terça-feira, novembro 12, 2013

A «expressa» lógica da batata


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O «olhos nos olhos» de ontem» (vídeo ainda não disponível) foi um exemplo preciso do arvorado convencimento de muitos dos nossos jornalistas de que têm a fórmula única e indiscutível da via dos acontecimentos. Trate-se de futebol, política, estética da nobreza europeia, ortografia ou regimes de emagrecimento, eles detêm a via única e o esmiuçado conhecimento dos factos. Ontem, no caso de Judite de Sousa e o insuportável Ricardo Costa, um expresso exemplo desta asserção, foi penoso assistir a Medina Carreira «explicar» pacientemente a inutilidade do PEC IV e o impacto que o seu chumbo não teve, face à escalada da despesa pública a partir de 2005. 

Medina Carreira explicou tudo isto com clareza e factualmente, mas Ricardo Costa insistia que o chumbo do PEC IV foi determinante na crise em que vivemos, por outras palavras, o cartório da nossa situação deve culpas não só a Sócrates mas também à oposição que, com ligeireza e irresponsabilidade resolveu chumbar o programa. Há uma altura em que Medina Carreira se cansa (é o termo) da insistência de Costa e explica uma vez mais e de forma definitiva a irrelevância do chumbo do tal PEC perante a irresponsabilidade criminosa do anterior governo e é quando Costa admite, relutante, essa verdade. Mas não se conforma, não desiste e afirma que, pelo menos, a aprovação do programa teria proporcionado mais tempo, um ou dois meses, até se pedir ajuda internacional e, pelo menos, ter-se-ia levado até ao fim a estratégia. Não se percebe bem o que se ganharia com isso, mas Costa lá deve saber porquê. Ou não. 

Eu sei que é difícil entender este stand by idiota de Costa, ou talvez não. Muitas vezes alguns jornalistas (Costa é um bom exemplo) desprezam a factualidade, em nome das suas teorias, interesses pessoais ou mera vaidade pessoal. Costa, repito, foi ontem um bom exemplo desta afirmação, não se furtando, mesmo, a um sorriso benevolente perante um «velho» a quem era preciso dar algum desconto. Enquanto Judite se ria nervosa e fazia pandam com Costa, atirando com algumas observações a esmo e sem qualquer substância.

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1 Comments:

At 9:14 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Obrigado pelo resumo da coisa, costumo ver, admiro a lucidez do Dr. Medina Carreira e tolero a insolência a falta de capacidade cognitivo e o daqui não saio, daqui ninguem me tira,e o assim nasci e assim hei-de ser até morrer, da dona de casa arvorada em lider política a exercer o que essa malta se convence de ser o 4º ou o 5º poder. Ontem arranjou um ajudante para a causa, imagine o senhor se começam a juntar num mesmo programa, num mesmo canal as e os apresentadores da manhã e da tarde daqueles canais, certamente nem precisavam de oferecer dinheiro para terem espectadores. Ontem comecei a ver, na primeira apresentação o ilustre convidado começou por limitar o tempo da análise, só do pec4 para a frente, senão ainda tinha que ir até à conquista de Ceuta. Fosse desde o tempo do binómio pântano/tanga, ou do "há vida para além do orçamento" ou mesmo do pec1, e seguintes que quanto mais o garrote era apertado mais os juros subiam, com pec4 não iria ser diferente, era uma questão de confiança no líder, na Europa dizia que ia fazer, cá dizia que não o fazia, foi há tão pouco tempo e já ninguem se lembra, (o queijo devia ter um imposto de 1000%).
Se assim fosse a coisa era intelectualmente honesta, um documento para a história de como se cavou a 3ª falência deste país em 37 anos,mas não era historiar a austeridade, os maleficios da sustentabilidade e da honra de pagar dívidas. Ao pé de gente desta o Maduro de Caracas nem está assim tão longe, estes devia ir para lá e viver num regime que apenas quer garantir ao seu povo a suprema felicidadade.

Álvaro Oliveira

 

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