quarta-feira, agosto 07, 2013

Aldrabices do costume, pelos suspeitos do costume


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Corre por aí uma noticiazinha, meio a medo, de que afinal as inconsistências de que Pedro Lomba falava sobre os swaps e que prometera esclarecer até ao fim do dia de ontem assentavam na constatação de que a comunicação social forjou (ou deu guarida a) documentos na tentativa de incriminar o secretário de estado, fazendo dele um vulgar pilha-galinhas, ainda que à escala de assuntos de Estado (entenda-se galinhas gordas e muitas).

Receio que esta manipulação grosseira do documento (de resto, nada de muito estranho ou inusual por parte de quem se tornou especialista em aldrabar, manipular e atirar com este país para a fossa) passe rapidamente à história. De tal maneira que «os suspeitos do costume» arranjaram já outro boneco para atirar as bolas, Gonçalo Barata, administrador da Águas de Portugal.

Não percebo muito (acho que nem pouco) dos padrões de ética da comunicação social, da deontologia profissional, do dever de revelar fontes ou a prerrogativa de não as divulgar, mas parece-me esquisito que jornais de referência e televisões (como, neste caso, a SIC) não sejam obrigados a explicar, bem explicadinho, como é que dão à estampa documentos forjados sem curar de saber da sua autenticidade.

Patético foi ver no FB o batalhão da infantaria socialista excitadíssima, fumando cigarros e tomando baldes de café, esperando que Godot saísse da sua conhecida estagnação por via da meia-noite do Pedro Lomba, que ia pôr tudo em pratos limpos. Afinal os pratos parecem ter aparecido limpos, mas não era aquela a limpeza que eles queriam.

De imediato já apareceu na TV o porta-voz do PS,  João Ribeiro, depois de se ter anunciado a manipulação do documento, a perorar sobre a credibilidade do Governo que, com toda esta polémica dos swaps, atingiu o grau zero.

«…podes dizer-me, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
Nesse caso pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato…»

Lewis Carroll

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