sábado, julho 25, 2015

Quase




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Ainda não é Domingo, mas é quase. E no quase está a essência de muito ou mesmo quase tudo (la está o quase…) o que tenho na vida. Quem sabe eu deveria esperar para amanhã para colocar a Etta James no meu empobrecido blog mas se há coisa que tem acompanhado os quases da minha vida são o voluntarismo e a ânsia que me acometem e não me deixam aguardar pelos momentos exactos e, quiçá, apropriados, para fazer seja o que for.

E porque esta noite pus o sono um dia (muito estranhamente, acordei às sete, após o que voltei a adormecer até agora) e no período extra do sono sonhei um sonho estranho, um sonho de quases. Quases que me recordaram momentos de morte próxima, de amores frustres, quase riquezas, quase conseguimentos plenos, um sonho quase realidade que me fez desfilar em galeria de recordações, com impressionante nitidez e realismo, tantos quases da minha vida e agora que, após uma meia dúzia de anos, pareço ter atingido uma situação de plenos sentimentos e realização * mas, lá está, e um quase conseguimento, por força de razões exógenas à minha vontade, percebo que a vida é quase fácil, quase boa, quase bonita e só não é quase na justa medida em que merece ser vivida. Pelo menos por aqueles que, como eu, quase conseguem tudo, em plenitude, no que se metem.

Depois de um período de viagens de dezasseis dias de muita (boa) turbulência, correrias, percebi que o corpo é que manda e que me aconteceu uma coisa quase impensável. Dormir até às onze da manhã. Mas lá está, sou um homem de quases. Um dia atinjo o pleno. Pelo menos aquele que todos nós, sem excepção, mais tarde ou mais cedo atingimos.

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