terça-feira, outubro 20, 2015

A truculência como ideologia


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Este homem é malcriado. É possuído de uma truculência permanente que se junta a uma petulância, raiva, despeito, ódio e intolerância. A tempestade perfeita, pois, naquilo que se não deseja num homem decente e se receia possa tornar num ser furioso. Que morda, bata, denuncie ou, se vir que lida com alguém mais forte, pelo menos mostre os dentes e rosne.

Esta é uma imagem de marca de uma esquerda anquilosada e que se esperaria já ultrapassada e sublimada numa atmosfera de gente civilizada, cordata e tolerante. Voltando a Alfredo Barroso, talvez seja já demasiado idoso para mudar. Já se notava nele muitos tiques de presença iracunda na TV e agora confirma-se nesta linguagem trauliteira, única forma de se fazer ouvir – chamar cães raivosos, ladrando, mesmo que entre aspas, não se percebendo bem porquê.

Às vezes penso que a esquerda mudou um pouco. Já não oiço chamar cães às pessoas, ainda que Jerónimo e aquela criatura de nome Aurélio e que gere a CGTP se esforcem por manter o registo, mas hei-de reconhecer que a linguagem sofreu um desejável aggiornamento. Só que, caídos os cães, surgem novas formas de petulância, como as que diariamente se registam de cada vez oiço as lideranças do Bloco e aquela forma insolente e insuportável de dizerem o mesmo que Alfredo Barroso diz, mas com verbo renovado. Não há cães, mas há retrógrados, bafientos e uma tonalidade de um severo mestre-escola em tudo o que dizem, como quando Catarina um dia destes avisou que o governo da Coligação tinha acabado.

É a ideologia substituída por um sentimento insuportável de petulância, ódio e pesporrência, próprio de quem não tem nada de responsável para dizer ou de quem se está literalmente «nas tintas» para o interesse do país e mais não saiba fazer que adoptar este tipo de atitude manipulativa. Com a agravante que os media gostam imenso, acham graça e crescem de excitação pela modernidade da coisa.

Se Alfredo Barroso está velho e os seus cães raivosos vão perdendo audiência, já as Catarinas, Marisas e Mortáguas têm a vida inteira à frente para continuarem a complicar o desejo comum de um povo simples, possuído ainda por uma lamentável iliteracia e que merecia melhor sorte que continuar à mercê desta rapaziada sem escrúpulos e bem mais retrógrada que o retrocesso de Marcelo. Para usar o léxico daquela senhora que fala pelo Bloco. Como ela disse que falava.

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1 Comments:

At 1:10 da tarde, Blogger Porto da Lage disse...

Completamente de acordo!

 

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