segunda-feira, agosto 13, 2012

Respigado do fim-de-semana

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Submarinos. - Anda toda a gente excitada com as fotocópias de Paulo Portas e com os «papéis» que parecem ter desaparecido do dossiê dos submarinos. Ninguém tratou de saber desde quando. Tratou-se de vociferar contra este governo, ministro da defesa e foi-se até Paulo Portas, no rasto dos misteriosos papéis desaparecidos. Ninguém se preocupou em saber desde quando. E quem se devia preocupar anda calado. Os preocupados são a D. Constança do costume que não falta à festança… e se lhe perguntassem (à D. Constança) onde se meteram o raio dos papéis?

Salazar e a casa portuguesa com certeza. - A 4 de Julho de 1937 já havia anúncios deste género na imprensa portuguesa. Muito, mas muito antes da longa noite fascista. Antes dela, ao que parece, já a nação fazia uma prece que colocasse Salazar a salvo das malfeitorias e ciladas do mundo, concedendo-lhes mesmo uma indulgência de 50 dias. A prece deve ter funcionado porque o homem aguentou-se cerca de 40 anos. Mas afinal «isto» era culpa de Salazar? Ou somos nós já que já na altura tínhamos nascido assim ou, no mínimo, tínhamos sido operados? (ver no Malomil). Aliás, a não perder a série completa da Silly Season, naquele blogue. Quanto mais não seja para ver Mao Zedong a boiar de costas e a expressão angelical de Fidel Castro em pequenino.

Xixi na piscina. - O que foi por aí por causa das micções piscinais de Phelps. Por mim, de há muito que tinha feito os meus juízos que me afastaram da piscina. E só uma vez é que vi alguém ser preso. Um «fabiano» a ser levado pela GNR, um «utente» pergunta à GNR se fazer xixi na piscina dá prisão e o GNR responde que não porque não se pode provar. Já fazer xixi da prancha cá para baixo…

Utentes. - Uma vez mais temos utentes (ainda não se percebeu que comissões de utentes são uma reminiscência de um passado recente de que não nos devíamos orgulhar por aí além e que nos projectam para um estatuto menor de desenvolvimento e cidadania) a fazer tropelias, sem o mais elementar respeito porque quem está. E quem está (de férias) são, entre outros, o presidente da república e o primeiro-ministro. E lá foram eles no seu «corinho» afinado e felizes por terem nascido. Desta vez eram sete. E comandados pelo utente do costume, que parece ter o dom da ubiquidade.

Luisão. - Luísão é um brasileiro alto e peitudo, lento e meio tosco, atributos certamente definidos pela minha ignorância futebolística, que deu uma «peitada» num árbitro alemão. O homem caiu, parece que fez uma grande fita e fingiu ter desmaiado, levantou-se e deixou os jogadores a jogar sozinhos. Eu, provavelmente, teria feito o mesmo. Ainda não percebi bem o estatuto de que gozam alguns futebolistas e que lhes permite dar «peitadas» nos árbitros. No fim, vi treinador e jogadores rindo, o árbitro parece que já fez o relatório e o Benfica vai ter que devolver €200.000. Para não falar do castigo ao peitudo Luisão.

Vicente de Moura. – Um fidalgo do desporto nacional. Há mais de vinte anos que comanda os destinos olímpicos da paróquia e agora tratou de papaguear umas patetices sobre a desgraça do desporto nacional e de uns super deputados e super deputadas que o ofuscam (palavras do próprio). Só foi pena ter tido vinte anos para fazer (ou, pelo menos, dizer) qualquer coisa mas a última vez que dei por ele foi para dizer, há quatro anos atrás, que se recandidatava à presidência do Comité.

Zita Seabra. - Que não tem provas. Que é uma ressabiada. Uma mentirosa. Um ser menor. Uma desacreditada. A propósito de ter afirmado que alguns aparelhos de ar condicionado da FNAC eram usados para espiar pessoas ligadas ao governo. Se Zita está a mentir, não sei. Que me espanta o espanto dos espantados e despeitados por tão despeitadas afirmações é que me despeita e espanta. Porque me parece idiota pretender que os comunistas hesitassem um segundo sequer, se fosse preciso colocar um microfone ou uma câmara num aparelho de ar condicionado. Por mim, soube, li, vi e percebi, sem precisar de explicador ou que alguém mo dissesse, como é que as coisas funcionavam na altura das liberdades, garantias, solidariedades, internacionalismos e vigilâncias contra os maus. De um infeliz lembro-me eu de ter sido executado por ter uma nota de vinte dólares no bolso naquilo que foi considerado sabotagem económica. E no carnaval do dia seguinte, com as respectivas parangonas nos jornais. É preciso que as pessoas percebam que se os comunistas de agora não executam, não espiam e não nos escamoteiam o bem mais precioso do homem, a liberdade, é porque não podem e porque têm de fazer o jogo parlamentar para a sua própria sobrevivência política. Cabe-lhes a eles, aos comunistas, convencerem-nos do contrário. O que, diga-se a verdade, não lhes tem merecido um esforço por aí além. Já agora, ler isto. Talvez o preclaro e pressuroso Barroso (o Alfredo) pudesse adiantar qualquer coisa.
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