quinta-feira, março 10, 2016

Os patetas e os sonsos



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A forma como os socialistas se apressam a assenhorear-se do conteúdo do discurso do novo Presidente da República diz bem da indigência cultural e má consciência socialistas. Tudo o que se relaciona com feridas para sarar, consensos, paz, solidariedade, pontes, alargamento de opiniões é cirurgicamente aproveitado para uma colagem descarada a um conjunto de fenómenos que não só são alheios à génese socialista como, pelo contrário, são estrategicamente utilizados.

É confrangedor verificar como os socialistas brandem aquelas bandeiras e se arvoram em vítimas dos neoliberais (um palavrão que muitos deles conhecem apenas de ouvir falar) que nunca se prestaram ao consenso, Ainda ontem uma conceituada pivô da SIC, Clara de Sousa de sua graça, perguntava, convicta e segura, a José Matos Correia se não achava que quando Marcelo falava em sarar feridas, consensos e beijinhos não estaria a fazer uma crítica velada ao PSD e ao CDS. Matos Correia, com paciência e bonomia explicou-lhe, polidamente, que não, pelo contrário, era bom que as pessoas soubessem que nunca o PS, no Poder, se prestou a qualquer tipo de consenso ou a sarar feridas. De resto, feridas que eles próprios se empenham em provocar e infectar. Já na oposição, retomava a ladainha. E o que é grave é que ladainha convence as Claras de Sousa e correlativos. Ou não… e passamos a estar perante um bando de sonsos.

Em qualquer dos casos é lamentável esta patética demonstração de «marcelismo» que vai combater aquilo que os socialistas, eles próprios, diligente e irresponsavelmente provocaram.


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