terça-feira, dezembro 31, 2013

Bom 2014 para todos


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Propus-me fazer uma resenha dos momentos mais significativos, bons e maus, para mim, ao longo de 2013. Não deu. Pouco tempo e, mea culpa, pouca disposição. E receei que acabaria por cair no discurso recorrente da tremenda situação em que nos encontramos, por obra e artes de um socialismo serôdio convencido da sua permanente actualização, sábia e democrática actualização, por força de um aggiornamento que lhe é imposto pela realidade. No fundo, a velha imagem do socialismo na gaveta de Soares. E não resistiria ainda ao registo de duas camadas de gente, uma, nobre, superior, fadada para tratar de nós em regime de manadio, por via da sua superioridade moral e intelectual. A outra, mais truculenta e potencialmente torcionária se acaso obtivesse o poder. Entretem-se a escaqueirar o que resta deste país, para o que conta com uma tribo em estádio primário (e que convém manter como está) e com os tais seres bafejados pela luz da moral, bons costumes e sabedoria que, neste caso, funcionam como os conhecidos idiotas úteis. Que me parece, de resto, ser a única utilidade de que dispõem.

A propósito destes últimos, não resisto a citar um (precioso) vídeo de um conhecido trio de eminentes artistas (Tordo, Paulo Carvalho e Carlos Mendes) «explicando» às crianças portuguesas dos anos setenta a verdadeira essência do Natal, substituindo-a por operários e lenhadores amigos que, eles sim, lhes levavam o verdadeiro espírito de Natal. Até porque nessa altura havia muitos amigos em cada esquina, como aqueles que já tinham atingido a maioridade no 25 de Abril se devem lembrar. A gente dobrava uma esquina e tropeçava nos amigos, presume-se que operários e lenhadores. Vale a pena vir aqui e ler este post da Helena Matos e, importante, ouvir o vídeo. Uma prova viva de como esta gente acha que deve cuidar de nós e, mais grave, se encontra ainda por aí, engravatada pelo socialismo moderno mas, no fundo, levedando o sonho eterno dos operários e lenhadores fazerem o Natal para a criança nova que o Portugal mereceria, não fossem os poderosos, os bancos e o «Pingo Doce».

É isso… eu tenho este tremendo defeito, entre outros. Começo a descrever algumas ideias e depois faço das palavras as cerejas do ditado popular.

O melhor mesmo é ficar por aqui. E desejar, do fundo do meu coração, a todos quantos por aqui passam, um Novo Ano sem operários nem lenhadores a fazerem a festa, apenas com amigos e familiares queridos, E que entre eles crepite sempre uma luzinha especial, alguém que sabemos que nos ama muito e que nós amemos também *. Assim mesmo. Amar por amar, sem operários nem lenhadores, apenas no decurso da nossa natureza, sobretudo mantendo a nossa intocável condição de indivíduo. Cada qual com as suas características próprias (sem necessidade de sermos criados em manadio) e, todos juntos, mesmo diferentes, consigamos o respeito mútuo necessário para uma vida e um país melhores.

Sorrir continua a ser uma manifestação de carácter, cultura e bonomia. Há sorrisos, mesmo, que desarmam, por tão lindos que são. Um bom 2014 para todos os meus amigos, com um franco e esperançoso sorriso.

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4 Comments:

At 11:44 da manhã, Blogger Isabel Mouzinho disse...

pela parte que me toca, muito obrigada, Nelson!
Retribuo os votos de um bom 2014, com um grande e verdadeiro sorriso :)

 
At 6:15 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

um hip hip ao espumante de sempre :)

 
At 10:29 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

tambem para ti e todos os teus...um 2014 cheio de sonhos realizados. Beijinhos Dulce (OZ)

 
At 11:18 da tarde, Blogger MargaridaCF disse...

Obrigada! Para si também. E que mantenha a capacidade de me fazer dar umas risadas iguais às que se ouviram ao ler os posts mais recentes. Bem haja!

 

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