domingo, setembro 20, 2015

Porque é nosso dever recordar


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A Helena Matos continua com o saudável hábito de escrever, bem, sobre temas candentes. No caso sobre uma das maiores tragédias que se abateram sobre os portugueses, com a particularidade de não terem sido provocadas por nenhum tsunami, terramoto ou guerra mundial. Foi provocada por gente sem escrúpulos, de má índole e sem qualquer respeito pela vida de pessoas.

Essas pessoas tinham e têm nome e a Helena tem a virtude  de os dar à estampa para que não nos esqueçamos da trupe vil e oportunista que se aproveitou de um movimento reivindicativo corporativo para levar a cabo uma das mais tenebrosas acções da nossa história. A memória descritiva da Helena dá um bom exemplo de como as coisas eram tratadas durante o processo de descolonização, a índole criminosa de muitos os seus fautores, uns por que eram loucos e criminosos de pai e mãe, como Rosa Coutinho, outros porque totalmente desprovidos do conhecimento mínimo que se exigia para tão delicada e importante missão, como a pataratice malévola e ignorante de um Mário Soares patético que jamais tinha posto um pé em África, salvo no seu exílio de S. Tomé e outros ainda, como Almeida Santos com um conhecimento perfeito das colónias que lhe permitia tirar partido e dividendos da situação. Não hesitaram em actuar da forma como a Helena descreve, ainda que resumidamente, mas com notável eficiência, sobretudo do ponto de vista da forma.

Frequentemente penso que este esquerdismo radical, cujo recrudescimento se tem vindo a notar recentemente, tem a seu favor o factor tempo. Várias gerações de portugueses têm já uma visão diluída do que foi o processo de descolonização e o abominável PREC. Por outro lado, por qualquer razão que me escapa (frequentemente por fluxo hereditário), a elite intelectual tem-se desdobrado na emulação do pensamento esquerdista, provavelmente assente em vários escândalos de corrupção durante estes 40anos de democracia, sem cuidar de perceber que a maior parte desses casos são feitos por gente iniludivelmente ligada ou em nome da esquerda, como Sócrates, Vara e outros de calibre semelhante. E isso ajuda ao aparecimento de políticos mais ou menos oportunistas e sem escrúpulos que vão formando Partidos mais ou menos messiânicos como o Syriza, o Podemos e, ainda recentemente, um inenarrável J. Corbyn no Labour do RU.

Finalmente, o tristemente exemplo de sermos um país com um atraso atávico em relação aos restantes países que convida e nutre uma fatia importante de eleitorado, onde medra ainda um musculado espírito comunista.

Uma brevíssima alusão ao facto de eu próprio, mesmo que bastante jovem mas já com bebés temporões ter passado por várias situações descritas pela Helena e, por isso mesmo, me sentir confortado sempre que se traz este tema a colação (nunca me esquecerei do conhecimento directo que tive de portugueses entregues pelas nossa FA aos movimentos de libertação para interrogatório …!!!... uma atitude que me ajudou muito à compreensão da tremenda fraude e do crime e traição que se estavam a desenrolar aos meus olhos), sobretudo quando estamos na iminência de entregar, de novo, o poder a um grupo de gente onde ainda se movimenta uma considerável parte dela, sem escrúpulos, de má índole ou, simplesmente, ingénuos. E que têm uma difícil relação com a liberdade, tal como no-lo lembrou um sindicalista há dias, reiterando a ameaça de Jorge Coelho há uns tempos de que quem se mete com o PS leva. É que leva mesmo

Obrigado Helena pelo seu excelente artigo. E que apareça alguém a desmentir o que diz.

Ler o artigo da Helena aqui. Todo, porque interessa até ao fim.

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