quinta-feira, novembro 19, 2015

Costa, já. Rapidamente e em força.


[5339]

Pessoalmente, prefiro que um governo de A. Costa seja rapidamente indigitado pelo PR. Não que eu considere A. Costa um estadista confiável ou que venha a chefiar um governo competente, pelo contrário, penso que iremos esbracejar na maior confusão, que venhamos a ter consideráveis dificuldades internacionalmente, que o nosso prestígio e respeitabilidade voltem a ir «down the drain», mas acho que tudo isso será absolutamente necessário, porque terapêutico, e quiçá de grande vantagem para avaliação por parte do eleitorado num futuro próximo. Talvez que um governo de Costa ajude as pessoas, finalmente, a perceber a monstruosidade do carácter, competência e seriedade do governo que vem aí. Assusta-me ainda o acrescido protagonismo da CGTP (uma Central Sindical que continua a merecer os favores da Comunicação Social, não entendo bem porquê, ainda ontem ouvi repetidas vezes que devíamos agradecer à CGTP (ipsis verbis) um elevado sentido de Estado por se oporem à violência, qualquer coisa que, para mim, soa mais ou menos como alguém dizer de mim que sou um tipo cool e mereço muito respeito porque nunca matei ninguém) mas até isso pode funcionar a favor de alguma moralização do regime, porque não acredito que a uma CGTP em roda livre não acabe por lhe saltar um carreto qualquer e/ou provocar graves dificuldades às «posições conjuntas» dos Partidos que nos vão governar.

De outro lado, teríamos um governo de gestão de Passos Coelho que lhe produziria um grande desgaste e que acabaria por capitalizar os méritos (???) das «posições conjunturais» de Costa. Por isso acho, mesmo arrostando com toda a desgraça que vem por aí, que um Governo de Costa serve melhor os interesses gerais dos portugueses. Porque tenho a certeza que a «geringonça» vai dar uma grande baralhada e confusão, as «posições conjuntas» vão-se desconjuntar e vamos todos para o bueiro outra vez. Isto só não aconteceria se Costa fosse realmente um estadista a sério e conseguisse frear as excitações dos seus parceiros de posição conjunta. Mas sabemos que Costa não é. Limita-se a ser um indivíduo complicado, zangado com a vida e inebriado com a perspectiva de, na sua folha do FB (como alguém já disse por ai), poder pôr a sua condição de ex-primeiro-ministro.

Depois, é apanhar os destroços, refazer tudo outra vez (de resto tem sido sempre assim, o PS a partir loiça e o PSD a apanhar os cacos) e aguardar, esperançosamente que os portugueses se apercebam do logro em que caíram, quando virem o voto que deram ao Partido Socialista ter sido endossado a um grupo de aventureiros (e aventureiras, como se diz agora).


*
*

Etiquetas: ,