uns dias, talvez porque lhe saiba bem um banho europeu de vez em quando. O pior é que se esquece que 35º hoje, 37 amanhã e 39 para Quarta é demais para aqueles que gostam de sentir a roupa seca e a brisa fresca a acariciar-lhe o cangote. E é assim que vai ser. O ar quente e seco faz-nos uma visita assim, à bruta, porque é à bruta que as coisas se passam abaixo do Mediterrâneo. Não há falinhas mansas nem meios-termos. O pior é que, enquanto cá está, causa o gáudio de muita gente. As apresentadoras de rádio «pipilam» (este termo é, salvo erro, do Herman) de gozo, disseram que o tempo hoje esteve uma delícia, que amanhã vai estar melhor e na Quarta, então, vai ser o máximo com as praias a encherem-se de gente.

Felizmente que há ainda uma certa ordem nisto tudo e na Quinta espera-se que o trópico de Câncer se espreguice e dê um chuto na massa de ar, ocasionando uma deliciosa e abrupta descida de 12º, entenda-se, regressamos aos valores normais para a época, mas na casa dos vinte e qualquer coisa e libertos dos superlativos devaneios das massas de ar quente e seco que vêm do Norte de África. Nesse dia, as apresentadoras de rádio e televisão continuarão a incitar a grei a ir a banhos, mas que é melhor levarem uma casaquinho para a noite porque pode vir uma friagem. O que acontece ali pelos 20º…
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domingo, junho 24, 2012

Será preciso fazer um «croquis»?


Foto MyGovCost

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Há coisas tão clarinhas, tão fáceis de perceber, que acabam por se tornar demasiado confusas e a precisar de explicador. Pelo menos para aqueles que acordam de manhã a sonhar com a manhã do dia seguinte, cantando, bem entendido, ou com uma data de esquinas e em cada uma delas um amigo, e que Deus, na sua infinita misericórdia, lhes concedeu o direito e a nobre missão de zelar pela vida dos outros. Só pode…
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sábado, junho 23, 2012

Patético

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Assisti ontem, como certamente muitos milhares de portugueses ao Alemanha vs Grécia e poucos minutos bastaram para perceber a onda de comentários idiotas por força de um jogo de futebol que, digamos, se pôs a jeito. Uma Alemanha vs Grécia era tudo o que precisávamos para fazer alarde dum sentimento imbecil, coisa que, de resto, já se ia notando no FB com centenas de comentários em que todos éramos gregos. Numa pequeníssima amostra (faltou-me muito pouco para eu fazer como Artur Jorge e cortar o som dos comentários) ouvi um treinador de futebol (José Peseiro, um senhor que tem até o seu nome num estádio da sua terra natal, certamente porque fez por ela o que Merkel nunca terá feito pela dela - presume-se…) dizer, a propósito da marcação de uma falta qualquer que isso era um bom sinal porque dava indicações de que o árbitro não iria prejudicar a Grécia. Embora ele não acreditasse que os árbitros pudessem favorecer a Alemanha… quer-se dizer ele queria acreditar (SIC). Poucos segundos depois, deixou escapar um «...se a Grécia ganhasse como seria bonito para a classe trabalhadora...». Ainda mais à frente soltou um «…tal como na política e na economia, a Alemanha manda mas já ia sendo surpreendida…».

Felizmente que pouco tempo depois a Alemanha começou a meter golos e Peseiro deve ter acabado percebendo que se estava a ridicularizar. E digo felizmente, não porque me mova seja o que for contra os gregos, mas porque foi a única maneira de deixar de ouvir idiotices.

Este jogo foi um bom exemplo da nossa pequenez em geral e de como o primado do coitadinho continua a fazer escola entre nós, para além de devermos achar muito mal ser bom em qualquer coisa. O que parece ser o caso da Alemanha. São bons em economia, em política, no governo do seu país, no desenvolvimento e segurança do seu povo e, veja-se, até no futebol. Pode lá ser uma coisa dessas. 

Não acho que as manifestações de ontem sejam xenófobas e populistas. São apenas patetas, patéticas e bem características de gente pífia e invejosa que não se dá bem com a competência e a excelência dos outros. E, por isso, vergonhosas, concordo. Que, de resto, continuam. Agora com o bónus de fotos de Merkel festejando os golos. Uma coisa que não fica bem a uma chefe de governo, hélas! Muito deselegante.
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Os meus carros (10) - Opel Kadett 1.3 GL

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O post anterior tem um título estranho. Os meus carros, do 9 ao 11. Há uma razão para isso. È que durante o tal período em que tive sempre carros de serviço, há um carro número 10. Eu explico. Eu gastava fortunas de cada vez que vinha a Lisboa em carros alugados, tratava por tu os contratos da Avis, da Budget, da Europcar, da Hertz. Ocorre-me uma vez em que uma amiga de Maputo insistiu para que usasse o carro dela durante as férias, porque estava parado há muito tempo, um mini no qual, para cabermos todos, tínhamos de cortar as unhas rentes e o cabelo à escovinha. E, no fim das férias, bati com o carro, gripei a embraiagem e lá gastei o dinheiro que me custaria alugar um Ferrari por um mês.

Decisão tomada, dois dias antes do fim das férias, achei que pouparia dinheiro se tivesse um carro meu em Lisboa. Vinha cá duas ou três vezes ao ano, era cómodo e deveria sair mais barato. Comprei então um Opel Kadett 1.3, um modelo que tinha aparecido por volta de 1986 e que tinha um design agradável. Só que dois anos depois, o carro tinha apenas 5.000 km e os pneus «óvalizados», que foi um termo de oficina que aprendi aqui e que era derivado aos carros estarem muito tempo na «garage». O veredicto chegou. Comprei pneus sem estarem «óvalizados» e deixei o carro ao meu pai que, mais tarde o vendeu a uma irmã minha. Foi, portanto o carro número 10.
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Os meus carros (do 9 ao 11)

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De 1977 a 1987 dispus de um longo cortejo de carros de serviço. Um deles foi um Peugeot 504 com motor diesel. Foi o primeiro carro diesel que tive na vida e não fiquei cliente. Primeiro porque corria o ano de 1984, salvo erro, e os motores de combustão não tinham ainda a sofisticação dos de hoje. Faziam um barulho que eu imagino semelhante ao de uma máquina de fazer pregos. Resultava que uma viagem de Maputo a Nelspruit, trajecto que eu percorria com frequência, fosse porque tinha filhos a estudar em White River fosse porque dava jeito ir comprar uns artigos de luxo que faltavam em Maputo, como pasta de dentes, papel higiénico, sabonete, velas e outros caprichos da vida moderna, tornava-se um suplício para os tímpanos. Para não falar de que acima dos 120 (de resto o carro pouco mais dava…) era preciso gritar, ooooooolhaaaaa, tira-me aí os cigarroooooooos do porta luuuuuuuvas! Sério, não gostei e não durou mais de um ano. Consegui convencer o meu chefe alemão que tinha um problema nos tímpanos e uma clara degradação do olfacto (não é que ele acreditou?) e regressei ao good old petrol engine.

De todos os carros que tive neste período, merecem relalce um Mercedes 200 (uma emergência, recebemo-lo por uma dívida) e um Opel Rekord Berlina,

um excelente carro, motor dois litros, com magnífica upholstery e com a particularidade de ter sido o primeiro carro automático que tive, Daí para a frente só tive automáticos até regressar a Portugal, onde percebi que ter um carro automático parecia que significava novo-riquismo e não dá pica nenhuma porque não se fazem reduções nas curvas e não dá para fazer ponto de embraiagem nas rampas, enquanto esperamos o sinal verde. Recordo até um pormenor de um empregado da Avis, no balcão do Aeroporto, se afobar com uma série de telefonemas, até que lhe perguntei se havia problema e ele me ter respondido (assim com aquela variante malcriada do tuga que acha que está a atender fregueses mas acha que este país é uma merda que não dá oportunidades aos cidadãos e ele devia era ser secretário de estado dos transportes), que sim, havia um problema porque eu tinha reservado um Golf e o único Golf que eles tinham disponível era automático. Quando eu lhe disse que não fazia mal, ele aprimorou a malcriadice e perguntou-me: - Mas sabe conduzir automáticos?

Rendi-me aos factos e voltei aos manuais.
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terça-feira, junho 19, 2012

Sempre achei que faltava qualquer coisa na Federação Portuguesa de Futebol



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Na Selecção nacional acontece que a falta de protecção aos seleccionadores acaba por virar o país contra o homem e o homem contra o país. Carlos Queirós, num dos 2 milhões de programas televisivos correntes sobre a selecção nacional.

Na filosofia basista deste professor ressalta a ideia que eu sempre tive. Na federação houve sempre um problema – a falta de um preservativo.
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Uns sentimentalões, estes bloquistas


[4666]


João Semedo, uma figura simpática do Bloco acha muito mal que se venda a Alfredo da Costa. Aquilo é mais ou menos como vender o Estádio Nacional, diz Semedo com a bonomia e simpatia habituais. Afinal, todos nós temos um parente ou amigo que nasceu na Alfredo da Costa o que, aparentemente, é tão sentimental como algumas vitórias da selecção nacional no Jamor.


Os olhos dos portugueses humedecem e em alguns, mesmo, uma lágrima furtiva esforça-se por se manter, decorosamente, na pálpebra. Então … vender a Alfredo da Costa? Que nem o Estádio Nacional?


É extraordinário como esta esquerda, coquete e volúvel, apela ao choradinho da alma lusa. Porque se alguma vez chegasse ao Poder faria o que lhe é peculiar noutras paragens. Arrasar os «símbolos do fascismo». E não acredito que o ex-libris do Estado Novo escapasse, que «aquilo» cheira imenso a Salazar. Com jeitinho, poupariam a ponte 25 de Abril porque sempre gera uns trocos.
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segunda-feira, junho 18, 2012

Respigador matinal



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A gente senta-se ao computador e a TV vai dando as últimas. Assim, tipo ficando no ouvido,

EURO I – Ganhámos. E ganhámos bem. Foi muito bom e não vejo razão para que tanta gente fique tão abespinhada com a vertente alienante do futebol, como muitas elites bem pensantes se abespinham. Ao menos façam como o João Gonçalves que odeia o futebol mas todos os dias lá faz o seu apontamentozinho sobre a competição;

EURO II – Empate técnico nas eleições gregas, como se diz agora. É bem feito. Porque mais do que a expressão eleitoral do Syriza, espanta-me muito mais que tanto eleitorado se reveja naquele Louçã grego sort of thing. Já não me espanta que o PASOK se recuse a fazer governo com a Nova Democracia. Eles querem radicais de esquerda incluídos na coligação. Acho que fazem muito bem em querer. Porque a única coisa que os socialistas europeus fazem bem é querer qualquer coisa… depois logo se vê. Apetecia meter aqui a França ao barulho, mas não me apetece, que ainda tenho a boca a saber ao croissant matinal!

VIOLÊNCIA – Ontem nenhum marido matou a mulher à pancada, facada ou tiros de caçadeira. Matar a mulher por ciúmes parece estar a tornar-se no desporto nacional. O que não admira quando há mulheres que se queixam 48 vezes de ser espancadas pelos companheiro e um juiz cordato vai dizendo ao energúmeno (por 47 vezes, presume-se) que não se pode aproximar a menos de trezentos metros da queixosa. Umas chatas estas mulheres espancadas!

BAIXA DE COMBUSTÍVEIS – Lá veio a gasolina mais um cêntimo por aí abaixo, o que me vai permitir uma economia de €0,55 por mês e quase me dá para um café. Eu fico sempre preocupado com estas descidas frequentes de €0,01, porque normalmente umas quantas descidas consecutivas precedem uma subida de €0,10. Logo se vê, que é uma máxima que aprendi com os socialistas.

GREVES – Hoje não há barcos. Ou comboios… ou metro… não, parece que é barcos, mesmo. Numa terra onde a desordem e a balbúrdia se vão tornando a ordem do dia, quanto toda a gente faz greve por isto, por aquilo ou por coisa nenhuma, apetece-me dizer palavrões. Hoje, para variar, os directos da TV mostram gente chateada, em contraponto àqueles que ficam sem transporte mas que acham muito justa a luta dos trabalhadores.

Mário Soares – Já nem linko… desta vez o homem fez uma discursata com os lugares-comuns do costume, mas apeteceu-lhe chamar estúpidos aos europeus em geral e a Merkel em particular que quer expulsar a Grécia do Euro. A presença quase constante deste homem a mandar bocas desta natureza começa a raiar a pornografia. E ninguém se lembra de lhe dizer qualquer coisa sobre a sua Fundação (TOTALMENTE paga pelo Estado e que se dedica a uma data de coisas que ninguém sabe bem o que é e que guarda a correspondência da criatura. Porque é que o homem não abre um blogue e lhe diz o que lhe vai na alma? Saia-nos mais barato e só o lia quem queria.

Tirando isto não me pareceu haver nada mais digno de registo. Ah! As sardinhas. Este ano estão gordas, saborosas, atrevidas, coquetes, deliciosas. E depois a gente mete a faca pelo rabinho e destaca-lhes a casca inteirinha do corpo. É assim que eu gosto delas (Honi soit…)!
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domingo, junho 17, 2012

Não há feridos e foi bonito de se ver



[4664]

Havia aquele bar no Bairro Alto onde a gente se sentava e pagava 1 hora de cerveja. Quem se lembra? Assim mesmo. Não era ao copo, era à hora.

Quanto a motos, também já tinha ouvido dizer-se que viram um desfile com 100 motos. Ou mil… mas posso garantir que da minha privilegiada varanda, entre mim e o mar vi 16 minutos de Harley Davidson’s. Assim mesmo, 16 minutos. Tanto que no vídeo mostrado não cabem todas. Já em decibéis a coisa fia mais fino… não creio que haja escala. Quando me armei em matemático e comecei a fazer contas assim tipo deixa-me contar quantas motos passam em 5 segundos, multiplico por 12 e no fim multiplico o número de minutos do desfile pelo número tal e coiso e vai um, telefonam-me a dizer que o desfile tinha cerca de 13.000 motos de 30 países. Todos da Europa. Ou quase, parece que vinha lá um motoqueiro do Cairo.

Foi bonito de se ver. Sobretudo porque há notícias de se ter bebido um mar de cerveja, toda a gente andou contente e feliz por ter nascido, Cascais esteve uma delícia e mesmo com aquela cerveja toda não houve confusões, não apareceu ninguém do Bloco a dizer que temos de renegociar a dívida e que Passos Coelho é um cangalheiro, a polícia não interveio nem bateu em jornalistas abelhudas e tudo decorreu na paz do Senhor.
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sábado, junho 16, 2012

Os meus carros (8) Peugeot 404 SW


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Interrompi a minha lista de carros em fins de Abril. Hoje retomo-a, ainda que com uma espécie de falsa partida, a razão sendo o facto de que a partir daqui, durante muitos anos, não tive carro próprio. Tive vários carros de serviço (de resto, já antes tinha tido alguns, mas como paralelamente ia tendo carros próprios, descrevi-os) nos anos seguintes.

Mas este, uma prestimosa, espaçosa, reliable e robusta station, apesar de company car, foi o meu primeiro carro na África do Sul durante dois anos. Talvez por isso me recorde bem da matrícula, NPN 36339, que era um Pinetown number plate. Nesta Peugeot fiz a minha primeira longa viagem pela África do Sul, ainda na ressaca da saída de Angola. Foi entre Johannesburg e Durban, cidade onde fui colocado pela empresa que me deu trabalho e nela cabiam todos os meus pertences, incluindo a família, já que tudo o resto jazia algures (vim a saber depois) na avenida 5 de Outubro de Nova Lisboa, no bojo de um camião que rapidamente foi saqueado, depois de morto o motorista.

Este carro não foi só um meio de transporte. Foi, também, uma espécie de refúgio e confidente. O local onde me sentia rodeado de coisas pessoais, os óculos escuros, a carteira, os cigarros e isqueiros, o mapa de estradas, a garrafa de água, num meio inicialmente hostil, por estranho, e com o qual tive de lidar durante um período de tempo. Neste carro calcorreei praticamente toda a antiga província do Natal e Zululand… a North Coast até Pongola, depois Dundee, Vryheid, Newcastle, Glencoe, Estcourt (a terra do bacon!...), Mooi River, Pietermaritzburg e muitas outras cidades, em trabalho – basicamente pesquisa e experimentação de novos herbicidas industriais e selectivos para relvados e campos desportivos. Nele me sentava durante muitas centenas de quilómetros, ouvindo o rádio, fumando tabaco Virgínia (fui-me habituando, a par das coffee drinks, em vez de um bom AC e de uma boa bica…) e perguntando-me como é que uma pessoa passa de uma vida parametrizada no habitat que criou com gosto e denodo e de repente lhe dizem que perdeu uma guerra qualquer e sente que temos que baralhar e dar de novo. Na altura ainda não dava para irmos para a televisão reclamar contra a direita liberal e berrar e exigir que o Estado nos desse um emprego, por isso este carro ganhou alguma relevância no arquivo da minha memória. Pensei tanto dentro dele, que muitas vezes tinha até a sensação que ele me compreendia – só não me dava respostas porque não sabia falar. Mas, pelo menos, acomodou-me sempre por forma a regressar a casa safe and sound. E ainda me proporcionava bons momentos de fim-de-semana para a família, levando-nos a locais novos e bonitos da área como o maciço de Drakensberk, Midmar Dam, Howick ou a cosy Umhlanga Rocks (pronuncia-se Umxlhanga). Merece, por isso, destaque especial.
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quinta-feira, junho 14, 2012

HD's em Cascais


[4662]

Há dias em que reparo como é bom viver em Cascais. Hoje, por exemplo, calhou almoçar no centro histórico. O sol brilhante chegava até nós em regime de carícia, filtrado que era por aquele ar fresquinho e leve dos bons climas. Sentado numa esplanada daquelas que não são caras nem são baratas, degustei com uma sensação a roçar o pecado da gula uma dose de sardinhas bem douradas pelas brasas, acompanhadas pela inevitável salada de alface, cebola e pimento e aquelas batatinhas cozidas… coisa que pode até denotar alguma falta de imaginação, mas que acho ser a ÚNICA maneira de comer sardinhas. Apesar de já ter visto, no Algarve, servir sardinhas assadas com batatas fritas a um daqueles ingleses vermelhuscos com cara de quem come mutton («temperado» com chutney) todos os dias, Yorkshire pudding e acha que come a melhor comida de mundo. A acompanhar as sardinhas fui mandando a etiqueta às malvas, molhando pedaços de pão de côdea rija e miolo fofo naquela molhanga da sardinha, aprimorada por um fio de azeite e umas gotas de vinagre. Só não digo o que bebi porque estraga o post… quem me conhece sabe do que falo! O desfecho de um momento destes, casadas a gastronomia e a magia do cenário não é fácil de descrever.

A rua estava pejada de gente ruidosa e sorridente. Muita dela pela minha idade, de cabelos longos e loiros, com uma fita vermelha na testa e uns blusões de cabedal preto pregados de botões de latão bem esfregado com solarine e umas calças justas afuniladas em botas tipo militar. Um ou outro usava uma tatuagem. Parecia uma versão reduzida e revisitada de um Woodstock caseiro, mesmo que not being sure to wear flowers in your hair. Muitos deles a pé, muitos de moto, umas motos eternas que os americanos inventaram, assim mais ou menos como o design dos óculos Ray Ban ou as garrafas de Coca-Cola. Não há nada a fazer… parece que a culpa é dos americanos, dizem os europeus que os americanos mesmo só sabem inventar estas coisas porque quando se trata de coisas mais sérias e mais eficazes, como a bomba atómica, têm de ir buscar e pagar aos alemães.

Para quem não saiba, decorre em Cascais o European H.Q.G Rally 2012 Cascais, um evento que juntou nesta terra umas centenas das tais motos, as HD, pois claro, de toda a parte da Europa. Cascais está pejada destas motos. A foto em cima, de resto roubada, à sorrelfa, à minha filha mais nova, dá uma pálida ideia da quantidade de HD’s em Cascais. Ficam cá até Domingo. E Cascais vai acolhê-las com gosto, hospitalidade e pundonor. Deixando-as circular, vistosas, coloridas e com aquele brrruuummmm assustador e único. De resto, aconselho uma visita aqui, ao site do Rally, e onde se lê photo gallery, vale a pena uma «clicadela». Está lá Cascais todo… sem motos, mas com a graça e o tique que fazem desta terra o mais aprazível local do mundo para se viver.

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Só falta a harpa...

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«... TEMPO DE GUERRA
Madrid está ao rubro. A fogueira de Atenas reacende-se no próximo Domingo. Roma está a atingir temperaturas elevadas. A Europa é um vulcão em erupção com uma economia de guerra em tempo de paz. Toda a Europa arde com o fogo posto pela Direita ultra-liberal de Berlim, que governa a Alemanha e afunda a União Europeia no interesse nacionalista e expansionista da Alemanha. Merkel ficará na história da Europa – na galeria dos horrores...»


O texto acima é de um conceituado jurista, blogger e jornalista. Não consigo imaginar que por detrás deste fraseado esteja um desejo oculto de que tudo se passe exactamente assim, quanto mais não seja para se provar que se está do lado da razão. Tanto quanto, ao mesmo tempo, me custa entender ser possível passar ao lado de realidades factuais, quais sejam a incúria, falta de rigor e políticas catastróficas dos socialistas (um bom exemplo, ainda que pequenino, muito pequenino, aqui…) e pura aldrabice na apresentação de contas, no areópago a que tanto nós como gregos, espanhóis, italianos e irlandeses fizemos questão de pertencer, para depois termos o topete (para usar uma expressão corrente) de achar que a culpa da desgraça é da direita liberal e da senhora Merkel. Entidades que tanto quanto julgo perceber foram, sempre foram, o sustentáculo do verdadeiro Estado Social desejado e sonhado pelos socialistas, mesmo que estes continuem apostados em tudo fazer para que ele não passe de uma utopia. Mas o socialismo, é mesmo uma utopia, nunca gerou qualquer forma de desenvolvimento que não fosse a crítica cerrada à direita liberal !!! (que faz com que vá havendo um caldo verde fresquinho a fumegar na tigela e pão e vinho sobre a mesa) e à senhora Merkel, cujo pecado que me ocorre é pagar as contas e viver sem esperar que alguém pague as contas por ela.
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quarta-feira, junho 13, 2012

Problemas de cueca… como d’habitude

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É conhecida a relevância da cueca no desenvolvimento das grandes questões mundiais. Desde uma disputa de partilhas cavernícolas que poderá ter contribuído decisivamente para a extinção dos dinossauros, às grandes correntes invasoras dos bárbaros, passando pelas vitórias caprichosas dos grandes impérios para se oferecer um souvenir à bem amada, pelas traições caldeadas no tesão inspirado em imperatrizes de nariz afilado, até aos recentes tumultos e grandes conflitos mundiais, a cueca foi sempre um factor decisivo e recorrente, usado pela argúcia e inteligência das mulheres, tanto quanto pela cegueira obsessiva dos homens, sempre que aquelas percebiam a sua própria força sublimada numa peça de lingerie e estes não resistiam ao seu fascínio e estímulo.

Mas há casos menores. No episódio vertente a coisa cheira (salvo seja) mais a um episódio de feira do que a uma grande causa nacional. Cabe agora à comunicação social tirar dele o máximo proveito, para gáudio da grei. E fazê-lo de preferência sem se ater a problemas de cueca dela (comunicação social) própria. Por bem menos já assistimos, há bem poucas semanas atrás, a casos de espionagem de Estado e a ressabiamentos avulsos nos jornais e televisões por mor da cueca nacional.
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terça-feira, junho 12, 2012

Portugal dos Pequeninos


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O João Gonçalves atingiu ontem nove anos no seu Portugal dos Pequeninos. Escreveu posts, zangou-se imenso e até livros escreveu. Como blogger e como crítico foi bastante grande. Já os «pequeninos»... continuam pequeninos e parece que não há volta a dar. Por muito grandes que sejam os méritos e as intenções de quem sobre eles escreve.

Parabéns ao João (ele não gosta destes florilégios, mas apeteceu-me felicitá-lo).
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Só falta a rosa...


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Por este post da Helena Matos cheguei a este link. Confesso que não sabia da existência destes aeroportos espanhóis, em particular. Ao pé deles, o nosso aeroporto de Beja é uma pirosice socrática, se bem que não menos grotesca e perniciosa. Como grotesca e perniciosa é esta rapaziada socialista que ciclicamente nos arrasta para a banca rota, em nome do investimento público.

O simples visionamento destes aeroportos dá-nos a ideia do indecoro e do calibre desta gente socialista, de cada vez que está no poder. Não olham a meios para aparecer numa foto a inaugurar qualquer coisa, independentemente dos milhões que sacam dos seus patéticos eleitores e, muitos deles, aproveitando o ritmo e a dinâmica para se agasalharem com um pé de meia jeitosinho. E depois, quando as coisas correm mal (correm sempre mal, mais tarde ou mais cedo) há sempre um pateta a fazer de idiota útil a tentar justificar o injustificável, quase sempre recorrendo ao «capitalismo selvagem». Que é uma frase que soa bem, vai muito bem com gravatas monocromáticas e, dita a preceito, garante mais uns votos de novo para fazer mais uns aeroportos.
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domingo, junho 10, 2012

Lá ficaram «as trombas por partir»

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Jogámos contra a Alemanha e perdemos 1-0. Parece que não merecíamos. Não teremos jogado mal de todo, mandámos umas bolas à trave, perdemos uns golos infantilmente e os jogadores terão demonstrado a sua total dedicação e todo o seu esforço na tentativa da vitória.

Os comentários que ouvi a seguir é que me chatearam. De resto, já antes do jogo, eu andava meio incomodado por me parecer que em vez de jogarmos contra a selecção da Alemanha íamos jogar contra Merkel. E que ela ia ver como elas lhes mordiam. E que lhe havíamos de esborrachar a bola na cara. Até o professor Rebelo de Sousa (recentemente consagrado, por vontade própria, diga-se, à figura popularucha que todos gostam de ouvir) afirmou que queria que ganhássemos, ao menos para dar com a bola na cara da senhora Merkel. Em resumo, a nossa codiciosa e indigente comunicação social arranjou maneira de irmos todos assistir ao jogo como quem fosse dar uma tareia em Merkel, em vez de querermos ganhar o jogo, como nos competia, para arrecadarmos os três pontos da ordem.

Mas, dizia eu, os comentários finais foram de uma pobreza lancinante. Eu diria melhor, foram… estranhos. Ninguém parecia estar chateado por ter perdido, mas apenas porque não partimos as trombas à Merkel (este partir as trombas à Merkel não é meu, é ouvido por aí…). E a ideia dominante agora é que temos de ganhar à Dinamarca e à Holanda para voltarmos a encontrar a Alemanha e, então, partirmos de vez as trombas à senhora. Isto, claro, se não nos partirem antes as trombas a nós.

Nota: A SIC tem apresentado um separador que chega a raiar a pornografia. Nele aparecem Sarkozi e Merkel em atitudes e com expressões dengosas enquanto um estribilho idiota de frases patéticas vai acompanhando o desfile cenográfico. Alguém me explica a razão daquela tonteria? E aquilo é para «dar pica» a alguém?
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State of mind - Às vezes é o que se pode arranjar



[4656]

Hoje acordei assim (com a devida vénia). E pensei que em 1978, data desta performance inesquecível de Billy Joel, eu tinha sido atirado para um país estranho por força das vicissitudes da vida. Onde os cuidados da alma se resumiam a uma cerveja no bar do Hotel Cardoso ao fim do dia e na planificação do dia seguinte, e o pano de fundo era a atmosfera política e social de uma sociedade neófita em tudo distante da génese emanada por este vídeo que, mesmo sem eu o saber, residia em mim nos mais ínfimos detalhes.

Hoje, na felicitação feita ao aniversário de uma boa amiga tropecei no vídeo. E pensei nos caprichos da vida que, perante as atribulações de cada um, tanto nos reserva as margens do Hudson e a leitura do New York Times como as águas pardacentas do Umbelúzi e um jornal diário partidário, como aquilo que, por comodidade de raciocínio, designamos por destino.

Ouvi o vídeo até à última semi-colcheia e percebi que quase sempre existe um desfasamento enorme entre o que nos acontece e o que gostaríamos que nos tivesse acontecido. A chave está, normalmente, em sabermos tirar o melhor partido do que a vida nos oferece. O que não invalida que não sublimemos a sensação intestina do que gostaríamos que ela nos tivesse proporcionado.

Nota: Ouvir até ao fim para não perder o sax-solo.
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sexta-feira, junho 08, 2012

Ivaginação


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Estou aqui no computador a pôr umas correspondências em dia e já ouvi, por duas vezes, o anúncio do programa da manhã de hoje da TVI. Então memorizemos:

Vão falar de vaginas. E a menina pergunta:

- Será que se pode pintar os pelos?

- Será que se pode pôr piercings?

- Será que se deve pôr hidratante?

Manuel Luís Goucha interrompe e diz:

- Vamos falar de vagina, ponto.

E a menina diz:

- Mas não se dá ponto à vagina…

(gargalhadas de fundo, o que me leva a «ivaginar», digo, imaginar que ou a vagina tem pilhas de graça ou o pessoal «ivagina», digo, imagina uma vagina cheia de pontos e «dá-le» para rir).

A TVI vai, assim, «vaginar» toda a manhã. E muita gente vai ficar a saber imenso sobre vaginas. Ivagine-se…
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quinta-feira, junho 07, 2012

A fome e a vontade de comer

[4654]

Vá-se lá perceber as mulheres. Eu sei que elas são capazes de tudo, mesmo das coisas mais estranhas como dias especiais para terem mais apetite sexual e dias consagrados à qualidade. Agora, porque é que as coisas têm de ser assim é que não há quem explique. Mas é bom ficar a saber. Pelo menos fica explicada uma tampa que levei na semana passada, lembro-me agora que eram 23:55 de uma sexta-feira o que, claramente, se deve à falta de apetite da senhora. E também me lembro de já ter dado por mim (em jovem, em jovem, que agora sou um cavalheiro respeitável, aperaltado e compostinho…) em pleno acto sexual às segundas-feiras com a parceira a comer tremoços, às terças-feiras liam a Maria, às quartas telefonavam para as amigas a pedir bilhetes para o cinema e Quintas, sim, era a «desbunda», o pino e a cambalhota, a gritaria e os candeeiros de mesinha de cabeceira arremessados ao chão com uma ou outra joelhada mais violenta ou um pé «perdido» no remoinho das sensações. Na Sexta a coisa já abrandava, Sábado havia uma recidiva (lá está, vinha-lhes o tal apetite) e Domingo era sorna todo o dia.

Está tudo explicado. Finalmente, e ao fim de tantos anos, apareceu um médico qualquer inglês que, em vez de se entreter às Quintas e Sábados com coisas interessantes, resolveu fazer experiências e descobriu a cana para o foguete. Podia era ter descoberto mais cedo e poupava aos homens uma trabalheira dos diabos em, pelo menos, cinco dias da semana.
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Mau perder

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Pífios, invejosos, pires e com um mau perder fedorento. Foi isso que Manuel José, Carlos Queirós e Toni, três reconhecidas nulidades no futebol português, se encarregaram de nos lembrar, ao fazer o escarcéu que fizeram a propósito dos compromissos publicitários da selecção, dos carros dos jogadores (que, tanto quanto julgo saber, não pediram dinheiro emprestado a nenhum daqueles treinadores para comprar os veículos), do forrobodó contínuo como andar de «charrete» em Óbidos e outras maravilhas próprias de gente ressabiada que gostariam de estar no lugar de Paulo Bento mas não conseguem (um conseguiu, mas não deixou saudades de espécie alguma).

Entretanto, e dada a magnitude da questão, a indigência do nosso jornalismo desportivo encarrega-se de fazer as mesmas perguntas mil vezes sobre este tema. A coisa até passaria despercebida, não fosse a gente ver e ouvir apontamentos de reportagem das outras selecções, com perguntas normais de gente normal, e acabarmos em depressão aguda a ouvir, em «moto-contínuo», os jornalistas perguntando aos jogadores se acham que as afirmações de Queirós, Manuel e José e Toni vão afectar o rendimento da equipa.

Nota para um júnior que já nos vai dando garantia de continuidade a esta pequenez arrepiante em que somos formatados. Dá pelo nome de Sérgio Conceição e também já arranhou forma de repararem nele.
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Um povo amestrado…

[4652]

que devia estar no Jardim Zoológico, diz D. Januário, um bispo que, por mais que se esforce, não consegue dissimular a sua condição de «lateiro». No seu caso particular, duplo «lateiro» pois tanto o é no exército ascendendo a major-general, como na hierarquia da igreja católica.

Torgal Ferreira dificilmente reprime os seus ódios e liberta-os com a mesma espontaneidade com que se calava no período socrático, uma altura em que ele achava que o povo não se chocava tanto e, portanto, ele não via necessidade de que a grei viesse para a rua fazer democracia.

O clero, aqui e ali, é mal representado. Gente que não consegue esconder o seu espírito de claque mas, mais grave, com um diabólico e muito estranho sentido de democracia e liberdade. Deus lhes perdoe e os livre do mal!
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segunda-feira, junho 04, 2012

Cuidado com o coelhinho... e a multidão salta e grita!


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Que um «rockeiro» inglês e semi-desconhecido e qualidade duvidosa diga no palco para termos cuidado com o «Coelhinho», porque o Coelhinho é muito mau e que em Portugal as pessoas não têm dinheiro para pagar a luz, parece-me fazer parte das liberdades e garantias instituídas no mundo livre, embora cada um as use de acordo com o seu nível cultural e qualidade de raciocínio. Para além de que tiradas destas ajudam muito à promoção de um mister que depende das boas graças do público. Mas que a assistência rompa em delírio gritando Portugal! Portugal! e desate aos saltos perante aquela tirada pífia a fazer de nós parvos, já me entristece e diz bem da nossa qualidade em matéria de reacção de massas (para não falar nos suspeitos do costume que deliram com estas coisas).
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domingo, junho 03, 2012

Aí estão elas

[4650]

O português rasga o sorriso da bem-aventurança quando lhe dizem que temos o melhor peixe do mundo, o melhor queijo do mundo, o melhor clima do mundo ou que servimos a maior feijoada do mundo na ponte Vasco da Gama. Aquece-nos o ego arrefecido desde as naus de Gama, Cabral ou Bartolomeu Dias e não vem daí grande mal ao mundo, mesmo que o peixe, clima e queijo tenham contenda à altura noutras latitudes.

Com a cereja é diferente. É preciso correr a Europa a comer cerejas, importá-las do Chile ou da A. do Sul, prová-las na Califórnia e depois passar e prová-las no Fundão para perceber que a cereja portuguesa sim, é a melhor do mundo. Vá lá perceber-se porquê.

Elas aí estão de novo. Segundo as notícias, em menor quantidade mas de muito boa qualidade. Sumarentas, rijinhas, cores vivas e de gosto inigualável, têm o senão de quase não cheirarem. Mas a pitadinha de aroma que exalam é suficiente para atravessar mares e continentes e sensibilizar a pituitária de quem já as provou. E as recorda com saudade e muito gosto. Bem-vindas sejam elas. Já fizeram muita gente feliz e vão cumprir, de novo, a sua nobre missão.

Nota: Foto de cerejas de Alcongosta – Fundão, com a devida vénia ao Pedaços de Alcongosta.
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