sábado, janeiro 12, 2013

Seguramente lixados


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Por mim, não acredito numa só palavra de Seguro referida neste artigo. Ainda quero pensar que ele tem a noção não só da trágica situação em que nos encontramos, como também da responsabilidade histórica do seu Partido em geral e de Guterres e Sócrates em particular.
Se Seguro, por uma vez, reconhecesse a necessidade de parar com os florilégios a propósito do chamado «programa do FMI» e adoptasse uma conduta responsável, cívica e com verdadeiro sentido de Estado e fosse ao Rato explicar à patética colecção de «neo-socialistas» (já agora, porque é que só há-de haver neo-liberais?) que não há outra forma de sairmos do atoleiro senão colaborando com o Governo, por muito impopular que isso seja e muitos votos que custe, daria a todo o país um sinal de que poderíamos contar com ele como primeiro-ministro se e quando o PS ganhar as eleições.
Mas Seguro não o faz. As vozes correntes dizem que ele tem medo dos soaristas, dos socratistas, da maçonaria, das correntes de ar e da comida com muito sal. E que tem de se esgueirar por entre eles procurando não se molhar. Mas ainda não percebeu que se por acaso não se molhar e conseguir, um dia, chegar ao poder pelo derrube deste governo, estará contribuindo decisivamente para um desfecho que não consigo sequer vislumbrar qual seja. Em vez disso, vai dizendo que o governo se meteu numa trapalhada, da qual quer sair com um apelo ao PS, que o governo se lembrou de cortar quatro mil milhões do orçamento e que não contem com ele para isso, que contem com ele apenas para a modernização do estado (acho esta delirante…), para dizer não ao desmantelamento do estado social e que sim, existe um caminho alternativo, porque «água mole em pedra dura, tanto dá até que fura».
E assim, com este verbo e este tipo de argumentação, Seguro continua a achar que «vai lá».

As coisas estão a tornar-se definitivamente negras. Os portugueses sabem que as medidas enunciadas pelo FMI de há muito se impunham, apesar da tagarelice em curso pelas televisões, rádios, jornais e blogues, e que decorrem de uma governação… ia a dizer criminosa como o Bloco diz na Assembleia, mas isso é dar-lhe demasiada importância…irresponsável, pela qual o Partido Socialista é objectivamente responsável. Ao menos que dêem tempo aos outros para a reparação de danos, antes de escaqueirarem tudo outra vez. Como de costume, aliás.
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